Oito Em Ponto

1º Capítulo

Marcavam oito horas em ponto no meu relógio e ali estava eu, com o meu despertador a tocar para o inicio de mais um ano letivo. Mesmo estando acordada deixei o despertador tocar fazendo que ainda estava a dormir para ver se me escapava de ir à escola. Com grande azar meu, o meu pai vem-me acordar.

-Jenni, filha levanta-te.- Grita enquanto abre os estores do meu quarto.

-Pai não quero ir à escola este ano. Eu sei que estou no 12º ano mas simplesmente não quero ir .

-Filha eu sei que passaste por muita coisa ultimamente mas tens de ir. Não podes faltar logo no primeiro dia de aulas.- Deu-me um beijo e saiu do quarto para eu me arranjar.

Com muita frustração levantei-me da cama e puxei os lençóis para trás. O meu pai pensa que não quero ir a escola por ter perdido a minha mãe no verão. Mas a verdade é só uma, continuo na mesma turma e sempre sofri bulliyng na escola. Nunca nenhum rapaz olhou para mim como olha para as raparigas da escola, nunca tive amigos e a única que tinha mudou-se para LA. Estou mais sozinha que o deserto. Tenho 18 anos feitos em Junho mas mesmo assim tenho medo de ir a escola, ainda não me consigo defender dos rapazes que gozam comigo e das raparigas que me metem o pé a frente para cair. Ainda não consigo chegar a escola e ficar nos corredores, simplesmente sento-me na sala de aula e fico a olhar para o quadro à espera que toque. A minha vida é muito má e só quero ficar doente para não ir para o inferno que é o meu dia-a-dia.

Vou à minha casa de banho e tomo um duche rápido, lavo os dentes e visto as minhas calças de ganga pretas e a minha tshirt lisa preta. A minha mãe morreu no dia dos meus anos e desde então nunca andei com outra roupa sem ser preta. A minha mãe era única, era a única que me acordava de manhã com um beijo doce, a única que conseguia pentear os meus cabelos castanhos escuros sem me aleijar, a única que sabia o que eu sofria e que sempre me encorajava para continuar. Ela era simplesmente ela e Deus não tinha o direito de levá-la assim de mim.

Vou novamente à minha casa de banho e dou um jeito ao meu cabelo, agora pelos ombros. No verão, depois de a minha mãe morrer, decidi curtá-lo.

Desço com a minha mala já às costas e pego num pão para tomar o pequeno almoço pelo caminho. Antes da sair dou um beijo ao meu pai e aos meus dois irmãos que são gémeos, a Rita e o Eduardo com apenas 10 anos. Tenho mais uma irmã com 28 anos mas ela seguiu a vida dela e raramente nos vem visitar.

Desço as escadas de casa e vou até à escola a pé. Quando chego à escola, sou logo gozada por um monte de raparigas à entrada, mas sigo o meu caminho até à sala onde tenho a minha primeira aula. É aí que encontro um rapaz de cabelo loiro, olhos azuis e com umas feições engraçadas. Será que sofre do mesmo que eu ?

Nao lhe digo nada.

-Olá, sou o Matheus. Sou novo cá na escola.- ele diz-me sorrindo nervosamente.
Retribui-lhe o sorriso.

-Deu para reparar, se não fosses, já estavas a gozar comigo...

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(Bem este é o meu primeiro livro, é uma historia verídica mas com algumas mudanças. Espero que gostem e que comente.

Com muito amor da autora.)