Prefácio

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No início do Tempo do Homem e das Civilizações, existia uma cultura, um povo, numa ilha mais avançada em tecnologia que qualquer outra das demais colónias de recolectores da época. Essa ilha era conhecida como a Atlântida e a sua gente como atlantes, poderosos homens e mulheres que conheciam a teia do Mundo e, por isso, possuíam o dom de fazer magia, de ordenar à natureza que se dobrasse à sua vontade.

Mas a sua vida pacífica não durou muito, o Alto Conselho da Atlântida foi avisado pelo Círculo de Videntes e Profetas, que a Ilha seria remetida para o Fundo do Oceano, no entanto, os Atlantes sobreviveriam, devido à sua magia. Porém, o feitiço para manter a cidade debaixo de água intacta, iria ceder aos poucos, centenas, talvez milhares de anos depois, mas era algo inevitável de acontecer e que apenas seis crianças que nasceriam diferentes dos demais atlantes, com apenas partes do poder, mas que juntas, formariam um todo seriam a salvação da Ilha, mas teriam que ser enviadas para a Superfície e crescerem separadas ao abrigo de um feitiço que as protegeria, até todas serem maiores de idade ou se juntassem, pois a catástrofe que se abateria sobre a cidade não seria natural, mas sim, feita pela mão de feiticeiros de dentro e era na superfície que elas seriam capazes de desfazer a maldição que sobre eles se iria abater.

Ao ouvirem tal aviso, os conselheiros do Alto Conselho, riram à gargalhada, por desacreditarem naquilo que lhes era dito, mesmo que só pudessem ocupar estes cargos por terem sabedoria que pudessem oferecer para tornar a Atlântida num país melhor, no entanto, ninguém conseguia acreditar, que alguém dentro da Atlântida se sentisse infeliz ou com ódio suficiente para lançar tal maldição, nem que houvesse alguém poderoso o suficiente para mandar a Ilha da Atlântida para o fundo do Oceano. Não contavam, com uma seita secreta que se começava a formar no submundo, uma seita baseada em magia proibida, que ligava as coisas mortas e não vivas a si mesmos e que destruía o amor e a compaixão, substituindo-as pelo ódio, sede de poder e de vingança e que distorcia os seus praticantes física e psicologicamente.

Anos após estas risadas inconsequentes dos Conselheiros da Maegharie e do seu Guardião, a terrível onda invocada veio e remeteu a Atlântida para o maior desespero que podiam encontrar. Então, os olhos dos atlantes viraram-se para as crianças, tentando encontrar nelas as diferentes faladas pelos Videntes e Profetas.

A primeira criança nasceu numa família de mercadores que tinha ficado arruinada com a queda, mas que continuava orgulhosa, foi precisa muita persuasão, para convencer a mãe de criança a deixá-la ir, mas no fim, entregaram a criança quando esta completou os seis anos de idade, altura em que se aperceberam que seria melhor colocar a criança num sono encantado que a impediria de se desenvolver mais, até que as outras crianças nascessem.

A segunda criança nasceu no seio dos Guardiões e apesar de todo o amor que a mãe lhe tinha, a criança foi entregue aos cinco anos, para também ela entrar num sono encantado. A mãe, percebendo a importância da sua prole não objetou a entrega-la.

A terceira criança foi encontrada a vaguear pelas ruas sozinha, descalça e com fome, com três anos, não foi preciso convencer ninguém, pois ninguém sabia quem eram os seus pais. Foi assim, colocada para dormir.

A quarta criança, nasceu numa família de militares e quando se descobriu o que era, a mãe foi ao palácio entrega-la para ser posta a dormir, tinha dois anos e a ama é que tinha notado as diferenças na criança, pois as mães desta classe social entregavam os seus filhos a amas, mal estes tinham idade para não necessitarem de leite materno, uma vez que eram sempre necessárias no cumprimento do seu dever.

A quinta criança nasceu no palácio, filha da Rainha e do seu Guardião, foi decidido deixá-la crescer até aos seis anos, para no fim ser posta a dormir, caso a última criança ainda não tivesse nascido. Três anos depois a Rainha teve outra filha, também destinada à profecia e então fizeram-se os arranjos necessários para enviaras crianças para a superfície, onde seriam espalhadas pelo Velho Mundo, mais conhecido como a Europa.


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