Capítulo 1

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Sou a Amy Lovara. Realmente, um nome nada bonito, mas minha querida vó se apaixonou por ele quando minha mãe estava grávida, ela conta que o encontrou em um programa de televisão, imagino o que estava passando: "nomes que não se deve colocar em uma criança". Não foi isso, mas se fosse poderia ter evitado o constrangimento durante minha infância. Até que gosto do Amy, mas infelizmente, somente eu pelo jeito, porque todos me chamam de Lovara e essa é minha vida, uma garota comum, um pouco sozinha, não tenho muitas amigas (Alberto meu irmão mais velho e nada gentil diz que isso se deve a minha loucura, ele fala que não sou normal), estudo , moro com meus pais e trabalho em uma sorveteria. Na verdade, essa Era a minha vida, tudo mudou com a chegada de Víctor. Contarei a vocês.

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-Víctor! Olha o que você fez. Nunca mais fale comigo!

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3 dias antes

Acordo com alguém me gritando.

-Lovara meu anjo...LEVANTA, você está atrasada garota!

- Me deixe em paz Beto, eu sei dos meus compromissos. - digo enquanto cubro meu rosto com o cobertor, tão quentinho, não quero levantar - Ao contrário de você, sou responsável.

-Tão responsável que se esqueceu da prova de Química -diz ele cantarolando e saindo do quarto vitorioso.

- Droga! -resmungo e me levanto as pressas, coloco uma meia calça branca e um vestido roxo, jogo meu colar cheio de pedras pela cabeça e coloco algumas de minhas pulseiras favoritas, termino meu look com uma sapatilha brilhante. Me olho no espelho, estou bem, abro a janela do meu pequeno quarto, ele tem as paredes roxas e vários símbolos pintados por mim com tinta neon, gosto do meu cantinho. Desço e todos já partiram para suas tarefas e trabalhos matinais, minha mãe foi pra loja de roupas que trabalha e meu pai para o escritório. Pego um pão sem nada mesmo, e prossigo rapidamente pra escola, que, por sorte, fica à cinco quarteirões.

Como meu pequeno pão enquanto caminho. Olho o poste e faço meus anagramas mentalmente: estop, opets, pesto, sopet. Resolvo colocar uma música, Hallo da Beyoncé, com o fone no último danço pela calçada, abraço as árvores e no refrão canto junto, olhando o céu azul e limpo de hoje... Já chegando à escola, noto o inspetor fechando o portão, corro desesperadamente entre os carros que passam na rua e atravesso pelo senhor Carlo antes que termine de fechar, deixo meu fone cair, quando ele olha pra mim vejo seu espanto e eu o ignoro , voando para a sala de química.
Chego e sento na primeira carteira vazia que vejo, não gosto de ser como os outros, sempre nos mesmos lugares, isso é entediante. Samara, a professora loira e alta, entrega a prova e consta que pelo atraso estou com falta, mas poderei fazer. As primeiras questões são fáceis.

Nossa, essa ultima questão, ah, "Qual elemento químico apresenta o número atômico igual a 7 e massa 14?". Por Mandhi, minha deusa que só eu conheço, ajude me. Vou pensar, sou capaz... Geoniotro, outrogenio, introgênio, é isso NITROGÊNIO!! Entrego a prova e bate o sino, a professora pede pra mim aguardar e segura minha prova já corrigida. Me aproximo e ela finalmente fala:

-Lovara. Estou impressionada com sua nota. E mais uma vez... -interrompo seu chato discurso:

-O dia foi salvo graças as meninas super poderosas! - dou um belo sorriso e Sam respira fundo.

-Ainda não sei como você consegue tirar um dez. -ela me entrega a prova, se levanta e sai.

-Até breve Sam, na próxima iremos salvar Townsville juntas! -grito e foram as últimas palavras que ela ouviu antes de fechar a porta, agora sou eu quem respiro fundo e solto um risinho. Ouço uma respiração e o dono dela tosse forçado atrás de mim, dou um pulo assustada e me viro.
Um garoto, com os cabelos negros e pele branca, olhos estranhamente escuros e intensos, parece um anjo caído de tão bonito e assustador. Ele quebra o silêncio, percebo que estava encarando-o de cima a baixo:

-Que bobinha você. Pensa que engana quem? Não tem vergonha de ser tão ridícula?

- E você? Não tem vergonha de ser tão intrometido?

- Melhor do que fingir ser algo que não sou. Qual o seu problema? -ele diz e tira meu fone de seu bolso - Aliás, amanhã vou lhe trazer dois fundos de garrafa, sua cega e sem noção.

- Quem você pensa que é? Santo Win, dê me paciência- digo já irritada e dou lhe um belo tapa na cara, meus anéis formam uma marca legal. Tiro o fone de suas ásperas mãos, pego minha mochila improvisada, que é um urso rasgado com varias linhas coloridas formando uma alça, e me retiro da sala. Joana, a rica, patricinha do colégio entra cochichando com suas amigas-escravas.

-Víctor, o que aconteceu? Nossa, olhem meninas, o que aquela maluca fez, vou te dar um beijinho para sarar. - pelo vidro vejo ela beijando o novato, dou uma risada comigo mesma, pois ele não retribuiu os amassos da menina considerada a mais desejável.

Tive duas aulas chatas de português, agora tem educação física, graças ao santo Kaoan, não vi mais o garoto, ando pelos corredores vazio da escola: celaso, oscela, scaloe, colaes... Olho no relogio embaixo da minha calça, no tornozelo. Atrasada para variar um pouco, odeio esse tênis, não queria ter trocado de roupa. Enfim, entro na quadra e alguns garotos estão jogando basquete, dentre eles, o Víctor, só pode ser maldição. Respiro fundo e vou até a roda das meninas com o professor, assanhadas.

Assim que chego, Luana esta mostrando sua bunda para o Senhor Jonas, o quanto fica redonda com a roupa esportiva, reviro os olhos e quando abro a boca para perguntar qual o exercício de hoje vejo ao lado a cesta de basquete caindo na cabeça de Víctor. Meu coração acelera assustada, um banho de sangue sobre a quadra.

Flash.

Estou chegando na roda de meninas com o professor Jonas, é como se tivesse voltado no tempo, olho automaticamente para a cesta e acima vejo um parafuso se soltando, minhas pernas entram em movimento sozinhas, me atiro sobre Víctor tirando o da quadra, caímos ao chão. Meu corpo está colado no dele, com isso sinto seu coração pulsando desenfreadamente e sua respiração quase parando. Olho no fundo de seus olhos, que estão próximos dos meus, um barulho forte acaba com meu devaneio, caio pro lado e vejo que foi a cesta. Ela caiu ao chão e graças a mim não feriu ninguém. Vejo um tumulto de gente se formando em nossa volta, até quem estava nas arquibancadas desceu, o que foi isso? O que aconteceu comigo? Passam um turbilhão de pensamentos em minha cabeça, levanto assustada e corro para o banheiro.

O Mistério De LovaraWhere stories live. Discover now