1° Capítulo

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O despertador começa a tocar e o rapaz de treze anos com o cabelo loiro e os olhos castanhos claros, que se escondia debaixo dos lençóis com a almofada a tentar abafar o barulho do despertador, começa a resmungar:

" Mãe! Desliga o despertador! É sábado!"

Uma das coisas que mais o irritava era quando o acordavam sem necessidade, ainda por cima quando ele estava no meio de um sonho.

"Lucas, já são dez horas da manhã! Tens de te levantar!" Resmungou a sua mãe.

"Mas mãe..."

Após a sua tentativa falhada de levantar o filho da cama, ela saiu do quarto dele com um sorriso na cara e quando voltou...

"MÃE NÃO!"

Ela apareceu no quarto com um balde de água fria e estava com um ar de quem não tinha medo de o usar.

O quarto era pequeno, a porta estava em frente da pequena cama de solteiro encostada à parede branca. Tinha um armário ao lado da porta, e era nessa porta que ele conseguia ver a sua mãe a usar uma camisola azul que lhe ficava larga, com umas calças pretas justas e uns tênis a condizer com a camisola, o seu cabelo castanho que lhe ia até aos ombros estava naturalmente ondulado, os seus olhos verdes brilhavam e o seu sorriso era enorme ao pensar no que iria fazer se o seu filho não se levantasse.

Lucas saiu a correr da cama e começou a vestir-se, a sua mãe saiu do quarto às gargalhadas enquanto ia arrumar o balde de água. Ela sentia-se muito divertida com a reação de Lucas, embora um pouco desiludida por não ter tido oportunidade de usar o balde de água fria, e, para prevenir, guardou-o para se fosse preciso numa próxima vez.

Lucas comeu o pequeno almoço lentamente, não conseguia de parar de pensar no seu sonho... E, enquanto a sua mãe estava a preparar o almoço, começou a mandar mensagens ao seu melhor amigo:

*Mateus!*

*Que foi?*

*Eu tive um sonho bué estranho e não consigo parar de pensar nele, está-me a fazer confusão.*

*E que sonho foi esse?*

*Tu nem imaginas! Eu sonhei que estava numa sala gigante, e no início eu estava sozinho. Depois começaram a aparecer pessoas e começaram a falar entre si. Eu não conseguia entender nada do que elas estavam a dizer. O estranho é que quanto mais as pessoas falavam, mais eu ficava com comichão e com vontade de espirrar.*

*Foi por isso que mandaste mensagem? Eu acordei com o barulho do telemóvel por causa disto? É sábado Lucas! E o teu único problema é a tua imaginação, não é nada de mais!*

*Deves ter razão, o problema é que pareceu tão real que eu assustei-me e decidi falar contigo. Eu só queria ter continuado a sonhar para descobrir o que se passava.*

*Olha, tenho que ir, mas não dês tanta importância a isso, foi só um sonho.*

*Ok, adeus.*

Lucas deixou o telemóvel, olhou em volta à procura da sua mãe, e, como não a viu, gritou;

"MÃE! Vou dar um passeio!"

Lucas saiu e começou a andar enquanto pensava no sonho. Esse sonho não teria mexido tanto com ele se ele não o tivesse sentido tão real, se não tivesse sentido a sua pele a doer enquanto as pessoas falavam, se não tivesse sentido a sua cabeça cada vez mais pesada. Quanto mais pessoas apareciam naquela sala pior se tornavam os seus sintomas.

Só quando começou a trovejar é que Lucas olhou em volta e apercebeu-se que estava perdido. Durante o caminho estava demasiado distraído para se lembrar do percurso que fez. Encontrava-se num sítio que nunca tinha visto e estava rodeado de árvores, arbustos, e, além disso, só via uma pequena gruta. Entrou na gruta e após ouvir um barulho, desejou que não fosse um animal selvagem e disse:

"Olá? Alguém está aí?*

De repente apareceu um fumo, foi tão repentino que Lucas fechou os olhos, e quando abriu viu um homem, picou os olhos, mas, agora, quando abriu, já não o via. Ele assustou-se e deu um passo atrás, pegou numa pedra, arranjou coragem, e disse:

"Quem és tu?" Ele olhava em volta, mas continuava sem ver ninguém. Começou a pensar que tinha sido apenas a sua imaginação, mas não conseguia acreditar nisso porque tinha sido demasiado real, muito mais do que o seu sonho. Sentou-se encostado a uma das paredes da gruta e pegou no telemóvel.

Ele estava sem rede no telemóvel, estava perdido e ainda não tinha parado de chover.

- Eu sou um feiticeiro escondido perante as sombras, não devias ter vindo!!!- O feiticeiro aparece e continua: - Como te chamas?

Lucas não acreditou que ele fosse um feiticeiro e respondeu:

- Eu sou Ricardo e sou rei.

- Fala-me de ti, o que fazes?

- Eu passo a vida a governar, a dar esmola ás pessoas... eu penso muito no povo!!!

- Não és muito novo rapaz?

- Não, eu já sou adulto, mas no meu reino todos parecem mais novos do que são!!!

O feiticeiro achou a conversa dela muito estranha, por isso soprou-lhe com um pó que estava dentro de um frasco roxo e ficou com os olhos vermelhos.

- O que se passa contigo?- Perguntou Lucas quase a chorar.

O feiticeiro tinha lhe soprado o pó da verdade e tinha-lhe mostrado a verdade, percebendo que Lucas estava a gozar com a cara dele.

De repente o feiticeiro pega num frasco que acabara de se dirigir a si e manda-o em direcção a Lucas.

Aquele frasco partiu-se na barriga de Lucas e adormeceu, e quando acordou estava sentado á porta de casa.

- "O que é que eu estou aqui a fazer?"-Pensou ele.

Lucas bateu á porta e quando entrou a sua mãe disse:

- Onde estives-te? Imaginas o quanto eu fiquei preocupada por tu nunca mais apareceres?

- Mas mãe... eu não me lembro, só me lembro de te dizer que ia passear e depois quando dei por mim estava á porta de casa.

-Não brinques comigo Lucas Baptista da Silva!!!!

- Estou a dizer a verdade mãe!!!

- Estás de castigo, vai para o teu quarto!!!

Lucas foi para o seu quarto arrastando-se muito zangado, pegou no telemóvel e mandou a Mateus:

- oi Mateus, hoje foi um dia muito confuso, eu não sei o k aconteceu, mas fui passear, mas só me lembro de dizer á minha mãe que ia dar um passeio e depois quando dei por mim estava á porta de casa, mas quando a eu disse á minha mãe k n me lembrava do que tinha acontecido ela pensava que eu estava a dormir e castigou-me

- relaxa Lucas, deves ter levado com alguma coisa na cabeça e desmaias-te e quando acordaste estavas ainda á porta de casa pk ainda não tinhas saído de lá, tinhas apenas desmaiado, e um castigo passa rápido

-  Obrigada Mateus és sempre muito descontraído e isso reconforta-me

As horas foram passando e á noite, quando Lucas estava quase a dormir viu uma sombra passar pela janela.

- "O Mateus tem razão, eu tenho muita imaginação e isto deve ter sido apenas da minha cabeça."

À noite Lucas teve o mesmo sonho, mas desta vez não disse nada a Mateus. Lucas estava magoado com sua mãe por ela não ter acreditado nele, por isso ele acordou cedo, tomou um pequeno almoço, lavou os dentes, vestiu-se e voltou para o seu quarto.









Alérgico a mentirasWhere stories live. Discover now