A Minha Dor

Achada

Amo morar no Brasil a única coisa ruim é que há diversas mortes, hoje mesmo enquanto estava andando vi um corpo de uma jovem, que triste, uma linda garota ruiva, acho que com lá seus 20 anos, estava nua e tinha uma marca de bala que provavelmente perfurou seu peito, mas ela não estava morta, quando vi isso peguei rapidamente meu celular e liguei para a emergência.
- Alô por favor preciso de uma ambulância, meu Deus, acabei de encontrar uma menina caída, mas ela está se movendo. -- Digo aos berros
- Senhor por favor se acalme, me diga seu nome e onde você se encontra -- Diz a atendente
- Meu nome é Jace, estou aqui no Jd Maria Sampaio, próximo a Padaria, moça rápido por favor, se não ela vai morrer -- Diz Jace
- Colocarei uma ambulância imediatamente neste caminho, tchau, aguarde a nossa chegada - Diz a atendente, desligando a chamada

Me aproximo da jovem e vejo além do tiro, sei que ela foi estuprada e estou sofrendo por isso, não sei o porque mas não quero que ela morra, não quero que ela perca a vida, perdido em pensamentos nem percebo que estou chorando por aquela estranha, não sei porque. Nesse meio tempo a ambulância chegou e eles começaram a verificar o pulso, e a colocaram na maca, não queria ficar longe dela então fui junto.
- Moça por favor permita- me ir junto, eu a encontrei e me vejo na responsabilidade de acudi-lá -- Digo tentando não parecer desesperado

A rapariga permitiu que eu fosse junto, agradeci e dentro daquele veículo, fiquei a observar a jovem que aos poucos foi rebaixando é, ela estava morrendo e não sei o que faria se a perdesse.
Os socorristas fizeram os procedimentos e colocaram um tubo na garganta dela, não sei como mas ela reagiu, está viva, não sei por quanto tempo mais esta.
....
Querido diário Hoje é meu aniversário de oito anos, mamãe irá fazer uma festa, estou feliz. Lembra daquelas coisas que escrevi sobre minha avó e prima, resolvi esquecer, mamãe também não chora mais, então acho que tudo está bem.

-Tayla, desce aqui na cozinha por favor -- Diz mamãe
- Okay mamãe, estou indo --- Digo Quando chego na cozinha levo um tremendo susto, não tem ninguém lá e ao virar-me para trás vejo uma pequena luz e quando abro a porta todos gritam.
- SURPRESA!!!
Fico boquiaberta com aquilo, tinha muita gente, fiquei tão feliz, meu sorriso não cabia mas na cara,mas senti falta de alguns rostos, minha avó por exemplo, mas depois levo o pedaço de bolo para ela, agora vou aproveitar.
Minha mãe estava lá me olhando, com aquela carinha de orgulho, como amo minha mamãe.
Quando cantaram os parabéns peguei um dos pedaços e fui levar para a minha avó.
- Vovó, trouxe para a senhora um pedaço de bolo, tá bom?!- Digo feliz por tudo.
- Obrigado Tayla, pode deixar aí, agora saia - Disse vovó
Quando passei pela casa da vovó ela quase me acertou com um prato, quando cheguei perto vi que era o bolo que levei, é vovó jogou meu bolo fora, não percebi que havia caído no chão e que estava chorando muito até mamãe chegar e me pegar no colo, não sei o que houve mas a dor era muito grande.
.....
- Saiam da frente, rápido doutor, temos que leva-lá para o centro cirúrgico imediatamente, ela está morrendo -- Diz a Enfermeira
Todos saíram correndo, acionando as sirenes de emergência, acho eu.
-- Querida, sei que você não deve ter motivos para voltar, mas volte, nos não podemos fazer mais nada por você, é sua escolha meu anjo. -- Disse a Enfermeira
Não sei porque, mas estou me enxergando, estou me vendo naquele leito, acabei de escutar a enfermeira dizendo que sou eu que tenho controle, mas sempre disse que queria ir embora, por que ainda estou aqui, quero morrer, não posso me dar ao luxo de estar viva e bem.
.....
Aquela garota mexeu comigo, não sei porque ainda lembro dela, nesse momento ela deve estar morta, mas não sei porque fiz isso, sei que tinha necessidades, mas o que mais me deixa intrigado é que aquela linda jovem queria morrer.
- Daniel, Daniel, terra chamando - Diz minha mãe
- Hã? Oi mãe, o que foi? - Digo um pouco tenso, ainda por tudo que fiz
- Leve o lixo lá fora por favor - Diz mamãe
- Tá bom mãe, pode deixar aí, já levo - Digo

Ela não foi a minha primeira vítima, houveram outras duas, as quais eu precisava realmente matar, mas essa moça ruiva, que não me fez nada, e ainda aceitou ser levada por mim, ela aceitou um destino que a muito tempo ela queria.