Indiferença

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Sentada e prestando atenção na aula de história, Gaby sente uma mão em seu ombro e se assusta.
- Ei Gaby vamos na biblioteca depois dessa aula, eu quero te mostrar um livro bacana que achei e vai nos ajudar no trabalho de geografia.
- É claro! Vamos sim.
Ela respondeu a Kaique sussurrando, sabia que o garoto tinha um sentimento especial por ela, algumas de suas amigas sempre alertavam que ele estava super gamado nela, mas sempre desdenhava e dizia que ele era seu amigo e que não via nada disso.
Na hora do intervalo Gaby olhava o pátio na procura de Pedro, mas ele não saía da sala, então Kaique se aproximou.
- E aí Gaby vamos lá ver aquele negócio?
- Vamos sim! Eu estava esperando por Pedro, mas ele ainda não saiu.
- Quando a gente voltar você procura por ele!
- Isso mesmo! 
Kaique sempre gostava de brincar com Gaby, ele gostava de apertar sua bochecha, fazer cócegas na barriga dela, e ela algumas vezes gostava e outras achava estressante, mas já havia se acostumado com as brincadeiras do garoto, inclusive algumas dessas brincadeiras ajudaram muito nos momentos da "deprê" que ela passou após o acidente de Pedro.
Enquanto eles caminhavam em direção a biblioteca Kaique segurou nos braços de Gaby.
- Para seu leso! Eu não vou andar coladinha com você! Sai pra lá!
- Ah! Sério? E quem é que eu vou apertar agora para fazer cócegas?
Ele começou a apertar a barriga da garota lhe tirando algumas belas gargalhadas.
Pedro avistava aquele cena quando chegava no pátio e logo fechou a cara, sentia uma raiva maluca daquele cara.
- E aí mano? Aquela ali é sua namorada? Abre o olho em cara!
Disse o colega de Pedro passando a mão na cabeça.
- Sai fora Roberto! Eu tô de boa! Não preciso me preocupar com isso!
- Tomara que não! Vamos na cantina! E nem adianta dizer que não quer ir, eu vou te empurrar!
Disse o garoto empurrando Pedro, isso irritava, mas era o que ele queria pra esquecer um pouco a raiva que estava sentindo.
- Sabe hoje eu tô super afim de comer um pastel. E você, vai querer o que?

- Eu to afim de um X-Gaby! Será que tem hoje na cantina?

- Cala a boca zé mané! Esse sanduíche não está a venda!

Pedro respondeu irritado na mesa da lanchonete, mas relevava por que sabia ser bagunça de seu colega.

- Pode não estar a venda pra mim, inclusive eu abro mão. - sorriu- mas tem gente querendo comprar.

Acenou com a cabeça para o lado e vinham conversando Kaique e Gaby em direção a cantina, ela logo avistou Pedro e saiu correndo em sua direção.

- Oi Pedro, eu estava atrás de ti!

- Oi gatinha! Aonde você estava?

- Eu fui até a biblioteca com o Kaique, estamos fazendo juntos um trabalho de geografia.

Kaique se aproximou.

- Oi Pedro! E ai de boa?

- De boa. - Respondeu friamente.

- Eu vou ali com uns colegas, até mais Gaby, tchau galera.

Kaique logo se retirou, pois odiava também a presença de Pedro.

- Fica mais um pouco ai Kaique. - Disse Gaby tentando mudar o clima.

Enquanto ela falava Pedro lhe deu um belisco nas costas, se bem que Kaique nem ligou para as palavras da garota e só acenou com a mão.

- Ei, por quê você me beliscou?

- Esse cara é um maior chato! Fala sério.

Gaby virou os olhos e sentou no colo de Pedro como sempre gostava de fazer.

- Quanta bobagem, lá vem você com esse ciúme bobo, já disse que somos amigos.

Roberto chegou com uma bandeja de lanche.

- Ei Gaby,tudo bem?

- Tudo sim.

Eles  começaram a conversar sobre outros assuntos e Pedro preferiu assim, não queria se desgastar mais.

Kaique viu seus amigos sentados num banco próximo ao fim do corredor.

- Ei mano tu estava aonde?

Disse Fábio ao avistar Kaique, estavam reunidos ele, Rick e Saulo.

- Mano eu estava com a Gaby na biblioteca.

- Vixi mano, tu não desencana hein! - Disse Rick.

- Sai fora dessa mina, ela é do aleijado mano! - Afirmou Saulo rindo para os colegas.

- Cara eu só sei de uma coisa, quem tem mais a perder é esse aleijado do que eu. Aquele filho da puta, não sei o que a Gaby viu nele.

Kaique dizia essas coisas por que encontrava amparo dos seus amigos.

- Ai Kaique me pega e me joga na parede! - Dizia com uma voz fina Fábio se encostando em Kaique.

- Sai fora veado. - Também caiu na rizada junto com seus amigos.

- Mano eu também sou mais você do que aquele aleijado, ai amor vem cá Kaique. - Disse Saulo também com uma voz fina.

- Ele nem consegue levantar o pau. - Disse Rick no mesmo tom e passou a mão entre as pernas de Kaique. - Olha só como o dele é grande.

Kaique afastou a mão do colega e ficou caindo na risada.

- Vocês não prestam! Bando de veados, mas confesso uma coisa eu sou mais eu, do que aquele aleijado corno. Falou, bando de bichas.

Se despediu Kaique na direção do banheiro e quando se olhava no espelho vê Pedro entrando, não disse nada apenas arrumava o cabelo.

- Ei cara qual é a tua? Você fica dando em cima da minha namorada, pensa que eu sou burro?

Kaique não esperava essa reação de Pedro, afinal na frente de Gaby sempre tratava bem o garoto, mas ele estava de saco cheio de fingir ser um cara legal.

- Eu que pergunto. Qual é a tua? Seu aleijado. Vai te fuder, eu não preciso explicar nada pra ninguém, muito menos pra você!

- Seu filho da puta, pode ficar sabendo que você não vai conseguir!

- Ah é? Isso é o que vamos ver!

Saiu e empurrou a cadeira de Pedro contra a parede, isso irritou tanto o garoto.

- Seu filho da puta, zé ruela. - Pedro se sentiu incompetente, pois se isso tivesse acontecido antes do acidente teria quebrado a cara do garoto. - Caralho, não posso dar uma surra nesse cara!

Molhou o rosto e saiu irritado do banheiro.

Kaique se aproximou dos seus amigos.

- Mano tu acredita que aquele zé ruela do Pedro chegou no banheiro me esculachando?

- Porra mano e por que tu não colocou aquele aleijado no lugar dele, e deu um soco na cara dele? - Falou Rick.

- Tá doido cara! Eu não posso me queimar com a Gaby, eu tenho certeza que ele já vai fazer minha caveira pra ela.

- Mano se tu quiser eu jogo ele ladeira baixo. - Disse Saulo.

- Não mano esse aleijado vai ter o que merece no tempo certo.

- Isso mesmo mano! Vamos dar o troco pra esse zé buceta. - Disse Roberto passando a mão na cabeça de kaique, que se esquivava.

Quando entrou na sala Kaique viu Gaby concentrada num texto, então sentou em sua carteira.

- Ei Gaby! Eu tenho um negócio sério pra falar contigo sobre o Pedro. Eu estou muito triste!

Gaby olhou preocupada para o garoto, foi quando ele percebeu que ela poderia morder a isca.


Pássaro Sem AsasOnde histórias criam vida. Descubra agora