Capitulo 1 - Você conhece Sean?

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Aqui estou eu. 22 anos de idade. Diploma no bolso. Desempregada. Depois de anos de planejamento, por fim, eu decidi ser Au Pair nos EUA, investir nos meus estudos, e viver por dois anos o "sonho americano"! Mas meus planos nunca se concretizam assim tão rápido, e antes que esse meu projeto se torne realidade tive que dar uma parada de 2 meses e estudar inglês no Canadá, já que estava totalmente insegura e não podia e nem posso me declarar fluente no idioma.

Estou aqui há 35 dias e hoje é um dos dias mais frios desde que cheguei. Ainda é verão e está um gelo do lado de fora, mas ainda assim é um milagre não estar chovendo na conhecida RAINcouver. Daqui a algumas semanas estarei voltando para casa, então acho que não é o momento para me sentir desanimada e me trancar no quarto e continuar assistindo minhas séries (embora eu esteja desejando fortemente que isto aconteça).



Porém, fui convidada para uma despedida, e acho que serei capaz de encontrar Sean por lá. Quem é ele? É um coreano por quem tenho/tive uma paixonite a primeira vista, e com quem tive algumas conversas via Facebook, Line e Kakao Talk... É, falando assim, estou parecendo uma stalker, mas não é o que parece ser. Embora ele seja um pouco frio comparado a um brasileiro qualquer, consigo perceber que não sou um incômodo. Sei enxergar onde termina meus limites. Consegui manter nossas conversas e fazê-lo rir, mas isso exigiu muito de mim, o que significa que era eu quem ritmava todos os assuntos, sem contar que ele é indecifrável. Quando conversávamos, ele era impassível, mas quando falava de mim ou de nossas conversas para as nossas amigas em comum parecia que conversávamos por horas e que ele sabia muito sobre a minha pessoa. Nunca tinha conhecido um coreano antes, então, apenas confiando nos meus instintos de sobrevivência emocional decidi seguir adiante e não o procurei mais, na esperança de alguma atitude, confesso. Apenas o cumprimentei pelos corredores da escola. Vou ser franca e dizer que em todas as vezes me segurei para não puxar mais um assunto bobo qualquer, ou que até mesmo me pego perguntando o que se passa na cabeça dele e se ele sente falta das conversas...

Como sou idiota. É claro que não sente. Independente da nação, todo homem deve mostrar se o interesse é recíproco ou não. Se não é falta de interesse, o que mais seria?

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Neste momento estou a caminho da despedida de mais uma colega, Nitza, do México (uma das poucas que restaram que me fazem sentir uma pessoa normal -- É, muitas pessoas não entendem, nós, os "latinos").

A voz feminina e o display dentro do ônibus sinalizam que meu ponto é o próximo, -- agradeço a Deus por estar em um país bem desenvolvido, porque se estivesse em uma cidade como a de onde venho, já estaria perdida e com a vida em risco -- em poucos segundos o display muda para o relógio, que marca 21h40. Apesar de ser quem sou não estou atrasada como de costume, pelo contrário, estou muito adiantada, mas minha preocupação ainda é se eles foram sem mim.

Desço do ônibus às pressas, e apesar de estar em Vancouver há um mês, ainda carrego a desconfiança e o medo comigo. Não que eu seja uma pessoa medrosa, mas que pessoa não estaria apreensiva a essa hora da noite estando sozinha em uma rua quase deserta, quando se vem do Brasil?

Aperto mais um pouco o passo quando me surpreendo com algumas pessoas que surgem das sombras, e me esforço para afastar esses tipos de pensamentos até chegar ao Gastown, uma rua sempre movimentada e famosinha por ser cheia de restaurantes e lojinhas de souvenires (caras). Agora sinto que posso caminhar tranquilamente e começo a perceber que estava parecendo uma velha louca desconfiada. Mas agora me volta o pensamento de ter sido abandonada para trás. bom. Você deve estar pensando que sou cheia de complexos e medos, mas não sou. O motivo para esta situação agora é porque confirmei de última hora que estava vindo para cá.

Daebak! Sou a crush de um K-IdolOnde histórias criam vida. Descubra agora