"A casa sem fim"

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Lembro-me como antes gostava estar sozinha em casa sem ninguém que me chateasse agora,tenho saudades dos meus pais,até das suas birras..estou tão cansada,esta casa realmente não tem fim!já nada me surpreende...agora a fantasia,o irreal,o não-faz-sentido..é a minha nova realidade..
Olho para a frente,vejo uma cadeira num canto escuro e..com alguém aí sentado? !
Aproximei-me mais e mais com algum receio . Talvez seja de novo aquela menina demoníaca de olhos terrivelmente esbugalhados e vestido branco e longo. .
No entanto, e felizmente, não era ela mas sim. .EU.
A entidade pôs-se em pé diante mim, tinha a mesma altura,roupa e até o cabelo solto e posto do mesmo lado IGUAL! Mas. .estava a chorar como se lhe tivesse batido..
-Não me faças mal,não me magoes,eu sei que o vais fazer. .eu sei disso-encolheu-se e começou a chorar.
-hey,só quero saber como saio daqui. .eu não te irei magoar. .Porquê faria isso?
-Mas eu também quero sair daqui. E não podemos sair as duas disto. -falou num tom sério ainda a olhar para o chão.
-Podemos sair daqui as duas! Não há necessidade de matar! -Afastei-me dela a medida que ia falando. Estava a ficar com medo do meu clone.
-Mas como poderemos sair as duas se somos a mesma pessoa? E uma de nós é a porta que dá para a saída?
Mal ela acaba de falar,um pequeno "10" se forma no bolso da sua camisola.A porta número 10.
Não pensei duas vezes,arranhei-a e a empurrei fazendo com que minha réplica caísse no chão ficando eu por cima dela.
-Eu é que vou sair daqui VIVA. -Disse eu descontrolada enquanto isso vejo,debaixo da cadeira uma navalha.
Mas a minha réplica pega-a mais cedo e consegue atingir-me no braço esquerdo e eu grito de dor.Mas não tenho tempo para ficar à luta ela esfaqueia-me de novo desta vez, é ela que fica em cima de mim. Ela agora não se parecia nada a mim, tinha ar de psicopata e estava cega de raiva. Tinha os mesmos objetivos que eu. Sair desta maldita casa.
Consegui empurrá-la fazendo com que cambaleasse e eu por fim pegar na navalha e esfaquea-la sem piedade. Ela gritou de dor, segurando-me os pulsos com tanta força que ficou a marca das suas unhas cravadas em minha pele. Porém, nada disso importa. Já posso sair!
Uma porta formou-se na parede de madeira e consegui SAIR.CONSEGUI SAIR!
Vi tudo como tinha visto na porta anterior. Tudo verde,conseguia sentir o vento,os pássaros a cantar!
Avisto ao longe uma caixa de correio . Está lá uma carta. abro-a por curiosidade.
"PARABENS!
você conseguiu chegar até aqui! Aqui os seus 500€!"
Vi quatro notas de 100€.Ri-me.O dinheiro já não me interessava. Prossegui o caminho rindo como nunca ri até à minha casa.Ri quando vi o meu cão pendurado pelo pescoço na varanda. Ri quando vi escrito o número 11 na minha porta de entrada.

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⏰ Última atualização: Jan 30, 2016 ⏰

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