O desafio de Madalena

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Sabe quando você gosta de alguém, mas sente que se não puxar as rédeas vai perder o controle, e pode não voltar com a mesma autoridade? É assim que eu estava me sentindo a respeito de Madalena, por mais que eu a amasse, e que ela fosse minha filha, eu não poderia permitir que ela mudasse com respeito à irmã.

- Venham as duas. - disse olhando de uma para a outra. - Rápido!

Fleur veio imediatamente, já Madalena ficou um tanto relutante, mas obedeceu.

- Me entreguem seus objetos mágicos.

Fleur não pensou, e me entregou, mas vi que Madalena estava segurando seu cetro com mais força. Eu tinha que fazer algo.

- De pressa filha. - disse com a voz gentil e convidativa. - Você sabe que não tenho muito tempo.

Ela olhou para o cetro, e então voltou os olhos para mim.

- Você vai me perdoar mamãe, mas esse cetro é meu, foi o papai quem me deu.

Vi que ela tinha medo nos olhos. Talvez porque nunca tenha me desobedecido antes.

- Você quem vai me perdoar filha. - disse agitando a varinha de Fleur, e me recordando do feitiço que Merlin havia usado. - Agora é meu, me traga esse cetro!

Uma explosão de brilho saiu da ponta da varinha, e cerca de quatro borboletas prateadas voaram na direção das mãos de Madalena, e com gritinhos de dor da parte dela, seu cetro saiu voando e foi parar em minhas mãos.

- Essas borboletas dão choque! E a senhora não tinha o direito de toma-lá de mim, você nem tem magia.

Olhei no rosto dela, e soube que ela havia tentado me ofender, e aquilo eu não poderia aceitar de uma filha minha. Sei que as rainhas devem ser vistas como mulheres super bem arrumadas, e que quase não ficam com as filhas por causa das tarefas reais ( o que é verdade). Mas mesmo assim, eu precisava puni-la por me tratar daquela maneira. Muito além de rainha eu era sua mãe, e aquilo não seria passado em branco. Bati o cetro no chão, e um clarão atravessou o piso de pedra, lançando uma onda de vento, derrubando apenas Madalena no chão.

- Bem. - disse calmamente. - Parece que afinal eu tenho um pouco de magia.

Madalena me olhou, e corou de vergonha. Mas isso não importava, pelo menos não no momento.

Estava lendo novamente as páginas quando vi o cetro fulmegar em chamas negras.

- Se a senhora tem tanta magia mamãe, então lute comigo, sem cetro nem varinha, apenas com sua magia interior.

- Madalena, o que é isso? Ela é nossa mãe. - Fleur estava com uma expressão horrorizada na face.

- Não se meta garota. Vá cuidar de suas borboletinhas elétricas ridículas!

Vi que Fleur estava a ponto de chorar.

- Você deveria ter um pouco mais de respeito Madalena, você nunca foi assim, eu sou sua mãe, e exijo que me trate como tal.

- Exije? - ela parecia perplexa - Você tomou o cetro de mim, acha que pode exigir alguma coisa?

Isso não podia continuar desse jeito, não iria permitir que minha própria filha me ofendesse.

- Escutem bem. - disse erguendo a varinha e o cetro ao mesmo tempo. - Só vou aceitar ser tratada da forma que me é aceitável, eu ordeno que o respeito seja dado conforme esse feitiço foi enunciado!

Nesse momento, borboletas e chamas negras se converteram em um pequeno tornado que ficou ao redor de minhas filhas, e ele estava sendo absorvido por elas. Eu havia acabado de criar um feitiço, e a magia da varinha fundida ao cetro haviam dado a ele força suficiente para ser executado.

- Você usou uma espécie de feitiço de respeito mamãe. - começou Fleur. - Agora nós duas só podemos tratar a senhora como deve ser tratada. Isso significa que não serão permitidas grosserias. - Seus olhos encontraram os de Madalena, que parecia completamente sem graça com a situação.

Ela se aproximou um tanto relutante, e olhou fixamente nos meus olhos.

- Me perdoe mamãe.

Suas palavras me pareceram sinceras, até um clarão de chamas brilharem nos seus olhos.

- Pare já!

Como em um piscar de olhos, havia sumido aquelas chamas, afinal, parece que eu estava ficando boa em fazer feitiços.

- Não faça mais isso filha. Você não é assim.

- Eu não sei o que está havendo mamãe, eu só...

- Mamãe! - Fleur gritou da sacada - São, eles, estão vindo, e voando.

- Os trolls? - perguntei assustada, no momento que Madalena passou correndo por mim na direção da irmã.

- Talvez ainda pior mamãe. São piratas!


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⏰ Última atualização: Jan 15, 2016 ⏰

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