Prólogo

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Durante muitas vezes no colégio senti que as pessoas olhavam pra mim, mas nunca parei pra olhar pra elas e confirmar se elas realmente estavam me encarando. A verdade infeliz é que não, ninguém me olhava. Eu era apenas uma menina branca como a neve que ninguém notava ou preferia não notar. Durante muito tempo procurei ser notada, agora já não ligo mais.
Tenho um irmão, o nome dele é Dan e tem 20 anos, enquanto eu caçula tenho 17. Nós brigamos bastante, mas a maioria das vezes ele está no estúdio gravando as musicas da banda dele (que é horrivel, aliás). Minha mãe e egocêntrica e metida, viveu a vida toda as custas do pai rico e agora vive de herança. Meu pai fugiu de casa quando eu tinha 9 anos, nunca deu explicação nenhuma, nunca mandou uma carta, nada. Algumas pessoas disseram certa vez que o viram aos redores de Atlanta, mas eu não quis saber, aliás nunca foi um pai disponível e atencioso, sempre ficava trancado no quarto de leitura fumando Hedges & Benson, bebendo um Whisky barato que comprava no posto até ficar bêbado e minha mãe ter que dar banho dele e ser obrigada a transar com ele depois. (até hoje ela acha que não sei). Tenho dons desde criança que nunca contei pra ninguém e nunca procurei explicações: consigo sentir qualquer cheiro mil vezes melhor do que qualquer outra pessoa, enxergo coisas muito pequenas e posso sentir o qur a pessoa sente só de tocar nela com minha mão esquerda. Nunca me aproveitei disso na minha vida, sempre achei um peso ter que sentir o bafo e os peidinhos que ninguém sente. Porem, depois que entrei no ensino medio aprendi a t a meu favor, até porque uma garota de 17 anos toda de preto, sempre de fone e excluída do "povinho legal" é um alvo certo de bullying e perturbacoes.
Meu maior desafio é sobreviver.

A menina da neveOnde histórias criam vida. Descubra agora