CAPÍTULO DOIS

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Catching my breath

Letting it go

Turning my cheek for the sake of this show

Now that you know

This is my life

I won't be told what's supposed to be right²

(Catch my breath – Kelly Clarkson)

— O que pensa que está fazendo? — gritei quebrando o beijo e, com minhas duas mãos em seu peito, tentei empurrá-lo, sem sucesso.

Alaric me olhou surpreso enquanto suas mãos ainda me seguravam. Meu corpo começou a tremer, reclamando da sua aproximação de uma forma que só eu poderia entender, porém ele pareceu ter compreendido isso da maneira errada.

— Eu... — Ele se perdeu um pouco antes de voltar a falar. — Quando te vi na minha porta, eu não acreditei que era você e quando te vi cantando... eu apenas pensei... merda! Eu senti tanto a sua falta, Jennifer! Estava me matando não poder saber nada sobre você, a não ser teorias malucas dos alunos! Você mudou seu número, ninguém parecia saber para onde você foi e não é como se eu pudesse bater na porta da casa dos seus pais e perguntar! — Parou e deu um enorme suspiro exasperado.

— Isso não explica o motivo de você achar que poderia me beijar! — Em seguida, usei meu melhor olhar acusatório quando finalmente perguntei: — Será que poderia me soltar?

Relutante, Alaric tirou suas mãos de mim, deu um passo para trás e passou a mão nervosamente pelo cabelo castanho, o deixando mais bagunçado que o normal. Isso ainda o deixava tão lindo. Não pude deixar de notar sua barba por fazer e minhas mãos coçaram para sentir a pele áspera.

— Me desculpe, eu não aguentei. Nem parei para pensar se você tem um namorado... — Me lançou um olhar questionador. — Eu não estava mentindo quando disse que senti sua falta.

Mordi meu lábio.

Eu não queria falar sobre isso, no entanto, sabia que não teria mais jeito e seria melhor poder resolver esse problema, já que passaria todos os dias encontrando-o na Academia.

— Eu não tenho namorado. — Não fazia a mínima ideia porque respondi aquilo, já que não era importante. Ele abriu um leve sorriso, parecendo aliviado, e eu não gostei. — Mas isso não vem ao caso no momento. Você não deveria ter me beijado, principalmente porque estamos dentro da sala de aula.

— Isso não costumava ser um problema para você antes, ainda mais pelo fato de na época ser minha aluna.

Fiz uma careta ao recordar do caso aluna e professor que tive com Alaric.

Tanto para não fazer a maldita viagem da memória...

No meu último ano de Academia, Alaric e eu costumávamos passar muito tempo juntos enquanto ele me dava aulas extras sobre composição. Acabamos nos aproximando e nossa relação se tornou um caso, que terminou comigo entregando minha virgindade a ele. Passamos a nos encontrar no seu apartamento após as aulas, já que seria estranho transarmos na sala e correr o risco de sermos pegos. Mas eu não colocava sentimento naquilo, levando tudo como mera diversão e atração — pelo menos era o que eu vivia repetindo a mim mesma.

Ele era um professor fabuloso e um dos melhores da Academia — mesmo com pouco tempo de casa, ele foi muito elogiado pela antiga sede de onde foi transferido, pelo que eu soube —, e meu medo de que fôssemos descobertos piorava a cada dia que passava. Então, quando fui embora, minha mente ficou mais calma e parei de me preocupar com o emprego de Alaric e de acabar com a reputação do meu pai, apesar de ter me custado um belo preço.

Amor em Notas MusicaisOnde histórias criam vida. Descubra agora