Uma vida aparentemente normal

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- Mãe! Mãe, acorda! Não queres que eu me atrase para o primeiro dia de trabalho. Paro, olho para o teto, e penso na minha afirmação, visto que, na verdade, é só um voluntariado nos "Bombeiros Voluntários de Penafiel". -Quero dizer, voluntariado...
- Ai que teimosa! Deixa- me estar, ainda é cedo e tu já estás ansiosa. Aquilo só começa às 9 horas e ainda são 7 horas, meu amor. - afirma a minha mãe, embrulhada na sua almofada, bastante rabugenta.
Reviro os olhos, respiro profundamente e dirijo-me para o meu quarto, onde já tenho tudo pronto para que este dia corra na perfeição.
  Pego na minha roupa interior, nas minhas calças de ganga, na minha camisa branca, nas minhas meias e nas Stan Smith azuis e dirijo-me para a casa de banho do corredor, que é frequentada por mim e pelo meu irmão Salvador que tem 19 anos e nenhuns objetivos.
  Tomo um banho, lavo os dentes, escovo o cabelo, visto as peças, anteriormente escolhidas, e vou para a cozinha para comer algo, mas o apetite não é muito devido à minha ansiedade e nervosismo.
  De repente, ouço ruídos no fundo do corredor, levanto a cabeça, que antes estava bastante concentrada em encontrar algo simples para comer, e deparo-me com a minha mãe à minha frente que diz:
  - Eu não me levantei a estas horas para ficar a olhar para ti. - ri-se com as mãos na cintura.
  - E que tal, ires buscar as minhas coisas ao meu quarto e tomares o pequeno-almoço, já que tão apressada estás... - olho para ela com ar de gozo, o que não é normal entre uma mãe e uma filha, porém nós temos muita confiança uma com a outra e não deixamos de parte algumas piadas.
- Está bem, está bem... - levanta as mãos, como se estivesse a declarar inocente - ganhaste, ó melhor filha do mundo. - atira-me um beijinho e começa a caminhar pelos corredores, com ar de contrariada.
Decido, finalmente, comer um iogurte de ananás e umas bolachas de aveia. Pego numa colher e, quando meto a primeira garfada na boca, chega a minha mãe:
- Pronto, já está! Uf... - resmunga, enquanto carrega o meu saco com produtos de higiene e roupa, caso tenha de passar lá a noite, computador e o seu carregador, alguns livros para me entreter e, ainda, um caderno e um estojo para as minhas aulas.
- Também já estou, não vais tomar pequeno-almoço, ainda são 8 horas, tens tempo?
- Não, amor, já sabes que a estas horas tenho tudo menos fome. - solta uma gargalhada e eu acompanho-a.
- Vamos lá embora, então. - digo eu numa voz bastante entusiasmada, todavia também nervosa.
Entrámos no carro, liguei na rádio onde estivesse a dar melhor música, e lá fomos nós...

Just Keep Going and You Will Be FineOnde histórias criam vida. Descubra agora