Intercâmbio

245 4 0
                                    

Alice’s POV:

Eu estava arrumando minhas malas junto com a minha BFF, Carolina, também conhecida como Carol, Cah ou vaca para os mais próximos. Nós íamos fazer um intercâmbio de 1 ano para terminar o Ensino Médio na Inglaterra. Eu queria ir para Londres, mas graças à vaca aqui, nós íamos para Doncaster. Ela cismou que queria ir para a mesma escola que uma tal de Charlotte Tomlinson para ter uma chance mínima de conhecer o Louis daquela boyband, a One Direction – stalker: sim ou com certeza?

Mas enfim, eu achava que podia ser até melhor ir para uma cidade do interior do que para Londres, quero dizer, seria mais calmo e seguro do que uma metrópole grande como Londres. A gente ia ficar com a minha tia Martha que foi morar com o marido dela que era de lá mesmo. Melhor do que ficar em casa de família também.

Eu: Ei vaca, me passa esses documentos aí em cima da cama?

Cah: Tu não tem mão, não, por acaso?

Eu: Ah, vai Cah, please!

Cah: Ok, bitch.

Ela só fez esticar o braço e pegou a papelada que a gente tinha que entregar na diretoria quando chegasse na escola já que ela estava bem do lado da cama.

Eu: Você não vai ficar chamando todo mundo de “bitch” quando a gente estiver lá, certo?

Cah: Ai bitch, não se preocupe! Todos vão me amar e te tolerar!

Ela disse fazendo uma pose de diva e me entregando os papeis. Os guardei dentro da mochila que eu iria levar e fiz minha melhor cara de “WTF?”. Ouvi passos no corredor dos quartos e a respiração de um ser atrás da porta. Será que esse humanoide não vai me deixar em paz nem no meu último dia aqui em São Paulo? Abri a porta com tudo e sem dar aviso prévio e só consegui ver a peste do meu irmão rolando escada abaixo. Bem feito, bastardo. Okay, tudo bem que a minha mãe vai ficar bem puta comigo, mas a satisfação de ver ele caindo supera todas as broncas e castigos. Estava tão distraída encostada no batente da porta do meu quarto que nem vi a vaca rindo descontroladamente do meu lado até que ela se segurou no meu ombro para não cair de tanto rir.

Ouvi minha mãe gritando no andar de baixo. Eu e Carol nos entreolhamos e entramos correndo no quarto, fechando a porta em seguida. Voltamos a arrumar nossa bagagem esperando que a minha mãe não viesse me dar uma bronca daquelas. Minha mãe era uma senhora com seus quase cinquenta anos, doce e compreensiva, mas isso até você empurrar o filho caçula dela de uma escada.

Ouvi passos rápidos na escada e esperei pela minha sentença de morte. Minha mãe, Rosa, abriu a porta do quarto num rompante e me fuzilou com os olhos semicerrados. Seu rosto estava vermelho de raiva e ela pousava a mão direita no quadril, em uma pose que eu teria achado engraçado se eu não estivesse prestes a morrer.

Mãe: Alice Oliveira Gomez, você por acaso empurrou seu irmão na escada, mocinha?

Eu: Ér... Eu diria que foi a porta, não eu...

Mãe: Ah minha filha, vocês não conseguem se comportar nem no seu último dia aqui?!

Eu: Fala isso para ele, mãe! Eu estava aqui mó na paz de Deus e esse demônio estava atrás da porta nos bisbilhotando!

Falei já aumentando meu tom de voz, se eu ia me foder mesmo, resolvi fazer um show de qualidade. A Cah estava devidamente calada e sentada na cama. Ela morria de medo quando a minha mãe dava um piti. Mas também, os pais dela são os pais mais suaves do mundo! Uma vez ela passou duas semanas em Campos do Jordão com o ex-namorado dela de 25 ANOS sem ligar uma única vez e quando ela chegou em casa eles fizeram panquecas pra ela. PANQUECAS! Eu seriamente necessito que eles me adotem antes que a minha mãe de deserde.

Mãe: Eu não vou te botar de castigo nem nada só porque você já vai para a Inglaterra, mas saiba que eu não gosto nada dessa sua atitude!

Eu: E o fato de que isso seria uma grande injustiça não afetaria em nada seu julgamento?

Mãe: Que injustiça?! Você abriu a porta com força sabendo que ele estava atrás dela!

Eu: Então ele tem todo o direito de me espionar e eu não posso dar uma portada na cara dele?!

Mãe: Filha, você tem que parar de ser tão infantil!

Eu: Eu não sou infantil mãe, me deixa!

Mãe: Ok! Você venceu dessa vez... Agora vão se arrumar meninas porque seu pai está chegando para levar vocês no aeroporto.

Eu: Pelo menos o papai me entende...

Murmurei enquanto ela fechava a porta do quarto com força.

Cah: Eu tenho medo da sua mãe!

Ela disse com uma cara pálida. Eu ri da sua cara e fui tomar um banho rápido. Sai do banheiro enrolada na toalha e a Cah já tinha acabado de arrumar a mala dela. Ela entrou no banheiro para tomar banho enquanto eu me vesti.

Carol saiu do banheiro já vestida e me ajudou a terminar de arrumar minha mala.

Roupa da Ali: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=89946168&.locale=pt-br

Roupa da Cah: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=89947615&.locale=pt-br

(OBS.: Se o link não abrir é só copiar e colar, viu amoras?)

Carolina’s POV:

Cara, eu tenho muita sorte de ter os pais que eu tenho... Eu posso ficar um mês sem falar com eles que eles parecem nem perceber. Bem, isso é porque eles são extremamente ocupados. Meu pai é o melhor neurocirurgião de São Paulo e a minha mãe é uma advogada viciada em trabalho. Todo dia ela traz uma pilha de casos para revisar em casa. Resultado: pais ausentes. Bem, é claro que às vezes eu queria que eles tivessem mais tempo para mim, mas eu também não queria que eles fossem que nem os pais da Ali.

O pai dela era um arquiteto famoso e a mãe, uma ex-pediatra. Como a mãe dela se aposentou, agora o trabalho dela é ser dona de casa e mãe 24 horas por dia e, bem, isso sufoca qualquer um, principalmente a Ali, sendo tão vida loka como só ela. Eu nunca vi uma pessoa se meter em tanta treta como a Ali. Ela gosta de zoar todo mundo e muitas vezes acaba em brigas. Também adora aprontar com as pessoas, principalmente os irmãos dela.

Eu sou filha única, então eu não entendo muito essa rixa entre ela e os irmãos. Lucas, de 20 anos, que já está na faculdade, mas visita todas as férias. Ele é muito gostoso... Clara, de 15 anos. Ela se acha a última coca-cola do deserto e eu também odeio ela. Júlia, de 11 anos. Ela é muito fofa, gentem! E, por fim, a maior peste de todas: Vítor, o demônio em forma de “criança” de 9 anos. As aspas são porque a gente já viu ele quase comendo uma garota na escola e porque ele vive assistindo filme pornô. O maior sonho dele parece ser pegar a gente trocando de roupa, por isso ele vive espionando pelos cantos. A Alice é tão acostumada com isso que sempre sabe se ele está escondido nos observando ou não.

Quando acabamos com a mala. Descemos e esperamos só uns cinco minutos até que o pai da Ali chegasse.

Just a DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora