Débora abriu os olhos com relutância. A primeira coisa que viu foram as luzes no teto, ouviu bips e vozes.
Havia alguém ao lado da cama onde estava, Débora olhou para o lado e viu a enfermeira checando seu soro. Ela sorriu para a garota e logo saiu. Alguns minutos depois a porta do quarto se abriu e três pessoas entraram as pressas a encarando com preocupação. Uma mulher e dois homens e desses três, ela reconheceu apenas a mulher, era sua mãe, que se manteve de pé ao lado da porta com uma postura fria.
- Querida, que bom te ver acordada - disse um homem alto, sorrindo aliviado para ela. Demorou um pouco para se lembrar de quem se tratava, mas acabou o reconhecendo, era Fernando, seu pai - Você está vegetando à quase quatro dias.
- O que eu faço aqui? - Débora perguntou com uma voz fraca, encarando o pai. Ela estava confusa e se lembrava de poucas coisas.
-Está em observação mocinha. Deu sorte de ter sobrevivido, chegou quase morta aqui - o outro homem alto respondeu anotando algo em sua prancheta.
Débora franziu o cenho tentando processar a informação que acabara de receber e logo encarou seus pais.
-Onde está o Henry? - perguntou um pouco aflita, conforme as lembranças foram surgindo em sua mente, e seus pais fitaram o chão por alguns minutos. Aquela pergunta parecia ter os deixado desconfortáveis, eles pareciam estar desapontados... Talvez triste - Por que não me respondem? Onde está o meu irmão?
Eles continuaram em silêncio. A mãe, não havia dito nada desde que entrara no quarto, apenas à encarava com rancor, enquanto seu pai aparentava apenas tristeza e cansaço.
-Querida se acalme, Henry está bem - declarou Fernando com um fraco sorriso - Minha maior preocupação num momento, é você. Mas... Agora eu quero que você descanse, e enquanto isso eu vou atender meus pacientes, mas se precisar de qualquer coisa peça para enfermeira me chamar e eu virei o mais rápido possível - ele caminhou até a cama e depositou um beijo na testa dela , depois se virou e junto com os outros dois que estavam de pé em silêncio, saiu pela porta do quarto deixando sua filha com suas memórias desorganizadas.
-O que faremos agora? - disse a mãe de Débora seguindo Fernando pelo corredor do hospital.
-Bem Marina, você eu não sei, mas eu tenho que trabalhar - respondeu sem encara-la.
-Fernando, olhe para mim quando eu estiver falando com você - ela gritou fazendo com que ele parasse e com que algumas pessoas os encarasse.
Ele simplesmente bufou e se virou para ela.
-Assim está bem melhor - ela sorriu vitoriosa - Agora me diga, o que eu devo fazer?
-Por que não pergunta pro Richard? Você estava com ele quando avisaram sobre o despertar da nossa filha - Fernando questionou irritado.
-Isto é ciúmes, amor? - Marina sorriu como uma criança quando ganha um brinquedo novo enquanto ele apenas negou com a cabeça com o olhar sério - Não?! Bem... Então... Eu... Eu devo levar ela pra casa?
-Não, Débora ainda tem que fazer alguns exames. Mas vou ver se consigo leva-la pra casa amanhã. Agora, se me der licença, eu tenho que trabalhar - Sorriu falsamente e em seguida se virou voltando a caminhar em direção a sua sala no final do corredor.
- Muito bem senhora Hans o que posso fazer pela senhora hoje? - Fernando perguntou a paciente, assim que entrou na sala . Ele fechou a porta, caminhou até a mesa e se sentou, a sua frente estavam uma mulher acompanhada de um rapaz.
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A Teoria de Débora
Teen Fiction"[...]Em meio à fria manhã, seu corpo caído no chão do quarto recebeu um toque quente nas costas nua. Ele abriu os olhos e encarou o ser que havia o tocado, ele reconheceria aqueles olhos castanhos escuros em qualquer lugar, era ela, uma das únicas...