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Era sábado á noite e eu, Dinah, Camila, Lauren e a nova namoradinha da Dinah. Normani, o nome. Tenho que dizer que elas não tem mal gosto e não sei quem é mais sortuda. Estavamos planejando ir a The Demons Club. Uma balada muito bem localizada e falada! Éramos menores, é claro. Mas com Dinah Jane, não se tem faixa etária. Até porque o primo dela é o dono.

Estávamos dividas em relação a automóveis. Dinah com Normani em seu Honda Civic 2016 (*carro, lindo por sinal). Lauren e Camila no Novo Corolla, particularmente, um puta carro. E eu, como estava sozinha, fui de moto. Meu bebê. HONDA CB1100, preta. Ninguém rela nela.

As meninas foram direto pro clube e eu parei pra colocar gasolina e comprar umas balas nas lojas de conveniência. Me perguntam se já me pararam, já mas o cara era gato e como eu sou eu, transei com ele. Depois pegamos amizades e ele me comprou uma habilitação falsa. Eis que também tenho uma pistola, ganhei do meu padastro para quando eu andasse sozinha. Era pequena e eu carregava dentro da bota que usava.

Parei a moto, escutando os frentistas comentaram sobre meu bebê e eu só me gabava. Comprei uns doces e fiquei observando o tempo e saboreando o gosto das minhas balas favoritas. Guardei os doces e subi na moto, acelerei e tive que parar no sinal. Resolvi pegar um atalho, já passei por ali algumas vezes, perigoso, mas tô de moto e armada.

Assim que virei o atalho tinha uma menina gritando e um pouco embaçado, mas dava pra ver um cara, talvez, abusando ela. Odeio isso, e no mínimo esse está bêbado. Mais um motivo. Fui até eles e ele escondeu ela atrás do seu corpo, parei a moto e desci.

"Tudo bem aí?" Eu disse chegando mais perto.

"Qual é, uma garotinha filhinha e papai, tá pensando o que? Ela é minha namorada." A menina chorava em silêncio atrás dele e se debatia um pouco, sem sucesso.

"Não me leva a mal não cara, mas acho que ela não é nada sua. Solta ela." Me aproximei mais ainda.

"Cala a boca, sua vagabunda." Ele gritou e sacudiu o canivete que tinha em sua mão. A menina gritou se debatendo e caiu no chão.

Ah, não. PORRA. Era a Nicolli. Que merda, Nicolli. Não tinha outro lugar pra estar não?

"Socorro. Me ajuda." Ela gritou e eu me aproximei mais dele.

Foi o tempo que ele puxou ela pela blusa, rasgando-a e eu tentei tirar o canivete da mão dele, quase consegui se ele não tivesse batido na minha cara e chutado minha canela. Com a força, acabei caindo no chão, me aproximei do meu pé, retirei a pistola e escondi atrás de mim e me levantei.

"Cara, solta ela. Vadia assim, tem em todo lugar. Tu consegue outra.

Ele riu e falou "Eu quero ela. Essa vadia aqui. Ela se debatia mais uma vez. Pedindo pra parar e soluçando de chorar. Quando vi um traço de sangue esconrrendo pelo seu rosto e em cima da sobrancelha jorrava sangue, foi a hora d'gua. Puxei o revólver e atirei em direção do céu. Silêncio. Eles se assustaram.

"Me dá a menina agora, filho da puta." Ele jogou ela no chão e levantou as mãos.

"Não me mata, moça. Por favor. Não faz isso."

"Levanta e vai pra perto da porra da moto agora, Nicolli." Eu disse nervosa. Ela correu até a moto.

"Você gosta de rezar?" Me abaixei até ele que se encontrava ajoelhado.

"Não faz isso. Ela é só uma vadia que merece ser estuprada, você viu o tamanho do decote dela? Não me mata." Ele choramingou.

"Cala boca, seu meliante. Eu perguntei se você gosta de rezar, se quer pro céu, pede perdão. Agora" gritei.

"Moça, por fav..." Ele ja disse com as mãos juntas, implorando.

"1, 2, 3, goodbye." Me levantei.

Um, dois e finalmente, três tiros foram ouvidos. E um corpo colidindo no chão. Com os olhos abertos, me abaixei denovo e fechei a olhos. Caminhando até minha moto e conseqüentemente vendo Nicolli, tampando os ouvidos e chorando.

Subi na moto. Guardei a arma no bolso da jaqueta. Ofereci meu capacete pra ela e ela aceitou.

"Ei, sobe na moto. Vou te levar pra minha casa."

Ela subiu na moto e eu fazia meu trajeto de volta pra casa. E ela me abraçou. Eu só queria entender duas coisas...
Por que ela estava sozinha por ali. E a outra era: por que a única coisa que se passava pela minha cabeça era levar ela pra minha cama e cuidar dela até ela se esquecer de tudo isso?.

PILLOWTALKOnde histórias criam vida. Descubra agora