Capitulo 5 - Acerto de Contas

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- Era o mínimo que eu poderia fazer. Vem comigo, vou te mostrar uma coisa.
-Agora não posso, tenho que fazer uma coisa antes...- A expressão de Jessie mudou de alegre pra preocupada.

- Jessie qual é o nome do seu pai? Preciso falar com ele.

- Não Rick, por favor não faça isso!- ela me implorava quase de joelhos.

- Calma Jessie eu só vou falar com ele!

- Não Rick, eu sei o que você está tentando fazer, você pensa que eu já não fiz isso? Não adianta!

- Desculpa Jessie mas já eestá decidido, você pode ter falado com ele mas eu não. Eu gostaria muito, mas você não pode ficar aqui pra sempre.

- Não Rick por favor, eu não quero morar com aquele desgraçado. Eu... Eu posso fugir... e você poderia ir junto... Eu posso fazer de tudo, mas não quero ele perto de mim!

-Jessie se acalma, você não pode se esconder pra sempre, além do mais ele é seu pai e você não pode fazer nada pra mudar isso! Agora me diz, qual o nome do seu pai.

-Tudo bem. O nome dele é Antônio.- Jessie respondeu se acalmando com a cabeça baixa.

- Não se preocupa, não vou demorar!- ergui seu queixo e dei um beijo em sua bochecha, depois sai do quarto.

- Rick... Boa sorte! - Jessie disse com um sorriso. Eu apenas respondi acenando com a cabeça.

Estava parado na frente daquela casa observando atentamente cada detalhe. Demorei alguns segundos para criar corajem mas eu estava disposto, eu tinha que fazer aquilo, pelo bem de Jessie.

Andei até a porta e toquei a campainha. Ela se abriu rapidamente por um homem, deveria ser Antônio. Ele parecia estar esperançoso mas sua feição mudou rapidamente quando me viu, estava triste agora.

-Sim, posso ajudar? -Ele disse desanimado.

-Hã... Você é o Antônio?

- Sou sim, quem quer saber?

-Meu nome é Richard, moro aqui do lado. Apenas gostaria de conversar com você.

-Claro tudo bem. -Antônio parecia estar vazio por dentro, ele parecia estar cansado e desanimado. Seus olhos tinham olheiras profundas, parecia que não dormia a dias.

Ele me convidou para entrar, e eu apenas aceitei.

-Então...Richard, no que gostaria de conversar?

-É sobre sua filha.

-Jéssica? Você sabe onde ela está?- Ele disse surpreso.

- Sim, não se preocupe ela está bem. Mas não é esse o motivo da minha conversa.

- Para com esse joguinho garoto, não tenho tempo pra brincadeiras, me diz logo onde está minha filha!- Ele dizia almentando o tom de voz.

- Só vou poder dizer se você conversar comigo antes. EU é que não estou pra brincadeiras, agora me diz... Porque você é tão arrogante com sua filha?!

-Que história é essa, o que você veio fazer aqui? Foi ela quem te mandou não é?! Se ela pensa que sou eu o errada ela está muito enganada!

- Não é nada disso. Sou eu quem está perguntando. Ela só me disse a verdade sobre a vida dela.

-Você quer dizer o dia em que a Mariana morreu?

-Se essa tal Mariana for a mãe da Jessie, então sim.

- Está bem, faz um bom tempo que não conto essa história, mas acho que posso abrir uma exceção.- A expressão no rosto de Antônia estava vazia, mas isso não me inportava, eu só queria saber a verdade de Antônio.

- Quando Jéssica tinha 5 anos, Mariana morreu em um acidente de trânsito, eu fiquei inconformado com isso, não sabia como iria criar uma criança sozinho, então pedi para tia de Jéssica se podia cuidar dela enquanto resolvia alguns assuntos financeiros. Depois que Mariana morreu eu entrei em várias dívidas e tinha várias contas para pagar, não aguentava mais aquilo então fiquei depressivo, depois disso não falava mais com ninguém, não comia e nem dormia direito. Uma vez fui até um bar e comecei a beber muito, pensando que aquilo me faria esquecer do acidente, mas foi em vão. Eu só piorava a cada dia, então tomei uma decisão, resolvi vender a casa e me mudar, mas um imprevisto aconteceu, a tia de Jéssica morreu por conta de um câncer. Jéssica teve que morar comigo, então nós nos mudamos pra cá. Eu nunca percebi, mas estava me tornando um monstro por dentro e ignorava qualquer um, até minha própria filha, ela estava precisando de ajuda mais do que eu, mas fui muito cego para enxergar isso, deveria estar perto dela nesse momento, mas só me importava comigo mesmo, eu fui um idiota.

- Me desculpa eu não sabia...- disse sem nunhuma emoção.

-Está tudo bem, a culpa não é sua, acidentes acontecem a qualquer momento. Mas... Por que se interessa tanto em saber sobre a vida de minha filha?- Ele tinha me pegado de surpresa, engulo em seco e digo com uma voz rouca.

-É porque... Eu amo ela, eu amo sua filha e só estou tentando proteger ela. Faria de tudo pra ficar do lado dela...

Antônio começou a abrir um sorriso mas acho que não era pelo que eu tinha dito.

Me virei de Costa e pude ver ela. Estava com uma expressão de surpresa, espantada pelo que tinha ouvido.

Jéssica!- Antônio sai correndo em um abraço aberto.- Filha, pensei que tinha te perdido pra sempre!

-Calma pai, estou bem. -Ela não se mecheu, apena continuou olhando fundo em meus olhos.

-Rick é verdade... É verdade isso o que você disse? Você realmente me ama?

I'll be... Happy one DayOnde histórias criam vida. Descubra agora