Halloween

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Ano: 1931

Dia: 31 de Outubro (Halloween)

O que realmente aconteceu :

{Antes}

Um garoto com seus 11 anos, de cabelos negros caídos pelo rosto, olhos tristes e nada angelical perambulava pela rua de sua casa, situada no bairro de Westblodd, nos Estados Unidos, um lugar comum como qualquer outro bairro americano de classe média alta. Estava trajando um macacão meio rasgado, velho, de couro marrom, e botinas pretas. Em sua mão direita trazia uma saco que arrastava-o pelo passeio, muitos diziam que ele era um garoto triste, e sempre sozinho, alguns afirmavam que ele pegava animais pequenos e os prendiam dentro do saco para sair pela noite de Halloween pedindo doces nas casas da vizinhança, mas, naquela noite, daquele ano, não seria mais como as noites passadas, como os dias das bruxas passados.

Ás onze e vinte da noite, ele tocou a campainha em uma bela casa muito bem enfeitada que seguia a tradição do dia macabro americano. Ninguém atendeu. Então, logo foi para a proxima casa, e a próxima e a próxima. Ninguém, ninguém abriu a porta para ele. Em seu trajeto, rodou o bairro inteiro, e pelo caminho encontrava crianças de outras idades com doces e balas que até caíam pelo chão, com sorrisos no rosto. Ele então voltou para casa, de cabeça baixa, não conseguia entender os motivos os quais as pessoas não abriam a porta para presenteá-lo.

Chegando em casa, subiu para seu quarto, sua mãe estava na cozinha, e seu irmão mais novo dormindo tranquilamente ao lado do quarto onde ele dormia. Ele, então, deitou na cama e ficou olhando o teto, conseguia ouvir risos vindos lá de fora. A dor mais profunda que uma criança poderia sentir, ele sentiu. A solidão mais atormentante, o frio mais gélido, e o choro mais agonizante que um menino podia emanar, tomou conta daquele quarto. A porta se escancarou, e seu pai apareceu ali, com um pedaço de pau na mão. Ele rubrou para o filho: "Porque diabos está chorando? São só doces! Seu choro vai acorda seu irmão! Aquiete-se, seu..bastardo inútil!". O garoto parou de chorar, o pai saiu, mas, longos minutos depois, ele voltou a lamentar em lágrimas. Desta vez, sua mãe era quem havia aberto a porta do quarto e ele já sabia o que iria acontecer. As marcas no braço esquerdo denunciavam os maus tratos causados pelos pais do garoto.

Trinta minutos depois, e alguns mais, as badaladas do grande relógio velho na sala tocaram, doze vezes, anunciando a meia noite, a noite em que começara o Halloween. O garoto, diante do espelho, com os olhos vermelhos, e a tristeza estampada em sua face amarrou um pano velho em volta da própria cabeça, como se fosse uma fuga para que ninguém mais pudesse vê-lo, saiu dali, foi ao quarto do irmão, e vendo-o tão docemente adormecido, envergou-se contra o berço, e o enforcou, sem lamúria alguma! Desceu as escadas, o pai estava bêbado na sala, já havia consumido mais do que deveria, aquilo para ele seria fácil demais, então, foi para a cozinha, e lá estava a mãe. A mesma virou-se com suas mãos ocupadas com uma deliciosa torta de morango e chocolate e rubrou: "Caia fora garotinho patético! Não tenho orgulho algum de você! E tire essa fantasia excrota, está te deixando ridicularmente apresentável, mais do que já é naturalmente, fiz a torta para seu irmão, você não merece nada, você é a vergonha dessa família, seus modos são errados, seu jeito de ser é errado, tentei concertá-lo mas parece que você, não se importa comigo", disse a mãe ao garoto. O mesmo então, extendeu as duas mãozinhas para cima como pedido de colo, e a mesma deixou a vasilha de torta em cima da mesa e estapeou-lhe a face, mas, instantâneamente, acabou caindo ao chão depois de pisar em um ursinho que estava ali, jogado ao canto do pé esquerdo do fogão. O garoto sem pensar duas vezes, avançou para cima de sua própria mãe e a esfaqueou por toda a face. "Porque faz isso comigo??? Porque faz isso comigo? Quero ser feliz!" Era tudo o que ele conseguia dizer enquanto acabava de golpear, e o sangue escorrer pelo azulejo branco do recinto.

Então, foi para a sala, e ali o pai não estava mais. Segundos depois, sentira seu pescoço sendo apertado, e a falta de ar tomar conta da sua circulação. O pai estava estrangulando-o com todo ódio e as únicas palavras que conseguia urrar era: "Você matou nossa família! A nossa família!Você não é o meu filho!" O garoto então debatendo-se, caiu ao chão. Estava morto. O pai, não aguentando toda carga psicológica dos acontecimentos daquela noite, suicidou-se enforcado no meio da sala, onde o corpo ficara ali, apodrecendo, por dias e dias, até os vizinhos notarem ausência de todos do lado de fora e chamarem a polícia.

{Agora}

Hoje, anos depois, no bairro de Westblod, alguns moradores ainda afirmam que conseguem ouvir vozes, gritos e gemidos que saem das janelas daquela casa, já bastante velha apesar das restaurações de famílias anteriores que viveram por lá. Outros afirmam, que esta não foi a história verdadeira, afirmam que a verdade era que o pai matou a todos e logo após se enforcou por causa de problemas mentais. Mas, um dos contos que assombram o pacato bairro distante de Westblod era que o garoto havia sido torturado pelo pai na noite de Halloween, matara a esposa, o filho mais novo, e logo após prendera o filho mais velho (no caso o pequeno assassino) no porão, enfeitado de abóboras e velas, e doces por toda parte. Suspendera-o no alto com ganchos de ferro e deixara-o ali enquanto aumentava o volume do rádio que tocava uma música antiga daquela época.

Algumas crianças ainda tem medo de sair fantasiadas a noite, pois juram ver o garoto vestido com o macacão rasgado cheio de sangue, o rosto enrolado com panos escuros e um saco marrom nas mãos de onde saem grunhidos de animais.

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