Maniac

Capítulo 23

Harry POV.

Zoe estava estranha, sua auto-estima parecia que tinha sido sugada, suas mãos estavam repousando em suas coxas, seus cabelos bagunçados, seus olhos com olheiras profundas, isso me preocupá, tudo isso era por minha
causa.

Não posso pensar no que ela fez depois que eu a despensei, foi um grande erro, me arrependi por dias, só que o orgulho foi maior, eu não queria voltar atrás.

Nosso caminho de volta para o hospital era curto, em nenhum momento ela havia olhado em minha direção, seus olhos concentrados para o lado de fora.

As semanas haviam passado rápido, eu não tive muito contato com Zoe, andava muito ocupada, por mais que eu fosse ao seu apartamento , ela nunca me atendia, eu dormi diversas vezes em frente a sua porta , tentando fazer com que a mesma falasse comigo.

Tudo estava mudado, eu não era a mesma pessoa, eu não tinha mais motivos para maltratar alguém, muito menos a ela, me arrependo tanto por ter a machucado, fiz tantas coisas ruins, mas realmente, eu estava diferente, eu a amava, tanto que isso me corroia por dentro.

-Você espera no carro. - sua voz ecoa pelo carro.

-Tudo bem, só não demore. - digo, olhando a mesma sair do carro.

Meus dedos batucavam contra o volante, uma hora havia passado, sem nenhum sinal dela, ninguém demora tanto assim para pegar exames.

Saio do carro , coloco a touca e o capuz em seguida, curvo a cabeça para baixo.Caminho em direção a entrada , percorro por todo o hospital , sem nenhum sinal dela, vejo uma porta dos fundos na parte de trás do hospital, e logo alguns soluços.

Caminho até lá olhando para o lugar que era pouco frequentado, estava sujo e diversas coisas depositadas lá, sem utilização.

Caminho lentamente de onde vinham os soluços, e logo algumas fungadas.
Reconheço a jaqueta preta , me aproximo com mais presa , logo ficando de frente. Seus olhos estavam vermelhos, a mangá de sua blusa estavam encharcada.

-Oque aconteceu?alguém fez algo com você? - seu rosto muda , ficando séria e sem reação, seu rosto estava pálido com algumas pontadas de um vermelho fraco.

-Não.

-Me fala - me ajoelho em sua frente , vendo a mesma ignorar e levantar do chão.

-Só me leva para casa .

-Tudo bem.

{...}

O silêncio novamente invadia o carro, tentei diversas vezes , perguntar oque havia acontecido, mas a mesma recusou a falar, eu não estou entendendo foi tão grave assim?
Seu rosto tentava ao máximo evitar a olhar para mim.
Qual o motivo de tanto desprezo, como posso ter culpa de algo.

Meus olhos não saem daqueles papéis em seu colo, eu queria muito pega-los e ver qual o motivo de tanto sofrimento para ela.

- Posso ver? -digo apontando para os papéis em suas coxas.

-Não. - diz colocando longe de mim.

-Porquê está assim? Não estou entendendo o motivo de tanta angústia.

-Para de tentar descobrir, eu não vou falar, só me deixe em casa, preciso de um tempo sozinha.

Esse foi seu último diálogo, suas palavras foram curtas, mas magoaram, se ela não quer compartilhar os problemas comigo, ela não confia em mim, muito menos me ama, isso foi como uma faca cravada em meu peito.