Prólogo

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2 de Dezembro de 2013, Nova York.

"Não! Por favor, me deixe ir! Por favor..." A garota de apenas 16 anos gritava em desespero, mas ninguém poderia a ouvir naquele lugar.

Estava trancada em um quarto quase vazio. O único objeto existente no lugar era uma cama, na qual estava amarrada.

Não sabia por que estava ali, ou como tinha vindo parar naquele local. Só sabia que estava voltando para casa depois de ir à uma festa e então sentiu alguém colocar alguma coisa em cima de sua boca e nariz... Depois de acordar aqui, neste quarto.

Tinhas as mãos e os pés atados, cada membro arramado a uma das extremidades da cama. As cordas estavam apertadas e conseguia sentir a falta de circulação deixar seus pés gelados. As cordas que envolviam as mãos estavam mais folgadas, mas não o suficiente para conseguir retirá-las, infelizmente.

Pareciam ter se passado horas que tinha acordado. Não ouviu barulho algum, além de seus próprios gritos, desde então.

"Por favor! Quem que seja, me deixe ir!" Continuava a implorar, mas não parecia ter ninguém por perto.

Estava com muito medo. Por que alguém faria algo assim com ela. E qual era o motivo de a deixar aqui, amarrada numa cama, por horas à fio. Será que a pessoa que a tinha pego queria simplesmente deixa-la apodrecer naquele quarto? Talvez fosse melhor assim. Não queria nem imaginar o que aconteceria se alguém entrasse por aquela porta. O que poderiam fazer com ela.

Se passaram mais duas horas e o cansaço a abateu. Não conseguia mais gritar ou se debater. Seus pulsos estavam em carne viva e sua garganta não parava de doer. Tinha gritado tanto que tossiu sangue da última vez. Por mais eufórica que estivesse, decidiu que era hora de parar. Nada daquilo iria ajudar. Na verdade só iria deixar ela fraca. Estava desperdiçando as suas energias. Tinha que descansar para que quando alguém passasse pela porta, ela lutasse para sair. Decidiu continuar tentando desatar os nós, mas só depois de alguns minutos de descanso. Depois iria se soltar, nem que isso custasse sua mão.

Foi dormir e não demorou muito até que imagens fossem projetadas por seu cérebro.

***

Estava na casa da sua avó. Percebeu que a casa estava cheia de gente vestida de preto. Se lembrava desse dia. Tinha somente 6 anos. Foi o dia do enterro da sua avó materna, Roselie.

Todos estavam chorando, menos ela. Não entendia o significado de morte ainda. Não sabia que depois que a pessoas morriam, elas nunca mais voltavam. Sua mãe sempre lhe dizia que a pessoas entrava em um sono profundo. Já sua vó dizia que quando alguém morria, essa pessoa estava passando por uma transformação e que isso levava tempo, então ela dormia até chegar o dia em que já tivesse se transformado completamente. Nesse dia ela acordaria e iria se tornar uma pessoa forte, que iria ajudar o resto das almas perdidas à achar um caminho.

Sua mãe sempre dizia que sua vó estava simplesmente velha e que não pensava mais como antes, que a cabeça dela era confusa.

Não achava isso. Sempre a admirou por suas histórias.

Tinha uma história que ela gostava em especial. Era de uma garota que morre cedo e depois da transformação, ela consegue vencer uma guerra entre o bem e o mal. Essa menina declarou que não era possível um dos dois vencer, por que as pessoas eram boas, mas também tinham sua parte ruim. E que isso era o que mantinha o mundo em equilíbrio.

Mas agora não poderia mais ouvir essas histórias. Sua vó estava morta e por mais que acreditasse no que ela dizia sobre a morte, ainda afetava olhar para um rosto pálido e sem vida e dizer que aquela pessoa iria um dia acordar e ter o mesmo sorriso de antes.

Foi em direção ao cachão, que estava com uma parte aberta para que desse para ver o rosto da mulher. As pessoas não pareceram notar sua presença, então continuou a andar até que ficou de frente para o corpo.

E de repente a mulher levanta um dos braços e puxa o vestido dela para baixo, a levando junto.

"Lembre-se o que seu nome significa. Você não nasceu para desistir agora." A voz fraca da mulher soou.

E por instinto, talvez, falou o que a mulher queria ouvir.

"Soren. Significa 'Deusa da Guerra'"

Acordou atordoada. As frases ainda bem claras em sua mente.

Olhou em volta e se aliviou quando percebeu que ainda estava sozinha.

Mas isso não durou muito tempo. Logo a porta rangeu, se abrindo logo em seguida.

Começou a se debater em desespero. Não tinha conseguido se soltar e agora estava vulnerável para qualquer coisa que aquela pessoa quisesse fazer com si. Se xingou mentalmente por ter dormido tanto. Agora não havia mais tempo. Tudo estava acabado, iria morrer.

"Está pronta, princesa?" Uma voz masculina soou por de trás da madeira mofada da porta. "Eu tive muitas ideias do que fazer com você..."

"Não! Me deixe ir! Eu faço tudo que me pedir, mas não me mate. Por favor!" Começou a gritar.

E então o homem entra no cômodo, revelando um ser magro e alto, que deveria ter uns 26 anos. O homem vestia um terno preto bem elegante e possuía uma cicatriz que vinha de seus lábios até o canto do olho direito, o qual era todo branco.

"Não meu amor. Eu não vou matar você... Eu só vou te fazer sofrer. Seus gritos são música para os meus ouvidos."

Ela ficou aterrorizada com a fala do homem. Ele com certeza era maluco. Quem gosta de ouvir os gritos de alguém?

"Por que está fazendo isso?!"

Ele fez uma cara de quem achava a pergunta um absurdo. Como se a resposta fosse a mais óbvia da história.

"Ora, princesa. Por que você tem algo que é meu por direito, e se não pode ser meu de bom grado..." Ele faz uma pausa e chega mais perto de onde ela estava. "Eu vou tomar a força!"





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⏰ Última atualização: Jan 17, 2016 ⏰

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