A Expedição Fantasma

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Pelas longas águas do atlântico, vaga um navio misterioso que, sem tripulação, mantem-se a navegar sozinho com o vento, sem rumo nem direção. Não pensem pois que o navio foi vítima de uma batalha naval ou um saqueamento pirata, pois o navio não apresenta nenhum dano ou sinal de batalha.

Nem sequer imaginem que sua tripulação tenham fugido de seu navio as pressas, pois todos os botes estão em perfeito estado e os mantimentos praticamente intocados. De fato o rumo sobre o fim de sua tripulação tem o mesmo ar de mistério do que o ambiente presente no navio fantasma.

A única testemunha presencial sobre o rumo do navio é de fato, um velho diário de bordo escrito pelo capitão e dono da embarcação. Pois, sem mais delongas, vamos a ele.

20 de fevereiro de 1782

Foi com sucesso que organizei essa empreitada de fazer essa viagem pelas águas do atlântico. Por não ser um senhor de muitas posses consegui adquirir esse pequeno barco e juntar uma modesta tripulação além de minha própria família. Essa viagem está, sem sombra de dúvidas, conforme tinha planejado.

22 de fevereiro de 1782

Dois dias após partirmos do porto, já não se pode mais ver a costa de minha terra natal, França. Navegar pelo mediterrâneo é sem dúvida revigorante e é um bom treino para minha família para sentir a sensação do que é estar em alto mar. Mas meu espírito aventureiro só estará satisfeito após cruzarmos o estreito entre Espanha e África estaremos em fim, a vasta imensidão do oceano atlântico.

25 de fevereiro de 1782

Parece certamente que o sopro divino está nos auxiliando nessa expedição, já posso sentir a brisa vinda do oceano. Todos na embarcação, apesar de não acompanharem da mesma ansiedade que a minha, estão encantados com a aventura propiciada nessa expedição. Vale lembrar que os mantimentos também são bastante generosos, com carne de porco defumada e temperada com especiarias orientais. Aproveitamos a parada em Portugal para repor uma barrica de vinho do porto de excelente qualidade. O primeiro imediato sem dúvida ficou muito contente com a aquisição e anseia pela degustação do lote.

28 de fevereiro de 1782

Estamos finalmente em oceano aberto, a pequena tripulação, que conta com minha esposa, meus casal de filhos, um primeiro imediato e dois criados de bordo já se prepara para qualquer forte correnteza ou tempestade que possa nos surpreender no oceano. Em minha parte, a pior das correntezas não se compara a situação política em meu país.

Os gastos da coroa em financiar a revolução da mais nova república na América foi um desastre para a administração de recursos e uma revolução de igual porte pode estourar em nossas terras a qualquer instante. Não caberá a mim presenciar os primeiros conflitos.

03 de março de 1782

Como faz bem a mim essa sensação de velejar em alto mar. Pena que minha família não está bem acostumada. Passamos por uma pequena tempestade que fez o navio titubear agressivamente. Meu filho ainda passa mal com enjoos e vômitos, por recomendação do primeiro imediato nos ministramos pequenas doses de destilado que parecem surtir um pequeno efeito de melhora.

Essas viagens transoceânicas me lembram das expedições que fiz pela corôa por terras sul americanas, onde convivi com os nativos e absorvi muito de sua cultura com interesse de ali estabelecer colônias. É verdadeiramente uma pena nossa nação ter perdido o controle de terras sul americanas que dominavam uma enorme porção de onde hoje é a grande colônia portuguesa. Agora somos segregados a exploração de um pequeno território equatorial e uma porção continental do norte em torno do rio Mississippi.

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