Cap. 4 " Dois idiotas!"

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Acordei com o sol batendo no meu rosto, me levantei, fiz um coque frouxo no cabelo, usei o banheiro, escovei os dentes, fui procurar uma roupa e ouvi batidas na porta.
Eu: Entra.
Um cara entrou, Eduardo.
Ele: Oi filha como está?
Falou sorrindo e vindo me abraçar.
Eu: Oi... Estou bem, eu acho... Você... Você está me apertando!
Falei sem ar por conta do abraço.
Ele: Você não sabe o quanto eu imaginei sua vinda, você não se parece com ela se parece mais comigo. Óbvio que você tem alguns traços dela o que a deixa mais bonita! Você já está uma mulher! Qual sua idade?
Eu: Obrigado, tenho 17.
Eu não estava gostando nada da aproximação dele. Ele me abraçou mais uma vez.
Eu: Será que tem como você parar com isso, de me abraçar, não estou gostando da sua aproximação.
Ele me abraçou mais uma vez e pediu desculpas, falou que o café estava na mesa e depois desceu. Arrumei-me, coloquei um short, uma blusa de mangas e minhas sandálias, desci.
Eu: Bom dia!
Falei cumprimentando todos à mesa e me sentando.
Todos: Bom dia!
Tomei meu café da manhã e quando terminei subi para o meu quarto, peguei meu celular e coloquei pra carregar, peguei o livro que eu estava lendo e continuei a ler.

P. O. V. Ester
Vi a Bia subindo, terminei meu café e fui atrás dela, preciso me desculpar por ontem. Bati na porta.
Ela: Entra.
Eu entrei, ela continuou olhando para o livro.
Eu: Oi.
Ela: Oi.
Eu: Queria pedir desculpas por ontem, eu não devia ter falado aquilo.
Ela: Okay.
Eu: Tem como você olhar pra mim?
Ela me olhou.
Eu: Eu sei que mamãe pediu para você cuidar de mim, mais eu não sou mais criança.
Ela: Você pode não ser mais criança Ester, mais eu sou sua irmã mais velha preciso ficar de olho em você. Querendo ou não eu vou estar te observando, você é o que me restou de família, não vou te deixar sozinha, sei que não está bem com isso tudo você é minha irmãzinha e eu te amo.
Meus olhos lacrimejaram, fui abraçá-la.
Eu: Eu sei me desculpa.
Ela: Eu vou te dar o seu espaço, prometo te deixar sair sozinha, mais você sabe que não quero isso.
Eu: Okay, obrigada meu anjo.
Falei me soltando do abraço.
Eu: O Diego passou no meu quarto de manhã e falou que precisamos comprar os materiais.
Ela: Escolhe os meus? Não quero sair hoje.
Eu: Okay.
Saí do quarto.

P. O. V. Bia
Quando Ester saiu do quarto continuei lendo, até adormecer.

Acordei, olhei do lado da cama e tinham alguns materiais e um bilhete.

Bia, esses são seus materiais, fui à casa de um amigo do Mateus, prometo ficar atenta, não sei se demoro se cuida.
Bjs Ester!

