A casa dos Granger

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Harry seguia pelo velho corredor do Departamento de Mistérios até a porta sem fechadura que se abriu. ENTÃO ele estava em um lugar estranho já que não era, aquela, a mesma sala que deveria estar ali, e sim um quarto onde um rapaz de rabo de cavalo ruivo debruçava-se em uma janela. Harry, sem conseguir se controlar, seguiu até ele; o rapaz ia se virar quando Harry deu uma cotovelada em sua nuca e ele desmaiou. 

- Métodos trouxas.- ouviu sua boca dizer em tom frio. Virou-se e assistiu dois homens encapuzados se aproximarem.. Um deles juntou as mãos do rapaz ruivo para trás e ali elas permaneceram, como se cordas invisíveis as tivessem prendido uma na outra. - Mais simples que tirar doce de criança.- riu Harry.

Ouviu o rapaz gemer no chão, estava acordando. Os dois Comensais o levantaram pelos braços, ainda presos às costas. O rapaz começou efetivamente a acordar e levantar o rosto de forma que Harry pode reconhecê-lo, era Gui Weasley.

- Tampem o seu rosto, vamos levá-lo daqui.- disse Harry. Sem se conter olhou novamente para Gui. De repente o rosto do rapaz, que agora estava sob um saco preto, transformou-se no de Hermione; ela olhou para Harry com aquela cara de “você está errado” e disse: “Você deveria praticar oclumência!”, a cicatriz de Harry doeu obrigando-o a espremer os olhos, quando os abriu novamente viu o teto de seu quarto na Rua dos Alfeneiros, nº 4. 

Harry levantou-se e colocou os óculos, a cicatriz ainda doía. Dirigiu-se à janela, por onde entrava uma brisa fresca. Já estava ali fazia um mês, praticara religiosamente oclumência durante a primeira semana,nas seguintes nada sonhou, e agora aquela visão. “Voldemort pegou Gui” pensou, mas logo se convenceu de que era apenas mais uma armadilha, se ele não tivesse acreditado na visão sobre Sirius, este não estaria morto agora. Lembrava-se tristemente de Sirius quando ouviu um ruído. Uma coruja castanha pousara no parapeito da janela. Harry retirou um pequeno embrulho e um envelope. Abriu o último.

Harry,

Um feliz aniversário para você! Estou lhe mandando uma lembrança, acho que lhe será útil. 

Abraços,

Luna Lovegod

Harry sentiu-se surpreso. Só agora se deu conta de que era seu aniversário, não que fosse esse o motivo da surpresa. Não esperava receber uma coruja de Luna Lovegod, tampouco que ela fosse a primeira a lhe escrever desejando-lhe parabéns. 

Apanhou o embrulho e o abriu encontrando o que parecia um relógio de bolso prateado. Não havia ponteiro de segundos, tampouco de minutos. Lembrava muito uma miniatura do relógio da Sra. Weasley, porém estranhamente morto, parado. Era composto por seis ponteiros dos quais apenas um parecia vivo. Via-se nele o rosto de Harry em uma minúscula estampa e encontrava-se parado na única casa intitulada. Lia-se algo escrito em alfabeto rúnico que Harry, sem entender como, interpretou como lar. Ao virar o objeto podia-se identificar uma meia lua gravada em suas costas. Junto ao embrulho havia uma pergaminho puído repleto de mais runas constituindo o que parecia um manual de instruções. Sem entender, Harry jogou o objeto com os papéis sobre a escrivaninha, agradeceria ao amanhecer quando Edwiges voltasse. Deitou-se novamente e ficou quieto, a cabeça vazia, não conseguia dormir.

*

Muitos quilômetros longe dali, uma garota de cabelos cheios lia, deitada numa poltrona, um grosso livro denominado Transfiguração Avançada e Animagos. Já passava da meia noite, como indicava um relógio digital ligado à tomada. Parecia extremamente imersa em sua leitura, às vezes mordia o canto do lábio inferior, quase não piscava. Nem o barulho que, de quando em quando, um gato amarelo fazia ao derrubar alguma coisa tirava sua atenção. 

Reinava o mais absoluto silêncio quando, de repente, ouviu-se um estalo alto no andar debaixo. Bichento, o gato, saltou de cima da cama, no canto oposto do quarto, e saiu veloz pela porta. A garota pousou o livro aberto no chão e se levantou, caminhava para porta quando outro som interrompeu o, ainda perseverante, silêncio. O pio de um pássaro encheu a madrugada e em seguida uma coruja parda entrou pela janela, deixando cair um envelope aos pés da garota que calmamente apanhou-o e abriu. Enquanto lia mantinha a testa franzida, e as sobrancelhas finas levemente erguidas.

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