One

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Não.

Isso não podia estar acontecendo.

Não agora

Não ali.

Apenas uma coisa rodava em sua mente; por quê? Por que ele fizera aquilo? Depois de todo esse tempo....

Pékia apenas o olhou com seus olhos âmbar arregalados e cheios de lágrimas para aquele rosto que um dia amara. Uma mecha de cabelo caiu no seu rosto e ele viu que seu cabelo estava branco agora, graças o fogo. Ela fora exposta pela pessoa que mais confiava. Um milhão de pensamento passaram em um turbilhão na sua mente e foram resumidos a uma só palavra:

- Por quê? - Ela olhou no fundo de seus olhos, um lado violeta e um lado vermelho.

Ele riu com gosto

- Ah, minha querida Pékia. - Ele se inclinou para sua frente até ficar cara a cara com a pessoa ajoelhada na sua frente emaranhadas nas correntes de ferro sendo puxadas pelos guardas. - Eu acho que por que não, seria a pergunta mais adequada a essa situação. Vejamos, uma semideusa muito poderosa, essencial pro plano de Cronos, andando por aí não seria nada seguro para as pessoas mortais que andam por aí - ele passou a mão em seu rosto pálido e gélido com uma alegria indecifrável esboçado no seu rosto.

Ela mordeu seu dedo com força e ele bateu em seu rosto em resposta

- Menininha insolente...

- Você... é um monstro.... - Sua voz tremeu tentando conter as lágrimas

- Sério. Percebeu isso só agora? - Ele deu uma risada proveitosa - Acho que seus gemidos a impediam de pensar direito enquanto estava de quatro na minha cama... - Ela tirou força de um lugar desconhecido e avançou, mas foi impedida pelas correntes amarrada em seu corpo e braços enquanto rosnava alto e mostravam os dentes afiados, que até agora ela não sabia que tinha. - Wow! O que é isso!? Aaahhhh..... Cloe...

- Q-quem... - Ela gagejou ainda chocada pela descoberta do novo poder. Seria uma bênção de Marte? Mas como? Ou seria bênção de Ártemis? Ela tinha que estudar mais a mitologia grega...

- Você não a conhece? - Ele riu alto - Você é mais burra que eu pensava

- Não ouse me chamar assim! - seus olhos começavam a ficar brancos

Ele pegou uma mecha que antes era castanho claro e sorriu de orgulho de si mesmo quando viu que suas suposições estavam certas acerca dos filhos de Quione e do fogo. - Sabe.... - Ele começou - Eu gosto mais assim. Branco. Mas... é intrigante. Deveria afetar seu cérebro, não a coloração do seu cabelo. - Ela abaixou a cabeça fitando o chão

- Você fez experimentos botando fogo na cabeça dos filhos de Quione... - Normalmente ela ficaria triste. Normalmente. Não agora. Agora era diferente. Ela sentia raiva. Muita raiva. - Sacrificou vários semideuses.... para suprir suas necessidades idiotas.... - Ela dizia com a cabeça baixa olhando pro chão não mostrando o estado de seus olhos - Você....

- Sou um monstro? - Ele riu

- Não. Até monstros são melhores que você.... Foi bem esperto usar o amor como minha fraqueza, admito.... mas... inferiorizar o meu poder.... - Ela levantou a cabeça lentamente olhando no fundo de seus olhos com algumas mechas de seu novo cabelo platinado caindo sobre o seu rosto - Isso é muita burrice - Ela levantou lentamente - E se tem uma coisa que eu detesto.... é burrice

Ele ficou olhando horrorizado para os seus olhos totalmente pálidos e com uma frieza inigualável. Ela se divertia com aquilo. Aquele medo transparecendo em seu olhar, aqueles olhos de cores diferentes estavam olhando o que ele nunca imaginaria que ela um dia fosse capaz.

Aquilo não era o poder de uma mera filha de Quione.

Tinha algo mais ali.

Algo que ele nunca compreenderia.

Pékia o olhava enquanto o inferno de gelo, como ela chamava, estava reinando naquele local. Seus guardas gritavam de pavor enquanto monstros de gelo os desmembravam e o gelo crescia do chão dificultando sua fuga

Aquilo não era ela.

Não somente ela.

Alguém, ou alguma coisa estava com ela naquele momento. Ele sentia isso. Não era só o gelo. O gelo reinava como o fogo em um braseiro, sua expressão o olhando como um animal encarando sua caça. Ele olhou aquele lugar revestido em trevas e gelo, aquela criaturinha o olhava com uma expressão demoníaca, como se conseguisse ver os seus medos, como se conseguisse ler a sua mente e fazer ele ver tudo aquilo.

Seus olhos estavam uma mistura de cores entre um branco profundo. Estavam brilhando em rosa, azul, vermelho e preto. Ela sorriu mostrando seus dentes afiados de um felino e soltou um rosnado.

Ele olhava seus homens morrerem um após um naquele pandemônio de neve.

Mas agora, era a vez dele

Ela estava brilhando em uma aura de uma cor indistinguível e uma rosa rosada sem nenhum espinho, foi queimada em seu antebraço esquerdo, como uma tatuagem. Ela levantou seus braços agora livres e o inferno foi instalado naquele lugar. Dessa vez, foi como se algo estivesse a ajudando

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Oi, gente!

Essa é a minha primeira história que eu vou tentar levar mais a sério, então peço que sejam bonzinhos comigo

Queria dizer que cada capítulo vai ser a visão de uma personagem, essa é a Pékia, semideusa filha de Quione

Espero que vocês entendam o meu ponto de vista e consigam compreender a história e o principal foco de toda a trama.

É isso, beijos da titia Cerejah

The Hell's FlowersOnde histórias criam vida. Descubra agora