Desculpem se o início ta muito massante, mas é preciso explicar um pouco mais essa parte inicial. Prometo que os próximos terão mais diálogos :)) Boa leitura!
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Outra cidade agora e eu não tenho a mínima ideia de como vou me sustentar aqui. O dinheiro que meus pais emprestaram para começar já está acabando e eu ainda não consegui arranjar um trabalho, acho que meu inglês talvez não seja tão bom quanto eu pensava e por isso eles não me querem como atendente aqui. Os britânicos podem ser bem insensíveis as vezes. O problema é que sem dinheiro não dá para pagar o aluguel desse cubículo onde eu moro, nem a comida, o transporte e, muito menos, o curso para a faculdade. Sem dinheiro não dá para fazer nada, a não ser voltar pra casa, porque pra isso sim meus pais emprestariam mais dinheiro.
Minha mãe está louca pra que eu volte. Claro. Sou filha única e agora estou a meio mundo de distância. E meu pai também sente minha falta, sempre fomos bem próximos. Lógico que eu também sinto falta deles, mas sinto que preciso disso. Preciso de mudanças na minha vida, acho que só assim pode dar certo.
Pensando em tudo isso eu acabei esbarrando numa fila de garotas. Juro que contornava a esquina aquela fila. A garota com a qual eu esbarrei ficou furiosa porque eu consegui derrubar a papelada que ela segurava nas mãos. Aquilo parecia um roteiro. Desses de teatro sabe? E logo lembrei que já tive experiência com isso, e não pude deixar de perguntar porque todas elas estavam ali. A moça disse que era um teste para uma atuação, mas não um daqueles testes comuns, era um teste pra ser namorada de aluguel. Isso soa muito ridículo eu sei, mas a garota disse que era um contrato milionário, o que soa mais ridículo ainda porque olha a proposta de trabalho e agora olha para o salário. É o mesmo que te pagarem para andar na rua usando algum tipo de calçado muito caro e bonito, até porque a garota escolhida teria que se passar por namorada de algum famoso. E como eu sei disso? Eu me candidatei e sou uma das finalistas. Porque eles não diriam isso para as garotas que não foram escolhidas, é claro.
Eu sei que é loucura e que meus pais não ficariam nada orgulhosos, mas eu estou literalmente desesperada agora. Eu não sei quem é o cara que quer fazer isso, mas vale a pena só pela grana. Com ela eu vou poder me bancar por um bom tempo até achar um trabalho de verdade. Depois de uns dias eu soube que estava entre as três finalistas, e então tive acesso ao contrato, li e não me incomodei com as exigências, a não ser com a cláusula que dizia que o contrato valeria por tempo indeterminado até o momento. Depois do último teste eu fui a escolhida, ouvi falar que uma das outras duas finalistas desistiu, mas isso não vem ao caso.
Me colocaram num carro preto e conversaram comigo durante todo o caminho. Ressaltaram que o namoro ganharia grande atenção da imprensa, e que só precisaria aparecer com a tal celebridade em alguns lugares e ser vista com ele passeando por aí. Talvez dar algumas explicações para as fãs e algumas entrevistas, mas para tudo isso eu seria muito bem orientada.
Quando desci, vi que estava em uma casa linda e muito grande. Uma senhora bem simpática nos levou até uma sala mais reservada onde havia um sofá, uma tevê, um violão e uma estante com vários objetos iguais ou muito parecidos. E tudo que eu queria saber era porque essa pessoa tinha tantas coisas iguais e em um mesmo lugar. E parece que ele leu meu pensamento, porque logo ouvi uma voz vindo de perto da porta e me dizendo que eram objetos de coleção. Levei um susto enorme porque estava tão alienada ao que estava acontecendo a minha volta que nem percebi que mais alguém havia entrado na sala além de mim e do homem que me contratou que, pelo que entendi, é assessor de imprensa do homem que acabara de ouvir a voz.
