Capítulo 1: bem-vindos ao começo do fim

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Paola

Ah, não sou fã de manhãs, mas não tem como negar que há algo de revigorante na brisa frisa que paira no ar. Ou talvez só reparei nisso para amenizar a realidade terrível de que a qualquer momento terei que levantar e encarar o primeiro dia de aula do terceiro ano.

Consegui me arrumar a tempo de pegar carona com meu irmão (por Deus, a faculdade dele começa meia hora depois da minha escola, por que tanta pressa?)

-Você demora para caralho. –Thiago bufou (de um jeito muito sutil e delicado, como se percebe) quando eu sentei no banco ao lado do motorista.

-E você é muito fresco -fiz careta para ele.

Ele acelerou ao sair da garagem e em questão de minutos estávamos parados em frente ao prédio mal-acabado da escola, e não exagero: existem salas sem rebocos!!!!! Sim, Brasil!!! Pago 1200 reais por mês por uma sala sem rebocos.

Respirei fundo.

-Começou a ter medo da escola, maninha? –Thiago me cutucou com o cotovelo.

-Sim, obviamente –fiz minha melhor cara de desprezo para ele e abri a porta do carro, mas antes de sair, me inclinei pra beijar a bochecha do meu irmão. –minha aula termina 12h30min. –e só então saí, sem dar tempo para ele discordar de mim.

Caminhei até a minha sala sozinha, cumprimentando rostos conhecidos durante o trajeto.

Gritinhos histéricos, risadas masculinas, discursos de saudade e até cantadas machistas. Realmente, eu amo o cenário escolar.

Mas cá entre nós, não sou ninguém para julgar, já que balancei meus braços animada quando vi minhas amigas, as puxando para um abraço.

-Eiii, miguxas –brinquei enquanto apertava Natália.

-Por que você está tão feliz? É segunda-feira, e é o primeiro dia de aula. –Luiza me olhou com um misto de desconfiança e desprezo.

-É que a vida é linda, sua depressiva. –expliquei enquanto me dirigia para uma mesa qualquer encostada na parede.

-E você também. –Cadu piscou para mim (certo, talvez escolher a mesa em frente à dele não tenha sido uma boa idéia), reprimi minha vontade de revirar os olhos e acenei a cabeça para ele.

-É, eu sou. –Pisquei de volta para ele, não há nada mais divertido do que meninos do colegial achando que tem alguma chance com você.

Ele riu e se sentou, ajeitando o boné para trás.

-Por favor, Paola, você prometeu que esse ano não brincaria com a cara de tantos garotos. –Rafael apareceu escandaloso e dramático, logo me enchendo de beijos no rosto.

-Ai, bicha louca, vai com calma. –limpei meu rosto babado e só então o abracei, beeeem apertado.

-E então chicas, como passaram as férias? –ele mudou de assunto enquanto Natália e Luiza se aproximavam.

-Você quer dizer nos três dias que não passamos juntos? –fiz uma das minhas melhores caras de dúvida, e ele mostrou a língua para mim.

-Só estava sendo educado, aprende comigo. –ouvi as meninas fazerem um ''uhhhh'' e ri, logo em seguida, Rafael viu aquele que ele nomeia de bofe 97 e saiu puxando as meninas para fora da sala, na direção dele. Não tenho paciência para todos os casos de Rafael, as meninas têm.

-Então, você gosta de brincar com os meninos? -Cadu se inclinou na minha direção quando me sentei, com aquele típico sorriso prepotente dele, já que, aparentemente, sua autoconfiança não tinha se abalado com as palavras de Rafael.

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⏰ Última atualização: Jan 24, 2016 ⏰

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