Saí do quarto, minha barriga fez um barulho, fui até a cozinha peguei um suco e preparei um misto quente, depois de comer limpei a bagunça, fui lá pra fora deitei no gramado, fiquei olhando pro céu, fechei os olhos, senti uma sombra e abri os olhos, pequenos olhos castanhos me observavam.
Eu: Oi.
Falei sorrindo para uma garotinha.
Ela: Oi, sou Sum, moro na casa ao lado. Nunca te vi por aqui.
Eu: Sou Bianca mais pode me chamar de Bia, me mudei pra essa casa ontem.
Ela: Que legal. Posso sentar do seu lado?
Eu: Claro. Então Sum, sabe onde tem uma sorveteria aqui perto?
Ela: Sim, quer que eu te acompanhe?
Eu: Seu responsável deixa?
Ela: Eu estou com meu irmão, vamos pedir à ele comigo?
Eu: Claro.
À acompanhei até a casa ao lado.
Ela: Pode entrar, ele está lá encima.
Eu: Obrigado.
Subimos, ela entrou no quarto, eu fiquei na porta.
Ela: Mano, posso ir na sorveteria com a minha amiga Bia.
Ele: Com quem?
Ela: Bia, a vizinha bonita.
Eu: A... Oi.
Ele: Oi, sou Gabriel.
Eu: Bianca.
Ela: Então?
Ele: Pode mais cuidado princesa.
Ela: Obrigado.
Falou dando um beijo na bochecha dele e saindo me puxando.
Eu: Preciso passar em casa, esqueci o dinheiro.
Ela: Okay.
Fomos para a casa, entramos e ela me acompanhou até meu quarto.
Ela: Sua casa é linda.
Eu ri, peguei o dinheiro e descemos.
Diego: Aonde vai Bianca?
Eu: Sair com a minha amiguinha!
Ela: Sou Summer, prazer.
Falou abraçando Diego.
Ele: O prazer é todo meu princesa.
Ela sorriu.
Eu: Vamos Sum?
Ela: Vamos! Tchau Diego até depois.
Ele: Tchau, cuidado vocês duas.
Saímos e começamos a andar.
Eu: Sum, quantos anos você tem?
Ela: Sete e você Bia?
Eu: Dezessete.
Ela: Você tem cara de mais nova.
Disse rindo e eu ri também.
Eu: Você mora com quem?
Ela: Eu moro com o meu irmão mais velho Gabriel ele tem 18, com o Rafael meu outro irmão de 16 e minha mãe.
Eu: E seu pai? Onde está?
Ela respondeu sorrindo.
Ela: No céu. E a sua família?
Eu: Minha mãe sofreu um acidente poucos dias atrás, eu sempre morei com o meu padrasto, ele também faleceu no acidente, eu fiquei sozinha com a minha meia-irmã ela tem 15 anos, quando viemos morar aqui eu descobri que também tenho mais dois meio- irmãos o Diego e o Mateus, meu... Meu pai foi embora quando descobriu que minha mãe estava grávida, ela sempre suspeitou que ele a traía e acabou comprovando um dia... Ah e ele também tem uma esposa que ainda não conheço.
Ela: Sua história é complicada. Você acha que eles se conhecem?
Falou olhando para o céu.
Eu: Quem?
Ela: Nossos pais, eles estão no mesmo lugar.
Eu: Ah... Eles devem estar se conhecendo.
Falei.
Ela: Chegamos.
Eu: Vamos escolher os sorvetes?
Ela: Eu esqueci o dinheiro.
Falou procurando algo nos bolsos.
Eu: Como você teve a boa vontade de me trazer aqui, eu pago seu sorvete.
Ela: Obrigado Bia.
Falou me abraçando.
Sorveteiro: Qual sabor?
Nós: Limão e menta.
Ela me olhou sorrindo.
Nós: É o meu favorito!
Rimos, pegamos os sorvetes, pagamos e fomos embora, a levei pra casa e marcamos de sair depois, entrei e fui para o meu quarto, amanhã começam as aulas pra mim, meu celular começou a tocar o peguei e atendi.
Eu: Alô!
Alguém: Oi Bia... Que saudades meu amor.
Ouvi uma voz estridente de garota.
Eu: Desculpa, mas não sei quem é!
Ela: Sou eu Bia, sua amiga Karen.
Eu gelei com o nome.
Eu: O que você quer Karen?
Ela: Sei que você sentiu saudades de mim, eu queria te ver. Você não mora mais aqui não é?
Eu: Fala logo o que você quer e me deixa em paz.
Ela: Fiquei sabendo que tia Lucia morreu, que peninha, tadinha da filhinha dela não é?
Eu: Tchau Karen, vá caçar o que fazer.
Desliguei, eu não gosto dela, ela afastou as pessoas que eu mais amava e inventou mentiras para me deixar pra baixo e o fato de eu ser a nerd feia só fez com que eu me sentisse mais mal. Alguém bateu na porta.
Eu: Entra.
Diego: Você está bem?
Eu: Claro.
Ele: Eu ouvi gritos.
Eu: Ah... Desculpa.
Ele: O que aconteceu?
Eu: Não foi nada.
Ele: Okay chega pra lá.
Eu me afastei, entrou no quarto e se sentou do meu lado.
Ele: Okay amiga, agora conte os babados.
Falou fazendo uma voz fina.
Eu: Nada amiga, não tenho fofocas.
Ela: Brigou com o boy magia foi?
Eu: Não existe o "boy magia".
Falei rindo.
Ele: Como não amiga, te vi mandando mensagem pro o Boff hoje de madrugada lá fora.
Eu: Que nada ami... Você anda me observando Diego?
Ele: Ué, eu também moro nessa casa, eu estava na cozinha quando você saiu.
Eu: A luz não estava acesa.
Ele: Não queria acordar ninguém.
Eu: Humm.
Ele: Dois.
Ele fez uma careta e eu ri.
Ele: Preparada?
Eu: Para?
Ele: Primeiro dia de aula.
Eu: Huu. Nem me lembre.
Ele: O que foi?
Eu: Primeiro dia de aula, não vou conhecer ninguém, vai ter aquelas meninas frescas que só se importam com as células mortas (cabelo e unha), aqueles garotos idiotas que só se importam com quantas garotas vão pegar e o resto dos alunos que querem ser iguais à eles. Estou preparadíssima.
Falei revirando os olhos, ele riu da minha atitude.
Ele: É assim que você vê a escola?
Eu: Cada um com seu ponto de vista.
Falei me jogando para trás, ele fez o mesmo.
Ele: Não esquenta, vai ficar tudo bem.
Olhei séria para ele, ele percebeu o que tinha falado.
Ele: Ah... Vai dar tudo certo na escola.
Eu não respondi.
Ele: Fiquei sabendo de uma briga que teve na festa.
Falou me olhando.
Eu: Ah... Eu não fiquei sabendo não.
Ele: Que estranho, me falaram que viram você socando a cara de uma menina.
Eu: Ah... É...
Ele: Você bateu em quem?
Eu: Uma tal de Vitória.
Falei olhando para as minhas mãos.
Ele: COMO?
Gritou.
Eu: Eu dei um soco nela sabe? Com a minha mão.
Falei como se fosse óbvio.
Ele: Como ela era?
Eu: Ruiva, alta, olhos claros, branca...
Ele: Você tem certeza que o nome dela é Vitória?
Eu: Foi o que me disseram.
Ele: Você bateu na garota mais popular da escola.
Eu: Foi só um soco, não foi nada demais.
Ele riu e falou.
Ele: Ela vai fazer da tua vida um inferno.
Eu: Ela que espere sentada porque minha vida já está um inferno.
Ele riu e eu ri da risada dele, e passamos à tarde assim dois idiotas conversando e rindo da risada do outro.
Deu à noite e ainda estávamos conversando, acabei dormindo.

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