Três meses depois
09 de novembro
Uma forte luz bate em meu rosto, mas algo me diz para não abrir os olhos, porém sinto que já é hora de acordar. Lentamente abro meus olhos, vejo meu quarto banhado pela luz da manhã, já desperto, me lavo. Sentia-me estranho como se estive esquecendo algo muito importante, por mais que tentasse me lembrar, não conseguia, achei melhor ir perguntar aos meninos.
Com essa ideia em mente me dirigi ao galpão, mas durante o percurso senti que o clima de verão tinha começado a ir embora o que era muito estranho porque estávamos em agosto, a cidade parecia diferente, tudo parecia estranho.
No caminho vejo vários conhecidos, mas quando ia cumprimenta-los pareciam ter muita pena de mim, "Ah Jin... Você parece melhor... Que bom... até mais... se precisar de algo é só avisar... deve estar sendo difícil, né?" Eu fiquei muito confuso, porque estaria sendo difícil? O povo da cidade enlouqueceu de um dia pra outro?
Chegando ao galpão, tudo estava uma bagunça e nenhum sinal dos meninos, parecia ter ocorrido uma briga no lugar. Resolvi procurar nos arredores, mas nada talvez estivessem no trabalho. Durante a volta resolvi passar na casa de Hanuel, ela com certeza saberia de algo.
Quando cheguei, havia uma placa de "venda-se" bem no portão, fiquei surpreso, Hanuel está se mudando e não me disse nada... Toquei a campainha várias vezes, mas ninguém atendeu. Foi quando a vizinha de Hanuel que estava passando me chamou;
- Jin?
- Oi, tudo bem com a senhora? Por um acaso você sabe se tem alguém em casa?
- Tudo sim, mas a casa foi vendida.
- Como assim vendida?- disse surpreso.
A senhora parecia confusa com a minha reação mesmo assim respondeu meio acanhada:
- Sim, já faz um mês, depois do ocorrido a mãe da garota não suportou continuar aqui e se mudou para outra cidade.
- Que? UM MÊS? Eu vim aqui semana passada, que ocorrido? A senhora está louca? -eu estava muito confuso com aquelas informações, minha cabeça começava a latejar.
Com um olhar de piedade ela disse.
- Jin meu querido, hoje é nove de novembro, já se passaram três meses desde a morte de Hanuel.
Naquele momento todas as minhas memórias começaram a voltar: minha namorada morta, a briga com os meninos... Mas não era só isso, algo mais tinha acontecido.
Comecei a me desesperar. Não pode ser verdade, eu me recuso a acreditar em minhas memórias, é mentira! As lagrimas já escorriam. Corri para o cemitério da cidade. O sol do meio dia castigava minha pele, mas nada era pior do que as minhas memorias. Lá estava a sepultura de Hanuel.
Seu nome estava escrito naquele pedaço de pedra áspera... Desejei poder tocar mais um vez em sua pela macia ... No dia de seu enterro não tive forças para aparecer e vê-la ser enterrada, me arrependo de não ter lhe dado meu ultimo adeus.
Andei procurando a confirmação de minhas confusas memórias, rezando para que eu estivesse errado, porém isso não durou muito... Lá estavam elas.
Não consegui me manter em pé. Como isso pôde acontecer? Eu não podia ter perdido todos. As únicas pessoas que eu tinha, todos tinham sido levados de mim. Alguém, por favor, me acorde desse pesadelo!
O que eu via era o tumulo de meu amigo não só um mais de todos eles um ao lado do outro.
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Dead Memories
Teen FictionJin é um garoto normal, vive uma vida satisfatória com seus amigos infância e namorada, porém um dia tudo isso muda. Ele se vê em uma pesadelo onde ele está sozinho, mas os céus lhe concederam a chance de mudar tudo. Será Jin capaz de lidar com as c...