Capítulo 2

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- Eu não acredito nessas mensagens! - disse Maethe enquanto eu terminava de esconder o chupão com maquiagem. - Tipo, Maia, como o garoto mais galinha do mundo manda mensagem para a menina que ele acabou de pegar?

- Eu não sei Mah! - franzi os labios fazendo os contorcer, é um tipo de toc que eu tenho quando eu fico pensativa, eles vão de um lado para o outro enquanto minha mente viaja até os confins da terra.

- Terra pra Maia. Alô? - Maethe diz balançando a mão na frente do meu rosto. - Hoje ele vai estar lá e vocês conversam, aproveitar e me deixar curtir um pouco o Alan.

- Ah nem vem, Maethe, sempre que a gente sai você pega esse menino! - eu reclamo pulando de costas na cama e colocando as mãos sobre o rosto. - Por que vocês não assumem logo namoro, essa enrolação já cansou.

- Eu não sei o que ele quer, tipo eu gosto dele mas... - ela estalou a lingua - acho que ele está só querendo me pegar mesmo.

- Rafael queria só pegar, Alan gosta mesmo de você. - eu falei o óbvio.

*

- Maia! - Rafael chamou. - Posso conversar com você?

- Claro! Pode falar! - Respondi em meio a roda de amigos.

- Só eu e você.

Fomos andando um do lado do outro sem falar nada até um canto vazio da calçada. Parei na sua frente e encarei seus olhos azuis, que sempre foram mais claros que os meus, sempre reclamei bastante disso, mas ele sempre rebatia que os meus eram mais profundos que os deles, davam mais emoções ao olhar. É claro que eu nunca aceitei essa justificativa. Meus olhos eram azuis cinzentos, não tinham graça, como disse uma vez um amigo meu "parece que os olhos são cegos".

- Antes de tudo eu queria pedir desculpa por ter te agarrado na festa, o alcool mexe um pouco com a minha cabeça. - Um pouco?

- Não foi sua culpa, Rafa. Afinal, quando um não quer dois não brigam - Ou não se beijam.

- É... Mas sei lá, sinto que foi errado, por isso estou te pedindo desculpa. - Ele passou a mão no cabelo meio bagunçado, que parecia que ele tinha passado horas em frente ao espelho para deixar ele assim. - E bem, acho que eu queria mesmo ficar com você na festa, e acho que.. Sei lá... Se você quiser...

- Você quer ficar comigo de novo? - eu me surpreendi com isso. Rafael Lange não repete garotas.

- Se você não se importar... - Ele sorriu meio malicioso - Eu ficaria honrado em beijar sua boca novamente.

Antes que eu pudesse responder, ele puxou minha cintura e colou nossos lábios, em um beijo voraz e desesperado. Sua língua pediu passagem e eu cedi, o beijo era bom e eu não devia nada para ninguém então, por que não aproveitar?

Quando nos separamos nos vimos conversando assuntos aleatórios desde se insetos sentiam frio até as se as férias ainda demoraria muito para chegar.

(1 mês depois)

- Ok. Já faz um mês que eu estou ficando sério com o Rafael, ele me mostrou que é uma pessoa boa e engraçada. Gostamos das mesmas coisas, assistimos as mesmas séries, temos facilidade nas mesmas matérias. Gosto de conversar com ele e de estar com ele. Eu não sei.  - digo pensativa.

Felipe estala a língua como se montasse um quebra-cabeça. Ele pensa e eu viajo. No mesmo instante em que eu me desligo os olhos azuis aparecem em minha mente. A boca meio avermelhada que eu tenho tanta vontade de beijar e suas mãos que seguram minha cintura como se segurassem um tesouro.

- Maia! - Felps me acorda do meu transe. - Para de pensar na morte da bezerra.

- Desculpa. O que você disse?

- Eu disse que acho muito que ele tá afim de você, porque ele nunca ficou com uma pessoa por tanto tempo como você. - Ele fala. E depois completa. - E você não me engana, você gosta dele.

- Tá eu gosto mesmo, e daí? O que muda na situação. - Eu cruzo os braços como uma criança mimada.

-  A situação só muda quando o seu melhor amigo é o melhor amigo dele. - Ele sorri malicioso e eu retribuo.

Broken {Rafael Lange}Where stories live. Discover now