Candy 》camren [book two]

Chapter Two- Dreaming again

Dizem que quando está chegando sua hora você consegue sentir a morte te arrastar. Mas eu não senti nada disso quando apaguei no chão do hospital. Eu não estava morrendo...

             ***

"Lauren?" A princípio pensei que a voz que estava me chamando era minha mãe, mas ao abrir os olhos fiquei surpresa quando vi Sinuhe sentada em uma cadeira ao meu lado. Ao lado de uma cama de hospital.
Tentei sentar para conversar com ela, mas senti uma pressão tão forte na cabeça que acabei deitando de novo. "Poupe seus esforços, querida." Disse ela, logo em seguida levantando para fechar a porta.

"O que aconteceu?" Foi tudo o que consegui dizer. Parecia que a parte do meu cérebro que era responsável pelas memórias havia sido arrancada brutalmente.

"Logo em seguida que foram com Mila para a emergência, você teve um surto de raiva. Tiveram que dar calmantes para você dormir..." explicou ela, detalhe por detalhe. "Parece que você também recebeu um diagnóstico... Mas não se desespere, sua mãe irá conversar com você. Está tudo bem agora... Camila quer muito te ver."

Eu franzi as sobrancelhas, sentindo meu coração dar um salto dentro do peito. "C-Camila quer me ver?" Ela assentiu sorrindo e disse que assim que minha mãe voltasse eu poderia visita-la. Não precisou ser dito mais nada para que eu estivesse em prantos. Então fora tudo um sonho? Camila estava viva?
Quando fiz essa pergunta para Sinuhe tenho certeza que ela se ofendeu, então para tentar concertar a situação eu expliquei sobre o pesadelo que tive após "cair no sono".

"Foi horrível..." sussurrei. "Parecia verdade, ela estava morta bem diante dos meus olhos..."

"Sinto que parte do que aconteceu com minha filha foi culpa minha. Eu era uma mãe muito ausente, trabalhava muito e quando o pai biológico de Camila faleceu, fui tomada pela dor e acabei arrumando outro marido sem nem piscar os olhos. Esse homem destruiu o pouco de esperança que ela ainda tinha no coração...Eu ainda me culpo por isso." percebi que ao terminar de falar ela estava com os olhos marejados. Resolvi mudar de assunto antes que eu chorasse mais uma vez.

"Mas vai ficar tudo bem outra vez..." eu disse sorrindo, começando a duvidar de mim mesma.

Minha mãe entra no quarto minutos depois carregando uma muda de roupas para mim e dizendo que eu já podia ir para casa.

"Não vou para casa agora." Respondi. "Não sem antes ver Camila."

"Tudo bem." Assentiu compreensiva. "Não demore."

"Não garanto nada." Levantei as mãos como se estivesse me rendendo.

Meu coração não parava de acelerar um só segundo. Depois de levantar da cama com ajuda das enfermeiras e me vestir com o (infelizmente) vestido que minha mãe havia trazido, fui guiada pelo médico até a porta do quarto. Antes de entrar né certifiquei de estar apresentável ou quem sabe "bonitinha".

Por um minuto foi como se tudo congelasse...

Camila estava olhando para a televisão, mas ao perceber que eu havia entrado, fixou seus (lindos) olhos castanhos em mim, observando-me de cima a baixo. Quando ela sorriu, ah... Foi como se a luz tivesse sido devolvida ao meu mundo.

"Caramba, Lauren..." ela disse. "Você está parecendo uma garota."

Eu tinha total direito de ter ficado brava, mas ao invés disso, tudo o que fui capaz de fazer foi me aproximar e a abraçar fortemente. Como eu havia sentido falta de seu cheiro doce...

"Promete que nunca..." as lágrimas começaram a cair antes mesmo que eu pudesse concluir a frase. Naquele momento eu torcia para que Camila não escutasse as batidas descoordenadas do meu coração.

"Ei, pare..." ela partiu o abraço e enxugou minhas lágrimas devagar. "Se você chorar eu vou chorar também." 

Bom, não preciso nem dizer que no fim das contas ambas estávamos chorando. Fiz Camila prometer que nunca mais faria aquilo comigo. Ela poderia ter morrido.

"Você ia sentir minha falta?" Ela sussurrou, mordendo o canto dos lábios. Droga, eu simplesmente odiava quando Camila fazia isso...

"Deixa de ser boba... É claro que eu sentiria... Fiquei tão preocupada com o que poderia ter acontecido, você não faz ideia!" Suspirei, apertando levemente sua mão.

"Eu sempre vou aguentar firme, Lauren. Porque você me faz forte." Sussurrou olhando bem nos meus olhos. Algo me dizia que aquele estava bem longe de ser o fim.