Capítulo 10

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Precisava de uma longa noite de sono, para poder descansar, e processar tudo isso que está acontecendo. E só com a minha presença no quarto, ao que tudo indica, terei a tal noite agradável que tanto desejo, se não fosse claro, pelo fato de ficar pensando toda hora NELAS. Nunca achei que ficaria assim, sempre fui um cara romântico que faz de tudo por só uma garota, mas no momento, não é o que aparenta, e o pior é que não estou me sentindo nem um pouco mal com isso, pra falar a verdade, estou me sentindo super bem, claro que com uma dose de culpa por ter feito aquilo com Leona, mas, bom, é difícil explicar...

Já eram 5h38min da manhã, e Giovanna estava se arrumando no banheiro enquanto eu estava sentado na cama, ainda tentando me localizar. Uns minutos depois uma bela garota, de cabelo curto platinado entrou no quarto, a mesma espantada ao me ver.
- Acho que entrei no errado.- Disse ela encarando-me.

- É realmente uma pena se você estiver certa.- Sorrio fraco e a mesma retribui com um mesmo sorriso, mas um sorriso de quebrar as pernas de qualquer um.- Seu nome é Joyce?

- Sim, como sabe?

- Está escrito na porta.

- Meu pai, como sou burra. - Disse ela batendo a mão direita na sua própria testa.- E eu andei e andei por essa escola toda, fui até a diretoria só para saber qual era meu quarto sendo que  meu nome estava escrito na porta, é uma anta mesmo.

Sorri a ela dizendo:

- Acontece.

- Tem alguém nessa cama?- Disse ela jogando sus roupas na cama de Giovanna, e quando eu ia responder Giovanna aparece me interrompendo:

- Sim tem sim.  Eu mesma. - Disse Giovanna saindo do banheiro. ( Cara a quanto tempo ela ta ai? ) - E pode ir tirando as suas coisinhas de cima da MINHA cama.- Joyce assustada ao levar bronca de Giovanna, tirou suas coisas assustada pedindo desculpas.

- Essa é a Giovanna, como pode ver ela é super simpática e amigável.- Giovanna olha pra mim e sai bufando.
Olho pra garota a minha frente e a olho como dizendo: "gentil, não? " e ela sorri fraco.
- Bom, Joyce qualquer coisa me da um grito ok? Meu nome é Lucas.- Disse me levantando.
- Lusca?
- Não,  Lucas.
- Aahh, Lusca.- Ela disse olhou pra mim e os dois rimos.
- Vou indo nessa. - Mal deixei ela responder e já sai do quarto. Caramba!
- Ey! - Gritou Leona do outro lado do corredor.
- Qual foi baleia?- Disse indo em tua direção enquanto ela quase morria tentando recuperar o fôlego.
- Puf, puf - Tentou dizer ela algo a mim. - Não estou em forma.- Disse ela se apoiando em meus ombros.
- E alguma vez já esteve?- Disse irônico e ela me fuzilou com o olhar.- Opa, não tá mas aqui quem falou. Mas me diga, o que queria me falar?
- Tem aluno novo você viu?
- Você correu tudo aquilo pra falar de macho pra mim?- Disse cruzando os braços, erguendo as sombrancelhas e encarando-a. Cara, como ela é lerda.
- Tá mas, não é QUALQUER macho. É O MACHO.- Disse ela aumentando o tom de voz em"qualquer" e em "é o macho". Concordemos que mulher passando pela puberdade é o ó do borogodó, mas convenhamos que essa giria é bem pior então acho que da pra suportar a mini crise de Leona.
Reviro os olhos e olho pra ela com uma cara de: "Ahan ta, e daí?"
- Nossa, você nunca liga para o que eu digo.- Disse ela fazendo biquinho e cruzando os braços. 
- Para de birra, vai sorri pra mim.
- Não.- Disse ela saindo andando com uma cara... aparentemente "zangada". Mas isso não dura muito tempo não.
- Ow dunga, me obedece vai.- Disse acompanhando seus passos e tentando achar teu olhar. Ela permaneceu calada, então tive que apelar pra voz de índio.
- Leeeonaaa, mim quer ver sorrisinho... - Ela olha pra mim e diz: Sério isso, e eu afirmo com a cabeça. Ela sorri balançando a cabeça em negação e continua:
- Ãn, Mim ser garota má,  e mim não perdoar Lucas.- Agora imagina uma garota linda com uma voz estremamente assustadora, prazer Leona.
- Então vou ter que apelar para o plano B.- Disse a ela que me olhou com uma cara de:" Que plano?" Peguei-a pela cintura e coloquei sua barriga sobre meu ombro, fazendo com que sua cabeça ficasse nas minhas costas. Resumindo: uns paranaue louco.
- Lucaaaaaaas! Eu vou te matar seu mulequeeee!- Gritou ela dando socos em minhas costas.
- Esses soquinhos de formiga não vai te tirar daí.
- Ta bom, ta bom eu sorrio pra você.- Ao ouvir isso, coloquei-a no chão e olhei pro teu rosto. Pro seu cabelo todo bagunçado. Pros seus olhos claros e de como ela era linda. Estava tão vermelha que parecia mais um tomate do que um ser humano. Ela sorriu pra mim, mostrando-me todos os dentes. Abracei-a e disse:
- Minha garota.
Ela respondeu:
- Te odeio.
E eu disse:
- Também te amo.
 

