Narrado pela Lys
Mais um dia nessa minha vida cheia de desgraças. Não acredito que ainda não morri. Detesto essa vida.
Enfermeira: Elysabeth, hora do café da manhã.
Ela fala com um sorriso mais falso que uma nota de R$03,00. Ela me põe sentada com brutalidade, sorrio ao ver que nem mesmo com maquiagem ela conseguiu esconder o olho roxo e os outros hematomas.
Deixe eu explicar o que está acontecendo.
" Tudo começou quando Henrique me deixou na casa daquela mulher, já faz uns 8 anos, nem me lembro mais do nome dela. Fiquei brincando com uma menina até que a mulher chega aos prantos e nos leva ao hospital. Lá uma enfermeira me explica que meu irmão sofreu um acidente, e que iria dormir por um tempo indeterminado. Eu inocente que era pensei que logo estaria o abraçando ou vendo-o conversar com a Lanna. A mulher me levou de volta para a casa dela, e me disse que eu poderia morar lá por um tempo indeterminado. Fiquei triste, pois queria morar com a Alanna, porém nem tudo são rosas. À noite eu tinha pesadelos, pesadelos estes que eu nunca seria capaz de pôr em palavras, tamanha é a perturbação que tenho por causa deles. Todos os dias, exatamente as 03:33 da manha eu acordava gritando. Um dia, na escola eu ouvi uma voz, na verdade, um sussurro. Ele dizia apenas: Encontre-me pequena e doce, Lys. Ignorei, achei que fosse coisa da minha cabeça, até que começou a acontecer frequentemente, eu contei isso para a menina que morava comigo e a mulher, ela me chamou de louca. Nessa época eu devia ter uns 10 anos. Não gostando do insulto, durante a noite arranquei todas as suas unhas, e raspei seus lindos cabelos ruivos. Ela chorava, porém não gritava. Nem tinha como, a mordaça não permitia. Porém, a mulher descobriu e me levou para um outro lugar, lá havia um homem. Ele me perguntou o porquê de eu ter feito isso, apenas respondi que ela mereceu, pois havia me insultado. Contei a ele das vozes, e ele me mandou para cá. Um hospital para loucos. "
Agora você deve estar se perguntando o porque da enfermeira estar cheia de hematomas. Não sei como nem porque, porém quando ela veio me trazer meus alimentos ontem, uma voz na minha cabeça gritou:
- Dê um jeito de sair daí, agora!
Não sei porque mas a obedeci. Porém a enfermeira saiu correndo atrás de mim, e brigamos. Eu apenas consegui um arranhão no pescoço. Já ela... Porém, me pegaram e colocaram uma camisa muito grande em mim. Ela é toda branca, nem consigo ver ( ou mexer ) meus braços e mãos. Que crueldade.