Carol

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Therese chegou ao restaurante onde estava Carol, e forçou a sua entrada. Ela queria ver a sua amada. Tinha imensas saudades dela, como ficou expresso quando telefonou para ela!
Mal entrou na sala de jantar encarou-a logo. Estava sentada numa mesa ao fundo da sala com um grupo de pessoas.
Carol apercebeu-se que alguém novo estava a chegar à sala. Levantou a cabeça, era Thérèse. Ela não esperava pela sua vinda, ainda para mais depois daquele encontro em que Thérèse recusou ir viver com ela. O misto de surpresa e felicidade expressou-se num sorriso bonito e sincero.
Thérèse, também extremamente feliz, acenou logo, para que Carol a notasse. Ao ver o sorriso dela, não hesitou em se aproximar.
Quando chegou à mesa, cumprimentou-a, e ela retribuiu-lhe. Carol pediu uma cadeira e Thérèse sentou-se.
-Thérèse, podes pedir tudo o que desejares.
Ela não estava com muita fome. Na verdade só veio para a ver e poder lhe mostrar o seu arrependimento daquele dia, que afinal a queria. Mas decidiu na mesma pedir algo.
-Não tenho muita fome, na verdade. Queria apenas um vinho. Chegava-me perfeitamente.
-Está bem, minha querida.-respondeu Carol- Por favor, podia trazer uma garrafa do vinho mais caro?- pediu ao empregado de mesa.
Aquele "minha querida" mexeu completamente com a jovem. Ela lembrou-se da primeira vez em que Carol lhe chamou isso. Ela pensava que nunca mais o iria ouvir.
O jantar não continuou por muito mais tempo, até porque o desejo delas de estarem a sós só aumentava. Tinham muito que recuperar.
Elas despediram-se dos outros participantes, e estes também fizeram o mesmo entre eles. Apanharam um taxi em direção ao novo apartamento da mulher mais velha. Depois do divórcio, teve que arranjar um novo lar. Escolheu um grande, com mais que um quarto, talvez porque estava a contar com a sua amada, embora mais tarde tenha recusado. Mas desta vez as coisas iriam ser diferentes.
A casa não ficava muito longe, mesmo assim todos os minutos pareciam uma eternidade. Queriam expressar todo o seu amor, mas o taxi não era o local mais indicado, ainda para mais numa época tão conservadora como aquela, mesmo assim Thérèse colocou uma das suas mãos em cima das de Carol, e afagou-as carinhosamente.
Quando chegaram ao apartamento, mal entraram em casa, começaram a beijar-se sofregadamente. Há muito tempo que não o faziam. As saudades revelavam-se. Dirigiram-se para o quarto de Carol, sem nunca terem desfeito o beijo.
Mal entraram no quarto deixaram-se cair na cama de casal que as esperava. Não perderam tempo. Começaram-se a amar e não pararam. Uma onda de prazer percorria os corpos de ambas.
Deixaram-se estar abraçadas. Não queriam que aquele momento acabasse. Há momentos em que o tempo devia parar, e esse era um deles. Carol beijou de leve e murmurou:
-Meu anjinho, promete que não me deixas. Amo-te.
Lágrimas começaram a escorrer do rosto da jovem. Lágrimas de emoção e de felicidade. Ela amava-a mais que tudo. Era óbvio que não a ia deixar, logo agora numa altura tão vulnerável. E nada as impedia agora de estarem juntas. A guarda da Rindy já estava decidida, e o divórcio finalizado.
-Carol, também te amo.
Logo de seguida abraçou-a mais forte ainda. Assim adormeceram, juntinhas e felizes.
O dia amanheceu limpo e solarengo. Ainda estavam na mesma posição em que adormeceram.
-Bom dia, meu anjo!- disse Carol.
-Bom dia para ti também, minha rainha. Que dia lindo nos espera! E que todos eles sejam assim! - respondeu a sua amada.
-Com a tua presença, todos serão assim, mesmo na pior das tempestades!- finalizou a mulher mais velha.
Therese fez uma festinha na cara dela e complementou um um beijo leve nos lábios e outro na testa. Ela respondeu-lhe com festas no cabelo e nas costas.
De seguida foram tomar o pequeno-almoço. Era daqueles de rainha, com imensa comida à sua disposição. Elas conversaram muito, o que fez com que ele prolongasse bastante.
-Acho que nos alimentamos para os próximos dez anos, Carol.
-Quero que tu, querida, estejas sempre no máximo. Não te quero ver com fome.
-Sou magrinha mas não passo fome. É de mim.
-Therese, quero te perguntar isto outra vez, mas tenho um pouco de medo...
-Podes perguntar...
-Queres te mudar para cá? Desculpa se te...
Thérèse nem lhe deu tempo de acabar, respondeu-lhe logo que ouviu a pergunta.
-Claro que sim!


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