Naquela noite, eu havia chegado em casa louca para tomar um longo banho afim de esquecer o dia difícil no trabalho. Assim que entrei pela porta, joguei minha bolsa no sofá e segui me despindo pela sala até chegar ao meu quarto. Entrei no banho e enquanto me ensaboava ouvi o interfone tocar. Eu tentei não dar atenção e continuar com meu ritual de relaxamento, mas quem chamava era insistente. E insistiu durante algum tempo, até que eu resolvi atender.- Droga! Quem pode ser a essa hora? - indaguei frustrada por ter de sair do banho sem concluí-lo. A contragosto, me enrolei em meu roupão lilás, sem ao menos me secar e saí em disparada para atender.- Quem é? – perguntei secamente.- Luiza, precisamos conversar! - uma voz masculina respondeu.Naquele momento, meu coração gelou. Era ele. Augusto. O que eu ia fazer? Eu não podia me deixar levar novamente, não podia ceder aos seus encantos novamente.- Augusto... eu não posso! Vá embora!- Eu não vou embora antes de falar com você - disse ele - se for preciso, faço um escândalo aqui no seu portão.- Não posso! VÁ EMBORA! Eu não p... - mas ele não me deixou terminar.- EU AINDA TE AMO! TÁ BOM? AINDA TE AMO E NÃO VOU SAIR DAQUI ATÉ QUE VOCÊ ME DEIXE SUBIR! SE FOR PRECISO FICO ATÉ AMANHECER O DIA!Ele conseguira. De novo, me deixou sem fala, sem reação. Eu hesitei por alguns segundos. Minhas mãos tremiam. Eu não sabia o que fazer.- Luiza, por favor! - ele pediu. Eu não podia mais fugir.- Só um minuto. Vou descer - respondi.Peguei as chaves que estavam em cima do aparador e desci as escadas. Coração a mil, as mãos geladas e suadas. Minha alma parecia querer sair do corpo.Quando abri a porta, lá estava ele. Um moreno lindo, alto, um cavanhaque bem desenhado. Em outra vida, pode até ter sido um belo cigano. Ele ficou ali parado por alguns segundos, me olhando com olhos semicerrados, como quem quer enxergar além do que vê. Finalmente, ele fechou a porta atrás de si, e me segurou forte em seus braços.- Eu preciso de você, Luiza - ele disse antes de me beijar apaixonadamente. Naquele instante, eu já não respondia mais por mim. Meu cérebro tentava me alertar para o perigo que eu corria ao me deixar levar por Augusto, mas meu corpo só conseguia discernir as batidas do meu coração...- É loucura, Augusto - eu finalmente falei - nós não podemos...- NÓS DEVEMOS! - ele respondeu. E segurou em minha mão me conduzindo de volta ao interior da minha casa. Passamos pela sala e fomos direto para o quarto. Mas nesse momento, eu me lembrei. Meu coração gelou ao lembrar que Augusto não me pertencia. Ele era de outra. E estava noivo.- Augusto, a sua... mulher... - comecei.- Eu não vim pra falar dela - ele me interrompeu - vim pra falar de nós dois.- Mas você se casou!- Eu te amo, Luiza!- Você se casou com OUTRA - esbravejei!- Outra que eu NÃO AMO! EU AMO VOCÊ, LUIZA!- É com ela que você se deita, Augusto. Não comigo!- Mas é em você que eu penso todas as noites e todos os dias da minha vida. Isso não vai mudar.- É a aliança dela que você tem no dedo!- MAS O MEU CORAÇÃO PERTENCE A VOCÊ! POR QUE VOCÊ NÃO ENTENDE ISSO???- EU TE AMO, AUGUSTO! ESSE É O PROBLEMA! - gritei - não consigo mais ver o homem que amo ao lado de outra... só não posso mais fazer isso... não é justo! - e comecei a chorar.Ele me abraçou, levantou meu rosto e me beijou.- Eu sei, meu amor. Eu sei... mas isso é temporário. Logo estaremos livres pra viver...- Juntos? - eu indaguei - Augusto, nós não fomos feitos pra ficar juntos...- Não diga isso! - ele me abraçou ainda mais forte - não diga, por favor... eu não consigo imaginar minha vida sem você.E foi então que eu percebi que Augusto não mentia. Seus olhos estavam marejados, sua expressão era de medo. E então eu o beijei como se fosse a última vez. Olhei em seus lindos olhos e mergulhei de cabeça naquele amor intenso e avassalador.Ele se deitou em minha cama e eu me sentei em seu colo, beijando sua boca. Suas mãos, sob meu roupão, percorriam minhas coxas. E mesmo por cima da sua calça, eu conseguia sentir sua excitação. Desabotoei seu zíper e enquanto minhas mãos percorriam seu corpo, eu conseguia senti-lo vibrar a cada toque. Sua pele morena se arrepiava a cada beijo. Ele sussurrava em meu ouvido "você me deixa louco", mas a verdade é que a louca era eu. Ele não fazia a mínima ideia de como conseguia me dominar. Eu me rendia àqueles olhos intrigantes, me entregava àquele corpo sem pensar duas vezes e me deixava levar naqueles braços fortes. As mãos dele me seguravam com força, seus lábios beijavam suavemente meu pescoço.Então, Augusto me pegou pela cintura, tirando meu roupão e ficando por cima de mim. Ele percorreu cada centímetro do meu corpo com sua língua, me levando ao céu. Foi quando ele se deitou sobre meu corpo, beijando minha boca intensamente que eu o senti entrar em mim.- Ah, meu Deus! - foram minhas últimas palavras. Daí em diante, não consegui pronunciar nada além de gemidos e sussurros. Ele investia com força enquanto apertava minhas coxas e gemia gostosamente em meu ouvido. Eu podia sentir sua respiração ofegante, seu coração cada vez mais acelerado.Foi tudo tão intenso que quando dei por mim, eu estava de joelhos na cama, e ele atrás de mim, com uma mão no meu cabelo e a outra em meu pescoço.- Eu vou gozar! - ele sussurrou em meu ouvido.- Vem junto comigo... - foi o que consegui dizer.E chegamos ao ápice juntos. Ao final, nos deixamos cair na cama, um ao lado do outro. Ele me puxou pra junto de si e eu me deitei em seu peito. Eu sabia que era só o começo. Sabia que Augusto não me deixaria desistir do nosso amor.- Você não pode negar o nosso amor, Luiza. Não tem pra onde fugir - ele sorriu.- Não sou eu quem insiste em negar, Augusto. É o destino...- Eu te amo, meu amor - ele disse antes de me beijar. E mesmo sabendo que eu devia manda-lo embora, que eu devia me desvencilhar do seu abraço, me vestir e ser forte, eu não queria. Simplesmente não podia negar. Ele tinha razão. Ele sempre tinha razão.- Eu também te amo, meu amor - respondi antes de adormecermos nos braços um do outro.
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O Livro dos Contos
Short StoryHistórias de amor com muito erotismo - ou seria o contrário? Descubra!