- Eu vou embora - disse Cueio. As palavras ficaram embaralhadas na mente do Vaco. Antes que pudesse processa-las, viu seu amigo se afastar.
- Espera - a voz do Vaco saiu como súplica. - Eu vou com você.- Não. Eu quero ir sozinho. - As palavras que Cueio dizia, rasgavam o coração do bovino que não pode conter as lágrimas. Cueio continuou seus passos, até desaparecer de sua visão. Em silêncio e total solidão. O bovino deitou se no chão e permitiu que suas lágrimas viessem. Lágrimas de saudade, amor... "cueio" disse em pensamento. Ou talvez sonho. Vaco nem sequer notou quando adormeceu. Ou se estaria realmente dormindo.Cueio e primo estavam sentados, quando primo cantou alegremente e a pedido do Cueio a música do pudinzinho.
"Era uma vez um pudim apaixonado, estava andando na rua quando foi atropelado "
Só que o carro não atropelou o pudim. Quem se encontrava amassado em baixo dos pneus do carro com sangue escorrendo. Era o Cueio.
Vaco acordou de seu pesadelo assustado "CUEIO" falou alto como se o amigo ainda estivesse deitado ao seu lado. Mas ele tinha ido embora. O desespero tomou conta do bovino que não pensou duas vezes. Não importa o quanto Cueio pedisse, quanto fosse a distância ou seja lá o motivo. Ele nunca ia abandonar o amigo. Nunca.
"Cuidado Cueio, o medo, traz a sombra "
A voz do primo latejava na sua cabeça. Cueio continuou sua caminhada. Ele tinha certeza que estava fazendo a coisa certa. Afinal? Pra que amigos? Ele ficaria bem sozinho.
"Eu não ligo pro Vaco, não ligo pra nada"
Cueio caminhava pesadamente agora, a voz do primo desaparecera, mas outras vozes misturadas dominaram sua mente. Sentia cansaço em cada passo que dava. O ar parecia lhe faltar. O dia escureceu repentinamente. A escuridão estava ali. Penetrando em seu corpo, o consumindo inteiramente. As vozes estavam mais fortes. O dia estava negro. Cueio se entregou a escuridão. Seus olhos se fecharam, sua força se esgotou. Quando Cueio acordou, ele estava no lugar mais sombrio e solitário que já tinha conhecido. Ele se aconchegou na escuridão. E não percebia que do lado de fora seu amigo estava em busca dele.
"Cueio" vaco sussurrou enquanto continuava sua caminhada. Avistou de longe uma criatura alta e forte.
- Cueio - falou animado se aproximando da criatura. Ela estava de costas. Parecia nem ter notado o bovino se aproximar. - Cueio. Me desculpe ter seguido você - disse amedrontado. A criatura virou - se friamente para o bovino. Vaco sentia se um pouco assustado. Mas não se moveu. Cueio estava com os olhos sombrios. Olhava friamente para o bovino. Seu rosto estava cada vez mais próximo de Vaco. O que o fez corar - Cueio. O que você tá fazendo? - perguntou. Mas nenhuma palavra saiu da criatura. Que aproximou tanto seu rosto do bovino corado. E lhe deu um beijo.- Droga - Cueio sentia seu coração ser dilacerado.
- A culpa é toda sua - escutou novamente a voz do primo na sua cabeça.
- A culpa... é minha - assumiu tristemente. No fundo Cueio sabia que a escuridão não é tão escapatória. Que tinha gente que se importava com ele. Que precisava dele. Que amava ele. "Vaco" sussurrou. - Não.
- Ache a luz Cueio... - dizia a voz diversas vezes em sua cabeça. A luz que estava o tempo todo na frente dele. A luz que ele não podia ou não queria enxergar. A luz que após tanto temer e negar. Cueio se levantou e decidiu aceitar.
***"Cueio" vaco sussurrou enquanto continuava sua caminhada. Avistou de longe uma criatura alta e forte.
- Cueio - falou animado se aproximando da criatura. Ela estava de costas. Parecia nem ter notado o bovino se aproximar. - Cueio. Me desculpe ter seguido você - disse amedrontado. A criatura virou. Cueio se sentia leve, feliz. Afinal. Depois de tudo que tinha feito. Vaco em momento algum tinha te abandonado. Vaco não esperou para demonstrar sua felicidade exagerada. Um abraço... um beijo...Um beijo...
- Finamente vocês se entenderim. - disse primo aparecendo de repente. Vaco se asfatou corado. E Cueio apenas negou.
- Não... Não... Não...
Afinal. As vezes nem o próprio Cueio entendia o que aquele beijo significava. Mas negar que Vaco te fazia feliz?
- Isso nunca.