Síndrome De Theo

1º Sintoma

Ao passear pelo passeio da praia, vou vigiando os cães com o meu olhar.

De vez em quando, levanto a cabeça e observo o caminho.

E assim sucessivamente ...

A rotina diária, torna-se tão sucessiva, que enjoa.

Rocky começa a ladrar descontroladamente.

- O que foi agora ? – pergunto.

Baixo-me e aproximo a minha cara do focinho dela.

Faço-lhe uma pequena festinha na barriga e a sua cauda começa a abanar novamente.

- Linda menina... - digo, beijando o seu focinho.

Olho para o lado e vejo que a trela que tinha na mão direita, desapareceu.

Levanto a cabeça e procuro Fergus.

- Mamã... - ouço.

Olho para baixo e deparo-me com Noah.

- O que foi, Noah ?

Ele aponta para o outro lado da estrada.

Os meus olhos encontram Fergus a ser acarinhado por uma idosa na esplanada do café.

Atravesso a passadeira com Rocky e Noah e dirijo-me à senhora.

- Eu peço imensas desculpas, eu distrai-me e foi o suficiente para ele fugir ! – exclamo.

- Não há problema. O seu cão é muito inteligente. Como se chama ?

- Na verdade não é o meu cão. Eu sou paga para cuidar deles, mas eles são muito importantes para mim. E chama-se Fergus.

- Nome para alguém com grande personalidade ! – exclama.

- Por acaso, é um cão com uma forte personalidade. – declaro.

A senhora sorri, revelando os seus dentes e pergunta :

- Aquele miúdo é seu ?

- Quem ?

Ela aponta para ao fundo e eu sigo o dedo.

Quando vejo Noah a retirar batatas fritas de um prato de um senhor, levanto-me a correr e vou ter com ele.

- Noah... Eu peço imensas desculpas.- peço, observando os grandes olhos do senhor.

- Não tem problema.

- Pede desculpas ao senhor, por favor. – digo a Noah.

- Desculpe. – diz, baixando a cabeça.

- Tudo bem, também tenho uma filha pequena e sei o que é.- diz, olhando para mim.

Observo a cara dele e reparo que o homem até é bem jeitoso...

- Ah... Pois...

- Como te chamas ? – pergunta o senhor, sentando Noah no seu colo.

- Noah.

- A minha filha chama-se Bridget. – declara. – Tens quantos anos ?

- 5. – diz, levantando a mão direita.

- Muito bem !

- E a sua filha ? – pergunto, curiosa.

- 4. – responde. – Não quero parecer intrometido, mas a senhora parece muito nova para ser mãe.

- Pois... Fui mãe aos 19. – declaro.

- E é mãe solteira ?

Que homem intrometido !