Capitulo 1

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Era um sonho como os outros. Não entendia como eu continuava a tê-los. Não sabia se era passado ou futuro. Real ou só minha Imaginação. Mas sabia que era um sonho.

Eu estava diante a um portão. Feito de grades de ferro havia nele duas siglas S e M. Diante a entrada havia uma diminuta criatura. Sua pele era branca e quase transparente. Seus olhinhos eram negros e suas asas como as de uma libélula batiam rápidas. Era uma fada? Não sabia. Ela apenas voava insistente. Um homem, translucido, parou diante dela. Não sabia o que ele dizia, a fadinha apenas ouvia interessada.

Após ouvir o que o homem queria dizer ela sorriu. Seus dentinhos como navalhas podiam ser vistos de onde eu estava. Então ela atacou. Mordeu o braço do homem e entrou pelo que parecia sua pele. Ele gritava de medo e horror. Dava para vê-la movendo-se sobre a pele ate chegar ao seu pescoço, então ela desceu ao tórax. Ao chegar onde parecia o coração, ela sumiu e o homem caiu. Então ela apenas saiu de sua boa após alguns minutos.

Isso durou poucos minutos, mas parecia uma eternidade. Eu então caminhei em sua direção. Não me sentia confiante, mas tinha medo. Ao chegar diante dela, a fadinha apenas farejou e sorriu, com uma reverencia saiu de minha frente, então o portão se abriu.

Era o mesmo jardim que visitei uma vez em sonho quando via Nero em meus sonhos. Mas parecia diferente. Era diferente. O ar ali era magico. As rosas negras ainda pingavam peçonha e as brancas tinham suas manchas de sangue. O caminho levava ao mesmo palácio.

No caminho vi uma fonte, e aproveitei para olhar dentro dela. O lago me refletia, mas eu parecia diferente, mais bela. Meus olhos como esmeraldas brilhavam com uma beleza radiante e ao tocar na agua pra me certificar se era mesmo eu. Ela congelou.
Afastei-me assustada.

Enquanto a mesma voz daquela vez me dizia:

- Seja bem vinda de volta.

Não entendia bem por que a voz dizia de volta. Só estive uma vez, mas pelo jeito não conhecia o anfitrião.

Uma mulher estava bem mais a minha frente. A mesma que sonhei depois que sai do hospital após o episodio com o pastor Isaque. De perto ela era linda. Sua pele era branca, mas não era pálida ou doente, mas pálida por ser de certa forma magica. Isso, essa era a palavra Magica. Ela parecia magica.

Em suas costas tinha um par de asas como as de um anjo, mas ela não era um anjo. Eu sabia disso. Sentia-me de certa forma em casa, era um ambiente familiar. Eu queria chama-la, dizer algo.

Mas da minha boca, só uma palavra consegui dizer.

- Mãe.

Acordei assustada. De alguma forma esse sonho não era como os outros. Era nostálgico como uma lembrança. Nero sentado ao meu lado enquanto me via dormir, abraçou-me o mais rápido que pode. Mas eu não conseguia falar sobre isso. Não aquela noite e não naquele dia.

Acordamos cedo, e enquanto tomávamos café ele permanecia calado. Era essa a atitude que ele tomava, na defensiva quando fazia algo que não me deixava satisfeita. Minha mãe, Lucia nos observava imparcial pois sabia que o assunto era nosso. Ela não sabia que Nero ficava em meu quarto a noite, mas se acostumou com o fato dele tomar café da manha conosco antes de me levar a escola.

Minha mãe deu-me um beijo na testa ao levantar-se pois deveria ir trabalhar. Eu e Nero estávamos a sós.

- Por que você tem que viajar?

Perguntei chateada.

- Por que faz parte do meu trabalho Cerezita.

- Mas que trabalho?

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⏰ Última atualização: Sep 06, 2022 ⏰

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Gêneses: Entre o Sonhar e o PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora