Capítulo 1

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Aqui estou eu, dentro de um ônibus, chorando por ter deixado minha avó e minha tia por parte de pai paradas no ponto, acenando, na velha e pequena cidadezinha em que elas moram, me escondo para que minha mãe não veja minhas lágrimas. Eu realmente queria ficar, não aguento mais ter que seguir mamãe para todo lugar e vestida do jeito que ela quer que eu me vista, jeito horrível inclusive. Somente 8 anos de idade e tenho que me vestir como uma velha. Apenas vovó me deixa usar menos roupa pelo menos no calor ou dentro de casa. Agora, minha mãe se casou de novo e nos mudamos de cidade não sei nem o por que.

Já é tarde da noite, e está acabando as minhas férias de verão, só mais umas cinco horas de viagem e estarei de volta à cidade em que moro há dois anos. Não leva muito tempo pra o ar condicionado me deixar sonolenta.

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-Ellen, acorda, a gente já chegou! - Minha irmã, Emilly, cutuca meus ombros quase os perfurando, acordo assustada olhando pela janela e me viro para que ela veja que já estou acordada.

Cinco horas da manhã e logo estou em... CASA? Cadê os móveis? E as minhas coisas? Meu Deus, o que aconteceu aqui? Pergunto pra mim mesma mas logo minha mãe responde meus pensamentos:

-O que acham de nos mudarmos para São Paulo? Wesley e eu fomos lá nestas férias e decidimos morar lá. A maioria dos móveis ja foram e em instantes estaremos indo também.

Confesso estar um pouco assustada com o aglomerado de informações. E como uma boa geminiana, indecisa entre dois lados: triste, porque já me acostumei onde estou morando e ficarei ainda mais longe da minha família, mas ao mesmo tempo feliz, por estar ansiosa para conhecer São Paulo, fiquei sabendo que lá é muito diferente daqui.

-Huum... ta! - Emilly e eu resmugamos baixo em um uníssono enquanto observamos o local vazio.

Sei que Emilly não gostou muito da ideia pois terá que deixar seu namorado, aquele com quem pretendia fugir desde o ano passado com um plano "super infalível": jogar uma mochila com objetos pessoais que mais iria precisar pelo muro, pular em seguida e sair correndo, de madrugada. Esse foi o primeiro motivo que pensei para a dona Eliene querer ir embora assim tão depressa.

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