JEON JUNGKOOK
"Então você é um ano mais velho que eu. Eu deveria te chamar de hyung?"
"Se quiser." ele deu de ombros e eu assenti.
Passamos tanto tempo conversando sentados naquela mesa de café que nem percebemos o tempo passar. Eram quase oito horas quando resolvemos olhar o relógio.
Eu havia conhecido bastante de Taehyung. Ele me disse que trabalhava na livraria Youngpoong e escrevia mangás, me falou um pouco sobre si mesmo, as bandas que curtia, livros favoritos, comidas favoritas, contou algumas histórias divertidas que viveu junto com o melhor amigo, que eu aprendi ser chamado Hoseok. Eu também falei sobre mim, sobre a minha faculdade de veterinária, meus hoobies, sobre Kaneki.
Eu notei semelhanças entre Taehyung e o meu personagem de anime favorito, os cabelos loiros que pareciam mais grisalhos e platinados, caindo sobre os olhos.
"Você gosta de Tokyo Ghoul?"
"Meu mangá favorito."
"Eu prefiro o anime."
Taehyung me olhou ofendido, eu ri achando engraçada a careta ultrajante em seu rosto. "Você já leu o mangá?"
"Bom... Nunca." disse simplista.
"Oras, então como pode falar que prefere o anime se nunca leu o mangá?" ele disse indignado. Eu dei de ombros.
"Na realidade é o único anime que já assisti, eu não sou fã."
"Eu vou te emprestar o mangá um dia." assenti gostando da ideia. Para ele me emprestar nós precisaremos nos encontrar eu queria manter contato com Taehyung.
Nós nos despedimos na frente da cafeteria. Ele iria pra uma direção e eu para outra. Taehyung me abraçou como uma mamãe urso e me desejou boa noite, eu corei.
Voltei para a clínica do meu irmão mais velho pra pegar meu cachorro e leva-lo para casa.
"Como ele está?"
Seokjin se virou na minha direção com um sorriso sugestivo. "Você estava até agora com aquele rapaz maravilhoso, Jeon Jungkook?!"
"Hyung!" chamei sua atenção. O rubor tomava conta das minhas bochechas.
"Você fez o que o hyung te ensinou?"
Eu esbugalhei os olhos sem acreditar nas palavras do meu irmão. Jin começou a rir. "Eu te odeio. Me dá o meu filho e vamos embora."Jin negou e me obrigou a sentar na cadeira perto dele. "Ele é legal?"
Suspirei sabendo que não escaparia dos olhos curiosos do meu irmão e a única solução era falar. "Ele é diferente. Exótico é a palavra certa." falei meditando nos meus próprios pensamentos.
"Exótico é excitante." eu revirei meus olhos e ignorei a queimação nas minhas bochechas. "Você vai manter contato?"
"Nós pretendemos continuar nos conhecendo melhor. Sem segundas intenções." eu disse e acrescentei quando vi os olhos de Jin brilharem em antecipação "Me promete que não vai tentar dar uma de cupido." implorei. Já não bastou todos o meu ensino médio frustrado."
"Yah! Você e o Jimin formavam um casal lindo." ele se defendeu.
"Nós eramos melhores amigos hyung. Nunca ia rolar." eu falei chateado.
No meu primeiro ano no ensino médio eu fiz um amigo que se tornou o meu melhor e único. Ele era Park Jimin, um garoto bochechudo que gostava de dançar e ria de qualquer coisa. Jin sismou que nós eramos um casal e fez de tudo para que tivéssemos momentos a sós como encontros e essas coisas. Nenhum de nós sabia de primeira, mas quando chegávamos lá era uma jantar a luz de velas, um piquenique a beira do rio Han, um passeio pela torre Namsan. No final eu e Jimin acabamos nos distanciando e tudo culpa do meu irmão mais velho.
Agora o único amigo que eu tinha era o meu filho, Kaneki.
"Certo. Eu sei que acabo exagerando mas esse é o meu charme." eu levantei da cadeira rindo e sai da sala de Jin indo procurar eu mesmo meu cachorro.
Kaneki estava no hotelzinho sozinho brincando pelo quintal que agora estava todo cheio de neve. Olhei o céu escuro e soltei um suspiro. Dias frios não eram meus favoritos.
"Vamos pra casa, Ken!" bati palmas. Meu cachorro começou a pular e latir em animação, ele me seguiu pela clínica, peguei um guia e prendi na coleira. "Vamos Jin!" gritei da recepção.
Meu irmão apareceu alguns minutos depois com suas roupas normais, ele fechou tudo e nós caminhamos até o metrô.
(...)
Quando cheguei em casa a primeira coisa que eu fiz foi correr até o aquecedor que eu havia esquecido desligado. Minha casa estava um frio impossível, mas Kaneki parecia se divertir. Coloquei um pouco da carne para cachorro na sua vasilha e água nova. Corri para encher a banheira e tomar um bom banho quente até meu corpo se descansar por inteiro.
"Kookie!" ouvi meu irmão chamar. Sai do meu quarto e me deparo com ele na minha sala. "Que frio é esse criatura!"
"O que foi?" ignorei suas constatação obvia.
"Por acaso você tem camisinha?" eu me engasguei com a saliva e olhei meu irmão incrédulo.
"Você está falando sério?"
"Nunca estive tão sério. Então você tem ou não?"
Eu suspirei meio confuso. Dei as costas e voltei para o meu quarto procurando alguma camisinha nas gavetas do meu banheiro, achei um pacote inteiro ainda fechado, voltei pra sala com o pacote e joguei pro meu irmão.
"Epa... Eu não quero saber o que você vai fazer com isso, só some daqui e tranca a porta." eu fui logo cortando quando percebi que Jin iria falar os motivos de precisar da camisinha. Apesar de serem bem desnecessários.
Voltei para o meu banheiro, ouvi uma batida de porta e sorri. Finalmente sozinho. Tirei as peças grossas que cobriam meu corpo e me deitei na banheira cheia de água quente. Soltei um assobio feliz ao sentir meus músculos tensionados relaxarem, peguei meu celular no balcão um pouco acima e procurei alguma música que pudesse combinar com o clima.
Eu aproveitei e salvei o número de Taehyung nos meus contatos. Kaneki também veio me fazer companhia, ele deitou na porta com a cara por cima das patas e ficou me olhando curioso.
"O que foi agora? Não me olhe assim, eu não estou interessado nele. Tudo bem que ele é lindo, pra caramba. Mas é só isso, não me olhe como se pudesse me julgar você também já estava caidinho por ele." explanei os fatos para o meu animal de estimação, Kaneki arqueou as sobrancelhas e virou a cara para o outro lado me ignorando.
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eu adorei a personalidade do seokjin, que irmão mais velho pede camisinha pro irmão mais novo???

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KANEKI | taekook
Fanfiction[CONCLUÍDA | FLUFFY] Taehyung encontra um cachorro perdido e precisa devolvê-lo ao dono.