Até Que a Sorte Nos Separe.

Parte 1

   Ela continuou dirigindo sem olhar para trás. Sabia que se olhasse voltaria, e ela realmente queria esse tempo ou pelo menos precisava.

   Ela olhou o GPS e viu a rota pronta, parou pensou e desligou o GPS. Ela não queria um rumo, nada planejado, só queria tentar a sorte.

   Segiu a rodovia interestadual e simplesmente dirigiu, dirigiu sem parar.

   Havia tanta coisa em sua cabeça, o passado, agora era passado, ela não voltaria atrás. Tantas pessoas, acontecimentos, ela não tinha certeza se queria esquecer mas sabia que precisava. Por isso ela simplesmente dirigiu.

   Ela viu o sol se pondo e a lua nascendo. Mas não parou, ela queria ir mais distante, o mais distante possível. Quanto mais longe melhor. Mas já estava tarde, o relógio marcava 8:00 pm. Ela precisava descansar, e talvez a sorte estava um pouco com ela, ela viu uma placa que indicava uma cidade à 2 milhas, Redditch. Era uma pequena cidade, mas serviria para o propósito dela. Ela só precisou dirigir por mais 20 minutos que já consegiu avistar a cidade.

   Na entrada da cidade ela avistou um pequeno bar que se lia The Rooters no letreiro, parecia bem velho e acabado, um pouco nojento também.

   Ela estacionou o carro e desceu. Ao abrir a porta deu de cara com homem velho, careca e rabugento. Fedia a Balkan, e parecia que não tomava banho a pelo menos 3 dias. Olhou para ela como se olhasse para um sanduíche e estava abrindo a boca para provavelmente soltar uma gracinha quando ela desviou e caminhou até o balcão.

   Ao se sentar, o barman chegou.

   -Posso ajudar?- Ele parecia ter uns 40 anos, era gordo e não tinha uma cara de bons amigos.

   -Sabe de um Hotel em que eu possa ficar?- Perguntou analisando o local. Não havia muita gente no bar. Um grupo de homens jogando sinuca de um lado, no lado oposto 3 homens riam de uma piada. E em um canto escura tinha um jovem, parecia ser jovem, ter uns 21 anos, não conseguia enxerga-lo bem. Ele não parecia querer ser visto.

   -É uma cidade pequena, as pessoas dormem cedo, os Hotéis devem estar fechado a essa hora. Pode ficar aqui por 50 pratas a noite, com direito a 1 refeição.- Com certeza era uma grande mentira, são apenas 8:00 pm que hotel estaria fechado a essa hora? Provavelmente ele só queria ganhar uma grana, mas e daí, pelo menos ela pagaria pagaria mais barato, valia tentar.

   -É, deve estar- Falou olhando para ele- 1 Quarto e uma dose de Vermouth também por favor.- E ele preparou rapidamente a dose parecendo mais feliz por ter conseguindo mais um cliente.

   Ele serviu a bebida com um leve sorriso no rosto e começou a falar algo quando foi interrompido por um forte barulho de cadeira caindo. Ela se virou e viu a cena, foi tudo muito rápido, o garoto socando a cara de um dos velhos que jogava sinucas antes, o coroa tentando devolver o golpe e o menino desviando muito rápido e batendo de novo agora mais forte bem no centro da cara do senhor e então o barman os separou e encarou o menino.

   -Qual o seu problema H?- Ele grita. O menino o encara com um olhar de desculpa e se vira para o velho. Após se encararem por uns 2 minutos o Coroa fala- Você...- Mas não consegue terminar. Enxuga o sangue da boca e sai com um grande bater de portas.

   E então o garoto se vira, vê a menina e começa a andar em sua direção. Ela se vira rapidamente começando a tremer e ficar nervosa. O menino senta-se ao seu lado e a encara. Ela desvia o olhar. Ela sabia que não devia ter ficado nessa espelunca, parece que a sorte não estava tão ao seu favor. Ela pega a bolsa e começa a se levantar preparando-se para sair. Quando de repente escuta a sua voz.

   É, ele falou com ela.