Vou pedir aos céus, você aqui comigo. Vou jogar no mar, flores pra te encontrarAs coisas tem sido diferentes. Apenas horas se passaram. Mas decidi que esse é meu jeito de continuar, aos poucos. Espero que seja o seu também, que me escreva, não precisa ser diariamente, pode ser anualmente. Não precisa me enviar ou comentar com outro alguém, apenas escreva, do jeito que te pedi uma vez. Você se lembra? Escrever textos de como você está. E depois comparar um com o outro. Minhas palavras são diretamente para um alguém, em São Paulo, um pouco longe daqui, duas horas de viagem. Não é nada, né? Poucos km. Mas fazem diferença quando nunca acabam. Quilômetros e mais quilômetros, como se fossem infinitos nos dividindo, dividindo nossos corpos, e agora, nossas almas.
As coisas tem sido difíceis, pra ser sincero. Escrevo no banheiro, agora. Encostado em um canto do mesmo. Minha nova rotina começou assim. Hoje completaria três dias morando juntos. Já teríamos vindo a praia a noite, teríamos diversas fotos e vídeos já. Dormido juntos, cozinhado, almoçado fora, entre outras milhões de coisas que planejamos. Mas por fim, todos os planos foram falhos. Tenho feito comparações, não acho que vá me livrar delas tão fácil ou rápido. Assim como sua ausência irá prevalecer sempre comigo, eu sei disso, eu sinto.Não somos como aqueles romances de verão em que acreditamos serem eternos. Mas o romance de verão que se expandiu por meses, tomando conta de dois corpos, duas almas, dois seres que se tornaram somente um. Um, sozinho, em vão, que caminha pela praia durante a noite. Onde você está? Esta lendo? Eu tenho pensado em você. Nos nossos planos, na sua risada, nas suas lágrimas.
Se você sente, espera, tenho muito a dizer ainda. Ao fim disso, ao fim do meu diário, venha. Venha se quiser, se sentir, se minha ausência te machucar, se seus pesadelos foram constantes, exatamente todas as madrugadas quando você fecha seus olhos e tenta mais uma vez dormir. Se não conseguir comer, ou ver desenho, venha. Estarei pela praia. Sempre. Empurrando a areia com os pés, ouvindo sua voz ao pé do meu ouvido. Suas mãos prendendo as minhas, enquanto acompanhamos o pôr do sol. Seria cliché, se não fosse verdade.Tenho visto sorrisos, ouvido risos, visto lágrimas por todos os cantos. Tenho visto felicidade, o que me incomoda. Pode ser um defeito, assim como não. Me parecem artificiais, vazios, gargalhadas apenas, felicidade momentânea. Estupidez acreditar que tudo tem um fundo. Você me dizia que não tinha problemas em ser assim, era até cativante. Vejo que as coisas não são como dizem, como você diz.
Tenho tentando ser raso, ou pelo menos, fundo somente aqui dentro. Minhas comparações ainda não tem nexo, assim como as suas. Me adaptei há algumas, como você ser o mar. E eu, a areia.Você me cobriu, por tempos. Me acostumei ao seu frio constante, ao seu calor quando o sol bate e te aquece, sendo assim, me aquecendo junto a você. De um momento para o outro, recuou. Sem qualquer aviso, recuou. Não havia ninguém na praia, a não ser nós. Continuo no mesmo lugar, exatamente na mesma praia. Mas vejo você de longe, recuando, trocando suas ondas enquanto quebram aos meus pés. Suas pedras permanecem no mesmo lugar, suas lembranças que te machucam enquanto suas ondas se chocam contra elas. Você me molha as vezes, mas nunca mais parou sobre mim. Seu sal é constante, queimando e dilacerando cada parte do meu corpo, cada célula enquanto arrasta partes minhas juntos a você, em todas as vezes que recua novamente.
Já são 23:30 em ponto, o relógio me indica. Horas, que não passam. Dias, que não correm. Anos, que não voam. O tempo nunca passou tão devagar, eu nunca reparei tanto nele. Em como as coisas mudam com o passar do mesmo, morrem, renascem, são arrancadas e plantadas novamente. E outras, apenas vão. Se vão, e não voltam. Cansam do seu abrigo, do seu porto, querem outros horizontes. Devemos respeitar as escolhas dos outros, por mais que nos destruam. Acho que é isso, ver que se faz bem para um outro alguém, não deva ser tão ruim assim para você. O problema, é quando você respeita mas não aceita. Assume a culpa e desconta em si mesmo suas imperfeições, sejam elas internas ou externas.
Tenho feito muito disso, há muitas marcas para seus dedos tocarem. Meu corpo, minhas marcas recentes e minhas cicatrizes, tudo dói quando te invado, quando entro no mar e sinto seu sal me invadido, me fazendo queimar e infeccionando meu interior e exterior. Não quero que cicatrizem, me lembram você. Espero que esteja limpa, sem marcas novas. Você me prometeu.[13h43 15/10/2015] biel: Quer namorar comigo?
[13h45 15/10/2015] Capitaum ❤: Queria ser aquelas meninas que sabem falar um monte de línguas pra poder te dizer sim em várias, mas em inglês é tão boroca, que vou dizer sim em português mesmo. Sim, eu queroSem ponto final ou despedidas, temos o nosso continue sempre, pequena
Sábado - 06 de fevereiro - 2016 - às 00h00.
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Um alguém quebrado
RandomNão é uma fanfic, nem uma história, não é uma coisa qualquer. É como um diário, escrito somente para um alguém. Poucos entendem, na verdade, não me importo. Me importo que ela esteja lendo, que sinta minhas palavras, e por fim, me encontre. Esse é...