O dia seguinte amanheceu ensolarado. Harry e Rony foram acordados pelo Sr. Granger.
- Bom dia, garotos! Acordem, vou levá-lo até Greelin e lá permanecerão até o final das férias.
Harry levantou-se sonolento e começou a se trocar, tinha dormido bem, a briga com Hermione o fizera praticar oclumência antes de adormecer.
Hermione não apareceu durante o café, somente na hora de partir é que Harry a viu. Ela viajou no banco da frente, provavelmente para não ter de olhar para Harry, que estava sentado atrás dela. Mesmo assim os olhos dos dois se encontraram algumas vezes no retrovisor.
Rony seguia satisfeitíssimo. Tirando os carros do ministério, nunca tinha viajado em carros trouxas antes.
Depois de três tediosas horas de viagem chegaram a tal cidade, se é que poderia ser chamada assim. Na entrada foram obrigados a parar em um posto de fiscalização.
- Bom dia doutor!- disse um homem jovem de macacão e boné azuis e aparência sonolenta e suja. - A fiscalização por aqui agora é apertada, sabe? Por causa daqueles fugitivos perigosos lá... passou no noticiário.
O Sr. Granger tirou um papel amarrotado do bolso e o estendeu pela janela. O homem apanhou-o e leu atentamente enquanto coçava a barba à fazer. Uma sombra de seriedade cobriu seu rosto quando ele meteu a cara dentro do carro.
- Vocês são o pessoal de Dumbledore, certo?- disse após um pigarro enquanto examinava a todos. - Esperem um minuto.
Ele deu as costas ao carro e, num passo expedito, sumiu por trás da casinha da fiscalização. Voltou, menos de minuto depois, montado em uma lambreta.
- Sousa!- chamou, reassumindo o perfil rústico inicial. - Marca aí.- e, virando-se para o Sr. Granger.- Estarei seguindo vocês.
O Sr. Granger arrancou o carro, muito compenetrado. Seguiram devagar, o bizarro homem da lambreta ia logo atrás.
Greelin era realmente uma cidade pequena com sua praça principal, onde instalava-se uma igreja e uma prefeitura trouxa. As casas eram antigas, mas caprichosamente cuidadas. Após menos de duas esquinas estavam seguindo pela Rua Principal.
Harry observava preguiçosamente os enormes jardins tipicamente suburbanos quando o Sr. Granger parou o carro defronte uma das casas mais belas da rua. Como todas as outras, contava com seu enorme jardim frontal, cercado por graves grades negras. Havia toda a espécie de plantas no jardim. A casa era grande e imponente com paredes brancas e janelas pintadas de azul, estas escancaradas.
- Chegamos, garotos. - disse o Sr. Granger saindo do carro.
Hermione e os garotos fizeram o mesmo. O homem da lambreta parou logo atrás.
- Bom doutor, pode ficar tranqüilo quanto às crianças, eu me garanto.- disse ele batendo a mão sobre um dos bolsos do macacão.- Mas vamos entrar.
O grupo entrou na casa seguido por Bichento. Uma senhora setuagenária de cabelos brancos desgrenhados veio correndo da cozinha para dar boas vindas.
- Olá vovó.- disse Hermione abraçando a velha.
- Como vai meu querido genro?- perguntou a velha sorrindo para o Sr. Granger.
- Bem, obrigado.- disse o homem com um tímido sorriso no rosto.
- Estes são Rony e...- disse Hermione indicando os garotos.
- Harry. - completou Harry.
- Oh! Sejam bem vindos, queridos.- disse ela sorrindo para os garotos.- Venha à cozinha, vamos comer alguma coisa.