Dias comuns

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(1ª pessoa ) 

 Moro com a minha mãe adotiva. Ela era amante do meu falecido pai e esta comigo pois tinha pena de me deixar com a minha mãe, que necessita de remédios até para poder andar. Não me preocupo com ela, pois ela tem o apoio da família inteira. Eu a vejo as vezes, mas já aceitei esses pequenos fatos da vida. 

  Mais como todas as adolescentes, a algo que desejo muito. Conseguir provar a minha "mãe" e a todos que posso ser mais que em simples estorvo, mais do que uma obrigação. Sei que chegarei em casa um dia, repondo moveis, roupas de cama e prateleiras com os melhores produtos. Vou retribuir tudo o que me fizeram, Todo o dinheiro que gastaram, toda a despesa que causei a casa. Vou orgulhar a todos.
   Atualmente, sou a melhor estudante da escola, e já ganhei diversos premeios, elogios propostas etc, e isso nunca foi o suficiente para deixar Morgot feliz... Ela parece não se importar, mais sabei que meu pai estaria orgulhoso e isso me faz prosseguir. 
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(3ª pessoa )               

  - Já se passaram 3 noites...- Sussurrava a si mesma em desespero. O suor frio corria em seu rosto contornando seu rosto inquieto. 
  Sentada na cama Gummi se balançava de um lado ao outro com os braços entrelaçados aos joelhos sentada em baixo de seus lençóis quase não piscava. Tomando impulso ela pulou da cama e se dirigiu a cozinha. Tomando em mãos a bolsa onde Morgot guardava seus remédios. Não demorou muito até achar o remédio que Morgot precisava para dormir quase todas as noites. 

  - por favor, não me mate.- sibilou ela empurrando um comprimido pela garganta sem água. Ela agia de modo minucioso e estava desposta a arriscar sua saúde pelo que acreditava.

   Correu para a cama quando sentiu-se debilitada. Ela não esperava o efeito tão repentinamente, pois não havia sem 5 minutos que o pequeno comprimido havia sido ingerido. Seus olhos se fecharam involuntariamente, ela havia perdido o controle do próprio corpo, e agora estava paralisada pelo efeito de um remédio que nunca havia usado e não conhecia os efeitos, ela temia não acordar.

   Tentou gritar sem sucesso, suas cordas vocais não obedeciam. O que a restou foi aceitar os efeitos porém aquilo ainda não a ajudará a dormir.

   Ela ouvia o cantar dos grilos e o vento dançar sobre as folha em seu quintal. Aquilo a tranquilizava ao mesmo tempo a apavorava. No entanto havia uma coisa que seu pai a ensinara antes de partir. Nada a amedrontaria se uma canção a tranquilizasse. Ao lembra-se das doces palavras lembrou-se também da doce melodia que a levava para os tempos que seu pai a tomava nos braços acariciando-lhe o cabelo nas noites de tempestades acalmando-a com a melodia que soava de sua áspera e cansada voz.
   Ele nunca demostrava o cansaço pois sabia que ela temia perde-lo como perdeu a mãe, que se vivia por dezenas de remédios. Mas não da para adiar a morte. De qualquer modo esses tempos já se foram, e agora a realidade que a prende ao mundo é diferente da melodia que ela cantava em pensamento, pois sua boca sequer se mexia no entanto era possível sentir o cobertor sobre si e a lágrima que riscava-lhe o rosto.

   Ao fim da canção ela conseguia abrir os olhos, aos poucos mexer os dedos e logo retomou seus movimentos. A noite havia passado, e o sol inundava as vidraças da cozinha expondo as sombras dos objetos e anunciando seu atraso a escola.



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⏰ Última atualização: Apr 18, 2019 ⏰

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