E quando virei, lá estava ele. Meus pelos se arrepiaram e perdi a fala. Posso confessar que não esperava que ele fosse tão bonito. Achei que por precisar "alugar" uma namorada ele fosse feio e tivesse a aparência de um velho, mas muito pelo contrário. Aquele homem com certeza chamava a atenção de muitas mulheres. E eu já tinha visto seu rosto, só não estava em condições de buscar na memória qual era o nome do rapaz. Aquele silêncio já estava exagerado, e na tentativa de quebra-lo a única coisa que consegui foi me mostrar uma tosca desajeitada.
Por mais que tentasse, não conseguia desgrudar meus olhos daquele mar verde que eram os dele. Ele se aproximou de mim e estendeu a mão. Se apresentou como Harry Styles. Tentei fazer o mesmo mas o assessor me interrompeu antes mesmo de poder começar a frase. Apertou a mão de Harry e disse que precisava resolver um problema urgente, disse que teríamos poucos minutos para decidir como iriamos nos conhecer publicamente. Depois disso ele nos deixou sozinhos na sala e eu fiquei totalmente paralisada. Ele continuou alternando entre olhar para o chão e olhar diretamente para meus olhos, com as mãos nos bolsos da calça, até que ouviu a porta se fechando atrás dele. Ele parecia até envergonhado naquele momento, mas talvez tenha sido só uma impressão equivocada. Ele foi até o sofá e se sentou em uma das pontas, voltou a olhar pra mim e foi como se me convidasse para sentar-me ali ao lado dele. Então o fiz sem a menor cerimônia.
Os dois estavam sem saber o que fazer ali, aquela situação estava tão desconfortável e tudo que eu conseguia pensar era no quanto eu queria ir para casa. Aqueles braços estavam tão convidativos, e a boca levemente avermelhada, como se ele tivesse mordido os lábios pelo nervosismo. Mas eu acompanhei todos os seus movimentos desde que o vi entrando na sala, e pude me certificar de que ele não fez isso em minha presença. Era tão diferente do que eu tinha imaginado. Ele não parecia rude como pensei que seria, não parecia mesquinho ou galanteador. Ele parecia tão distante e tão perto ao mesmo tempo. Era como se eu pudesse ouvir seu coração bater rápido, e sentir a respiração falhando. Ele não estava fingindo naquela hora, ele estava constrangido e também não estava feliz. Não consegui nem ao menos imaginar o porquê, estava ocupada demais tentando dar início à um diálogo.
- Acho que deveríamos começar...
- Claro, eu estava tentando pensar em algo. Mas o único lugar que vem na minha cabeça é um parque que eu frequento as vezes, e que gosto muito.
- Por mim pode ser. Eu posso esbarrar em você sem querer.
- Mas pra isso você precisa estar distraída com algo.
- Será que eu posso levar um cachorro? Como se eu estivesse passeando com ele, entende?
- Vou falar com Thomas para ele conseguir um cachorro então.
- Tudo bem.
- Vamos ter que ficar no parque por um tempo.
- É, eu imaginei que sim.
- Qual seu nome mesmo?
- Alice.
-Quantos anos você tem?
- 19. E você?
- 21.
- O tempo acabou. Precisamos ir Alice. – Thomas entrou na sala e se despediu de Harry com outro aperto de mão. Combinaram que acertariam os detalhes mais tarde. Me despedi dele com um simples sorriso tímido, que foi retribuído com um pouco mais de sinceridade do que pensei que seria.
Ao entrar em casa, a sensação foi esquisita. Sentia uma nostalgia ao pensar no que aconteceu, só não sei se aquilo era bom ou ruim. Não posso dizer que estava ansiosa para o dia que estava por vir, mas não tinha um pressentimento ruim. Eu só esperava que tudo corresse bem, pois assim eu receberia o primeiro cachê, e poderia pagar os atrasados.
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É a minha primeira fanfic, então me perdoem pelos erros por favor :) Se vocês comentarem vão me ajudar muito a melhorar este trabalho, então me ajudem por favoooor. Beijinhos de luz!
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Rented Love {H.S}
FanfictionEles não se conheceram de um jeito convencional, não se aproximaram por vontade própria e não se apaixonaram à primeira vista, e talvez nem fiquem juntos no final considerando todos os fatos dessa história. Mas não importa. O amor não acontece de um...