Capítulo XXI

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P.O.V JOSHUA

Já estou farto desta merda! Foi o que acabei de, literalmente, berrar ao ouvido do Gonzo. Sim. O Gonzo é o otário que me anda a bater. Cansei. Mas acho que o que acabei de fazer só piorou a situação. Ele agora não me batia. Ele roubava-me as coisas sem eu dar por isso e portanto não podia fazer nada quanto a isso.

Acabaram as aulas e corri para apanhar o autocarro. Estou atrasado e não quero ir com a minha mãe. Gozam comigo...

Mandei-lhe um SMS para a avisar e entrei no autocarro que entretanto havia chegado.

Sentei-me o mais distante possível daquela gente toda. Sou um bocado introvertido. Coloquei os EarPods e meti no último volume.

Quando cheguei a casa a minha irmã estava a fazer as malas. Vou sentir falta dela. Apesar de todas as manhãs acordar no meio do chão.

Entrei no meu quarto e comecei uma busca na minha mochila para tentar descobrir o que é que caralho o Gonzo me tirou hoje...

Faltava-me... um lápis?! ãhn?! Nem dinheiro tem para um lápis?! Enfim.

Desci para o jantar. Que estava detestável. Eu odeio a comida da minha mãe mas nunca lhe disse nada.

Pouco depois a minha irmã subiu e fui ter com ela para lhe pedir dinheiro para o material que ia ter que comprar. Era a ela que pedia e não à minha mãe.

Katherine: Joshua... Outra vez?

Não lhe respondi e fiquei apenas a olhar para os pés.

Katherine: Andas a consumir?

Eu: ãhn?!

Katherine: Drogas. Tabaco. Sei lá...

Eu: Não! (disse indignado)

Katherine: É mesmo material perdido? Como é consegues perder material todos os dias? Não sabes ter cuidado?

Ela pegou na carteira e deu-me 10€. Fiquei estupefacto.

Katherine: Nas próximas duas semanas não me pedes mais dinheiro para material.

Desandei para o meu quarto. Vesti o meu pijama e sentei-me em frente ao computador enquanto pensava numa forma de impedir o Gonzo de abusar da confiança... Tinha de arranjar maneira de... ele me bater em frente a algum funcionário! É isso. Vou ter de apanhar mas vai valer a pena. Mas também vou ter de contar à Katherine quando aparecer com outro olho roxo. Depois resolvo isso.

Deitei-me cedo porque estava no tédio e dormir é a melhor coisa do mundo.

Acordei vesti-me e voltei a apanhar o autocarro para a escola. O Gonzo ia no autocarro. Quando o autocarro passou ele passou por mim para chegar à porta de saída e limitei-me a atravessar-me à frente dele. Ele olhou-me. Levantou a mão e eu fiquei de frente para ele. Provoquei-o mas ele desistiu e empurrou-me para poder atravessar.

Achei estranho ele ter desperdiçado uma oportunidade de me bater. Muito estranho mesmo. Antes não perdia uma. Sempre que me pudesse bater, ele batia. E batia a valer - diga-se de passagem.

Entramos na aula e tentei provoca-lo de todas as formas possíveis. Nada resultou e acabei com o lápis partido.

A única opção que tinha era...

Até Que a Pizza nos Separe || Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora