Capítulo Vinte e Cinco

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Zayn caminhou por muitas horas pelas ruas antes de parar e se sentar em uma calçada. Suas mãos suavam e tremiam e ele estava perdido, tanto no espaço quanto em sua mente. Pensava em como havia deixado as coisas passarem dos limites e em como ele sairia prejudicado daquilo. Não devia ter se entregado daquela maneira tão fácil. Não devia ter feito isso com Liam.

Apenas a menção mental do nome do jogador fazia Zayn estremecer onde estava e negar com a cabeça. Parecia que ele estava prestes a explodir e que nada poderia ser feito para impedir tal ação. Chocou-se, ao perceber que estava agindo da maneira mais absurda possível diante da situação em que estava e mordeu a parte interna da boca enquanto refletia.

Sentia-se tão sozinho naquele momento. Sentia como se ninguém pudesse suprir a falta que ele tinha no peito e que o pouco que ele tinha havia sido sugado por Liam em poucos minutos. Talvez não estivesse errado. Ou quem sabe, Zayn estava interpretando tudo o que havia acontecido de forma errada e ele apenas não podia enxergar que Liam não havia lhe tirado nada.

Liam havia dado a Zayn o amor que ele não sentia diariamente. Liam, em vez de lhe ferir, o tratou da maneira que Zayn queria desde o princípio: Liam o amou. O amou de muitas formas, de forma violenta, sarcástica, carinhosa, dúbia... E Zayn o amou de volta, mas nenhum deles sabia que estavam lidando com amor enquanto se tocavam naquela pequena cama e naquele quarto frio.

Frio. Quanto frio Zayn sentia agachado naquela rua. Sem forças, como um indigente. Parecia que mendigava um pouco de afeto, mas que as pessoas lhe negavam isso por ignorarem a sua existência. E mendigar carinho para ele era admitir a sua derrota pessoal para Liam; nada havia sido esquecido, mas não era apenas sobre a dor do passado... Era sobre o amor que nunca deixou de sentir.

Zayn levantou-se do chão e olhou para os lados, a mão sobre o peito e o olhar perdido entre as placas. Andou mais um pouco, os pés cansados, e parou, quando viu o nome de uma rua conhecida. Lembrou-se de passar correndo por ela várias vezes no passado, a mochila sobre um dos ombros e revistinhas em uma das mãos e seu melhor amigo ao seu lado com um sorriso sincero.

Chegou perto de uma das casas - cuja pintura e reformas faziam-na estar diferente do que ela um dia foi - e verificou na caixa de correios se os atuais moradores ainda eram os mesmos de dez anos antes e, tendo esta certeza, apertou a campainha, esperando pacientemente alguém abrir.

O senhor Styles, um tanto mal humorado, abriu a porta e se espantou ao ver Zayn parado em frente à sua porta pálido e frio como um morto-vivo. O rapaz apenas lhe questionou onde era a atual casa de Harry, pois ele precisava vê-lo, mas o Sr. Styles o forçou a entrar e a tomar um copo de água e ofereceu a Zayn uma carona, que mesmo negada, acabou acontecendo.

Então, depois de alguns minutos, lá estavam Zayn e o Sr. Styles tocando a campainha de Harry. O rapaz demorou um tanto para atender a campainha - pelo horário, assim como o Sr. Styles, ele devia estar dormindo antes de Zayn chegar - e quando ele abriu a porta, Zayn jogou-se em cima do amigo, que quase caiu em desequilíbrio. Zayn abraçava Harry com tanta força que quase o sufocava.

Harry, por cima do ombro do músico, olhou para o pai de forma interrogativa, mas o Sr. Styles apenas meneou a cabeça e deu meia volta, dizendo que voltaria para casa. Com dificuldade, Harry fechou a porta e separou-se de Zayn para olhá-lo.

"Hey...", disse, segurando-o pelos ombros. "... Zayn, olha pra mim, o que aconteceu? Por que você está desse jeito?"

Zayn não disse nada e voltou a abraçar Harry com muita força. O amigo suspirou e retribuiu o abraço, apertando Zayn de maneira gentil até que ele se sentisse bem o suficiente para soltá-lo por conta própria.

Seventeen » ziamOnde histórias criam vida. Descubra agora