Ele continuava a brincar com as nossas mãos e encostou a cabeça dele à minha. Eu queria contar-lhe, juro que sim, mas será que seria cedo demais? Ninguém o sabia, nem os meus pais, apenas elas.
Também comecei a brincar com as nossas mãos e sorrimos um para o outro voltando a encarar as mãos. Continuamos assim por mais uma hora.
Queres ir para casa pequena? – Niall perguntou super fofo! – Já se está a fazer tarde.
Sim, podemos ir. – Sorri-lhe.
Seguimos caminho, desta vez separados, ambos com as mãos nos bolsos, em silêncio, até que eu parei à frente dele.
Niall, eu preciso de te contar. Passas-te a tarde comigo a chorar, apoiaste-me mesmo sem saberes a razão desse choro. – Disse olhando-lhe os olhos.
Não é preciso pequena. Eu imagino que o que quer que seja que ainda seja difícil pra ti. Não te preocupes com isso. Nem que estivesses a chorar por uma unha partida, eu iria ajudar-te sempre. – Ele disse soltando uma gargalhada.
Também o fiz.
Não, eu preciso mesmo de contar. Se calhar custa tanto porque eu nunca o contei a ninguém, mas eu preciso de o fazer. Deves estar a perguntar-te como é que posso ser tão parva em confiar em pessoas que mal conheço, mas sempre o fiz, e nunca me arrependi disso.
Ele sorriu.
Voltamos para o parque então? – Ele perguntou.
Sim, podemos ir.
Sentamo-nos no mesmo banco. O parque estava completamente vazio e começava a anoitecer. Respirei fundo e comecei.
Tudo começou quando os meus pais perderam o emprego. São eles que me pagam os estudos cá. Eu tenho mais dois irmãos, e eles perdendo o emprego, eu tinha que abdicar do meu sonho. Da minha vida aqui. Então para poder continuar tinha que ter notas máximas nos exames para me poder candidatar a uma bolsa de estudo. Passei duas semanas fechadas em casa. Na última semana quase que nem saía do quarto e só andava a água. A 3 dias dos exames… - fiz uma pausa e travei as lágrimas – não comi nada em todo o dia. Levantei-me às 9h e não almocei nem lanchei. Nada. Quando as raparigas chegaram a casa às 20h, estava eu
no chão do meu quarto inconsciente. Levaram-me para o hospital. Quando estou aplicada numa coisa, a última coisa que penso fazer é comer, porque penso que é tempo perdido. Depois de dar entrada no hospital, fiquei a saber que tinha anemia. Aquele mês que passei fechada em casa fez-me comer pouco, o que levou a isso. Por isso eq elas agora nunca me deixem em casa sozinha, porque acham que ainda não estou completamente recuperada. Os meus pais nunca souberam, não fiz os exames e graças a deus, eles têm emprego outra vez. – Forcei um sorriso no meio daquelas lágrimas todas.
Ele abraçou-me, não disse nada, não teve reacção nenhuma. E eu apenas chorava no seu ombro. Ele afastou-se.
Eu não sou o melhor exemplo para falar de comida, mas não voltes a fazer isso por favor. E de certeza que tudo o que elas fazem é porque gostam imenso de ti. Elas iriam sentir a tua falta se tu… - não lhe deixei acabar a frase.
Se eu morresse. Eu sei. Só não gosto de contar isto porque não quero que me vejam como a miúda coitadinha que esteve doente porque não comeu. – Encarei as nossas mãos.
Ele apertou-as em sinal para que o encarasse.
Eu vejo a miúda forte que lutou pelo seu sonho e que ainda continua cá. – Ele sorriu.
Eu sorri e desta vez fui eu que o abracei.
Obrigada por tudo, a sério – sussurrei-lhe.
De nada pequena, só te quero aqui e forte!
Eu corei, de certeza.
Vou ligar à dannie, jantas lá em casa hoje. – Disse levantando-me e puxando-o
Não é preciso, não quero incomodar!
Fala a pessoa que me aturou todo o dia a chorar baba e ranho. – Disse rindo-me.
Está bem, e é desta Juca que eu gosto. – Ele disse tocando-me no nariz.
De certeza que corei outra vez.
#chamada on#
Estou?
Dannie, olá bitch, olha o niall hoje janta connosco.
O niall? Ele ainda está contigo?
Sim.
Então conta-me beijaram-se?
Não!
Espera, posso gozar contigo porque só vais dizer sim ou não! E o aparelho dele é giro não é?
Sim dannie, pode ser arroz com qualquer coisa, acho que ele não se importa. – Disse sorrindo –lhe (ao niall)
Ai puta, está bem, vou ver o qeq se arranja. Quanto tempo demoram?
Meia hora. Beijos.
Beijos niall girl
Cala-te.
#chamada off#
Sorri-lhe. Uma meia hora depois estávamos a chegar, quando vou a subir a entrada do prédio ele puxa-me o braço.
Ficamos como à dias atrás, eu sorri com essa memória.
Foste tão sincera comigo, que eu só tenho que te agradecer por confiares em mim. – Ele disse fofo e olhando-me nos olhos.
Não niall, eu eq tenho que te agradecer, por tudo mesmo.
Só uma coisa, não te devia pedir isto, mas vou fazê-lo. Conta ao Harry. Não fará muita diferença, mas ele realmente gosta muito de ti.
Fiquei com uma cara chocadíssima, porque ele acrescentou logo.
Não nessa maneira, mas ele vê-te como uma irmã mais nova. Aquela semana que não estivemos juntos, ele andava preocupado, notava-se.
Sim, eu já tinha pensado em contar-lhe. Como te disse, confio nas pessoas muito facilmente, mas naquela altura tinha mesmo que te contar. Tu merecias.
Obrigada pequena. – Ele disse abrindo os braços para me abraçar.
Mais uma vez, eu não sou pequena. – Disse-lhe ao ouvido pousando a cabeça no seu ombro.
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Born to be together
Fanfiction4 raparigas que foram viver para Londres, porque não estavam felizes na terra onde viviam. Até que por acidente, tudo muda, e nada voltará a ser o mesmo