Um Amor De Verao

Prólogo

Capa provisória.
Luna

Uma das coisas pelas quais eu tive que escutar pelos meus 17 anos foi: tudo vai ficar bem. Não diria que isso é uma mentira, para uma pessoa que ( as vezes) depende de canos para respirar, de um pulmão que trabalhe por dois, eu acredito que um dia, um dia tudo realmente irá ficar bem. Não que eu ache que irei voltar a respirar como uma pessoa normal ou que meu pulmão magicamente irá voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído. Mas sim, eu acredito que um dia tudo ficará bem.
Tudo o que meus pais queriam era uma filha que gostasse de rosa, brincasse de boneca e que fosse razoavelmente saudável. Mas tudo o que receberam foi uma filha que odeia a cor rosa, quebra todas as bonecas e que tem câncer. Sim! Senhoras e senhores eu tenho câncer, soltem os fogos de artifícios, pelo menos antes que eu morra.
Já tentei fazer meu sub consciente entender isso, mas parece que quanto mais eu tento, mais ele faz parecer que está tudo bem.
Tive uma recaída a três semanas atrás as notícias foram péssimas para meus pais, falaram que meu caso se agravou ainda mais e que provavelmente não chegaria aos 18 anos.
Para me um grande alívio.

Meus amigos costumam dizer que eu sou muito pessimista e totalmente inconveniente, não sou pessimista, só aceito minha triste realidade.
- Luna?- ouço minha mãe chamar, levanto da cama me arrastando, pego algumas roupas que estavam jogadas na cama e as coloco no guarda roupa. Vou até a porta e a abro numa lentidão que até eu perco a paciência.
- Oi mãe. - Sei que deveria passar mais tempo com os meus pais, mas é meio estranho está perto deles e mesmo que por acidente não tocarmos no meu pequeno problema, algo que acaba me irritando já que minha mãe começa a chorar assim que escuta a palavrinha mágica.
- Você não foi jantar hoje...- fala entrando no quarto, me viro para olha-la retirando meu prato da janta passada em cima do criado mudo.- Você está bem, querida?
Mesmo que na maioria das vezes a minha maior vontade seja de responder com ironia, sei que isso a machuca.
- Sim mãe, eu estou bem.- falo voltando para a cama.
- Você não tem se alimentado.- fala me avaliando, enquanto senta na ponta da cama.
- Eu estou bem.- falo tentando passar firmeza, ela sabe que isso é uma grande mentira.
- Você quer que eu traga sua janta aqui?- pergunta, apenas nego com a cabeça.- Sua tia perguntou se você não quer passar uns dias na casa dela?!
A idéia não é ruim, passar uns dias fora de casa, seria um alívio.
- Tá pode ser.- respondo.
- Vou ligar para sua tia e dizer que você está indo para lá amanhã.- fala se levantando e caminhando até a porta.
- Mãe!- a chamo.
- Sim, querida!- fala se virando.
- Eu te amo.- falo, ela dá um sorriso fraco e sussurra a frase de volta, saindo do.quarto e fechando a porta atrás de se.

Uma das piores sensações é consolar uma pessoa pela qual está sofrendo por sua culpa. Algo que me faz sentir culpada, não pelo fato de ter essa doença, mas pelo fato de ainda está viva, fazendo minha mãe sofrer.
Me remexo na cama até encontrar uma posição confortável, pego meu celular que estava enrolado no lençol. Abro algumas mensagens, nada de extraordinário.
Verifico minhas redes sociais, encontro uma foto minha com minha amiga Sumer na formatura, na página inicial.

De: Sumer
Para: Luna

Sei que você é apaixonada pelo livro a culpa é das estrelas, então nada melhor do que começar citando uma frase.
" Obrigado pelo nosso pequeno infinito!! ( espero que não tenha ficado gay)

Luna te desejo um augustus Walters ou melhor um Gus.
Te desejo uma viagem a amisterdã.
Te desejo uma carta do Nicolas Sparkes. ( já que Peter van hauter não existe, eu acho e uma carta do Jonh Green seria muito clichê)
Te desejo uma vida eterna...( e se não for possível, você sabe que é eterna no meu coração)
Bjss pirralha, me espere até o verão!!

Sorriu e desligo o celular. Me levanto e vou até minha prateleira de livros, pego o meu velho e gasto livro Jardim de inverno e volto a me deitar na cama com o livro em mão. Começo a ler de onde parei.