O Primeiro Encontro

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Fevereiro de 2009

O frio estava finalmente começando a ir embora da Inglaterra, já eu, mal havia chegado. A neve e o frio eram encantadores no começo, mas confesso que para quem nasceu e cresceu na Califórnia, era oposto demais, e por isso, o final de semana de folga da faculdade junto com o tempo ameno me animou para um passeio, para finalmente conhecer Londres, com a minha fiel companhia, a scooter amarela.

Mas é claro que sorte de californiana dura pouco na Inglaterra e lá estava eu, com a moto parada em uma esquina qualquer, sem ter visto nem metade do que estava preparada para ver. Procurei na minha bolsa o cartão da oficina de motocicletas que havia ganho de um amigo da faculdade, "nunca se sabe quando vai precisar", ele me disse.

- Woods Motorcycles, como posso ajudar? - Disse o homem que atendeu após o terceiro toque.

- Olá, minha moto simplesmente apagou aqui em Londres, rua Sandy Ln, próximo ao Richmond Park, será que você pode mandar alguém para me ajudar?

- Bem na hora! Meu filho acabou de chegar com a caminhonete. Vou pedir para ele ir resgatar você, em 20 minutos ele chega aí.

Agradeci e encerrei a ligação, havia sido mais fácil do que eu imaginava. Me sentei ao lado da moto e aguardei os 20 minutos passarem.

- Suponho que seja você que precise ser resgatada. - Estava concentrada no meu celular e nem percebi a aproximação, mas preferia ter percebido antes, já que agora ele estava muito perto para ser encarado como deveria.

O pouco sol que havia, iluminava ainda mais os seus cabelos loiros na altura do pescoço, a barba por fazer tinha a mesma tonalidade e ambos combinavam perfeitamente com os dois pedacinhos de oceano azul que ele possuía nos olhos, e isso era apenas uma parte do conjunto maravilhoso que aquele homem formava.

- Suponho que sim, minha companheira aqui resolveu me deixar na mão hoje. Eu deixei estacionada aqui para ir ao parque e agora que voltei ela simplesmente não quer mais ligar.

- Infelizmente acontece. Espero que você pelo menos tenha aproveitado o passeio. - Concordei com a cabeça. - Pelo sotaque dá para perceber que não é daqui.

- Califórnia.

- Bom, vou colocar a moto na caminhonete, pode entrar no banco do carona, vamos deixar a moto na oficina e eu te levo em casa.

- Não é necessário, posso pegar um metrô. Eu moro em Bristol, na universidade, é bem longe daqui.

- É necessário sim, faz parte do nosso atendimento ao cliente. Pode entrar no carro, temos umas duas horas de viagem pela frente.

Deixamos a moto na oficina com previsão de concerto e entrega em casa na segunda feira e em menos de 30 minutos já estávamos a percorrendo os 185 km necessários para chegar em Bristol.

- Sabe, nós estamos nesse carro a pelo menos meia hora e eu ainda não sei o seu nome. - Confesso, eu havia ficado tão concentrada na beleza que havia me esquecido das boas maneiras, o que estava acontecendo comigo? Desde quando a beleza alheia me deixava desconcertada e sem palavras?

- Olha só, estar longe dos meus pais já me deixou mau educada. - Sorri para ele e ao olhar na sua direção descobri mais uma coisa que gostava nele, o sorriso. - Aléxis King, e você, resgatador de motociclistas?

- Resgatador de motociclistas, já fui chamado de muitas coisas, mas essa é nova. Vincent Woods, mas pode me chamar de Vince, é como todos me chamam.

- Nesse caso Vince, pode me chamar de Léxi, é como todos me chamam.

- Certo, Léxi. Temos duas horas de viajem pela frente, que tal me contar um pouco sobre você e o que veio fazer em terras britânicas?

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⏰ Last updated: Aug 21, 2016 ⏰

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