- Mas se elevar a terceira e dividirmos pela raiz de a, vai dar vinte entendeu?- Tenava explicar uma equação a Jacob que por mais bonito que seja, tinha um cérebro de granola.
- Cara, você não sabe explicar.- Disse ele folheando seu caderno azul.
- Quer saber? Desisto.- Disse sentando-me na carteira à teu lado, e ao ouvir isso, Ingridy já veio com um papo pra cima dele, eu evitei escutar e coloquei meu fone de ouvido. As músicas de Bruno Mars se alternavam de "uptown funk" pra  "grenade". O mais engraçado era que eu sempre colocava no aleatório, mas ia passando as músicas que eu não queria escutar, estranho não? 

Todos estavam se revirando nessa prova de Matemática, além do mais, como diss o Prof. Joaquim, Ela será a média de sua matéria. Isso não me afetava muito, além do mais, sou de extas e os números correm na minha veia.  Desde que Leona saiu de minha turma, não tenho mais com quem conversar além de Gustavo.

- Ey cara...- Sussurro para Gustavo que está na carteira da frente.

- Oi? - Disse ele virando-se pra mim.

- Ficou sabendo que tem um aluno novo?

- Não me diga? - Disse debochando. - Lógico, Leona estava do meu lado quando viu, e só falou dele, a manhã toda.- Por um momento ele para olha pra porta e segundos depois me encara dizendo: - Falando no novato... Ali está.- Disse Gustavo apontando rapidamente para porta onde um moreno alto de cabelos escuros com olhos azuis. ( A não é possível, moreno dos olhos azuis? Só pode ser lente ).

Ok, assim não dá pra competir.

Como era carne nova, as garotas da minha sala já ficaram todas ouriçadas, parecendo que nunca viu um macho na vida, senhor dai-me paciência.

 O tal garoto conversa por alguns minutos com o pessoal, e logo vem em minha direção, sentando-se ao meu lado.

- Ei, cara. - Disse o novato sussurrando com a cabeça a abaixada.

- Eu?

- Sim, você tem grafite 0.7 ?

- Tenho.- Disse seco.

- Será que você poderia me emprestar? 

- Toma.- Saquei rapidamente o grafite guardado em meu estojo e entreguei a ele. 

- Valeu.



As aulas do dia acabaram, e coincidentemente, o novato fazia as mesmas aulas que eu. "QUE SORTE" 



Garoto VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora