Prefácio

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Oh, minha bela mãe Ela me disse, filho, você irá longe na vida Se fizer tudo direito, amará o lugar onde estiver Apenas tenha certeza de que onde quer que vá Você sempre poderá voltar para casa.

-Jason Mraz-Million miles

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Sete anos atrás...

Hoje estou saindo de casa, dia 16/10/09 às 04:30 am aos 18 anos de idade. Sabe hoje é o dia mais feliz e o mais triste da minha vida, o dia mas feliz pois a partir de hoje sou dona do meu próprio nariz, hoje ganho a minha independência, não vou mas prestar contas a ninguém, mas também sei que com essa independência vem a responsabilidade, pois não terei mas a proteção daqueles que amo e que me amam. E o dia mas triste é  exatamente por isso deixar a queles que amo, minha família meus amigos toda uma vida para me jogar no incerto, para mergulhar no escuro, no desconhecido.

Porque estou saindo de casa? Por que consegui um emprego em outro estado.
Como eu consegui? Com uma amiga de infância que se mudou pra Santa Catarina a alguns anos com a mãe.
E porque eu não arrumei um emprego na cidade e estado onde moro, perto da minha família? Simples, não tem emprego, é um lugar pobre sem renda alguma a não ser que você seja político.
E como eu e minha família sustentavamos? Quebrando cocô babaçu com meus Avós, eles já se foram, primeiro meu avô e agora minha avó e eu fiquei sozinha.
A onde estão meus pais? Aqui nesta mesma cidade onde vivo, mas eles pouco se importam comigo, eles se divorciaram a alguns anos, e acho que eu os faço lembrar os piores anos da vida deles.
E o restante da minha família? Não me suporta eles dizem que não sou digna deles (pouco me importa) e pra não dizer que de todo a família não me suporta tenho uma tia,tia Maria que foi mas que uma mãe quando meus Avós morrerão, a única irmã do meu pai, ela tem cinco filhos é  meio louca mas é a melhor mãe do mundo, e é a única de quem realmente vou sentir falta, claro dela e das suas cinco pestes.

E é ela e seus cinco diabinhos digo anjinhos que estão hoje comigo na rodoviária.

-Eu vou sentir tanto a sua falta- falou a minha tia com lágrimas nos olhos.

-Eu também vou sentir tanto a sua falta tia. Nem sei como vou viver sem você e essas suas pestes.

-Porque você tem que ir Ângela? Você poderia arrumar um emprego como doméstica, na casa do prefeito onde trabalho, estão precisando de mas uma para cuidador das crianças.- Tia Maria vem tentando me convencer de ficar desde o dia que descobriu que estava de partida.

-Obrigada tia por mais que eu goste de crianças, nunca mas nunca mesmo que eu iria trabalhar para aquele velho asqueroso- O prefeito é um velho seboso que gosta de meninhas.ECA!

-Por favor Ângela fica não vai não.- Já contei que ela é a mulher mas insistente que eu conheço.

-Tia entenda, aqui não é mas lugar pra mim, depois que meus Avós se foram não vejo sentido em ficar aqui, meu pai só vive bêbado e a minha está muito feliz com o marido e o meu irmão e não acho que ela vá dar por minha falta- Tentei fazer ela entender- E mas, estou indo pra ajudar a senhora e as crianças a terem um futuro melhor.

-Há minha querida você é tão boa.

-Tia de Boa eu não tenho nada. - Nós rimos juntas e bem nessa hora o ônibus que me levaria para longe deles chegou.

Uma Longa JornadaOnde histórias criam vida. Descubra agora