100% hétero // L.S

Thirty-five

Sai do banheiro ainda sem ter digerido totalmente as palavras de Harry. Encontrei minha mãe no mesmo local de antes, ainda conversando com Trisha e com uma mulher loira que eu não conhecia.
- filho! Maura, esse aqui é meu filho Louis. Lou, essa é a Maura, mãe do Niall, conhece?
- ah sim! Ele é meu amigo. Prazer dona Maura.
- o prazer é meu, querido. - ela respondeu educadamente.
- aconteceu alguma coisa, amor? Você tá com os olhos vermelhos e parece distante. - minha mãe me olhou preocupada
- não, tá tudo bem. Dona Maura, o Niall veio?
- oh, me chame de Maura! Ele veio sim, foi na cantina comprar algo para comer. Esses adolescentes de hoje em dia precisam de uma alimentação boa, mas Niall passa dos limites!
Dei uma risada fraca e me despedi das mulheres, indo em direção à cantina.
Niall estava sentado em uma das mesas comendo um sanduíche e mexendo no celular. Me sentei ao lado dele e suspirei alto.
- faaala Tommo! O que aconteceu? tá com cara de morto!
- isso é porque eu morri por dentro.
- nossa! Que expressão forte! Me conta isso direito.
- Harry tá apaixonado por mim.
- o que??! Isso é ótimo!!
- seria, se ele não tivesse tanto medo do pai e daquela madrasta nojenta dele. Ele não quer continuar com isso, ele não quer lutar pra ficar comigo, ele é apenas um covarde.
- Uou. Nossa. Eu sinto muito por vocês. Mas eu acho que eu não posso mais ajudar, eu fiz o que eu pude.
- eu entendo, e muito obrigada por isso.
- ah, sei lá. Às vezes não era pra ser, sabe? Você vai achar alguém, acredite.
- você tem razão. Obrigada mesmo, por tudo.
Dei um abraço no mesmo que retribuiu.
- você viu se o Zayn tá aqui?
- não vi não, se tiver ele deve estar jogando futebol com alguém sei lá.
- a mãe dele me disse que ele desistiu do futebol. Eu sinto que estraguei não só a vida do Harry.
- nada disso Tommo! Você não estragou a vida de ninguém! Eles estão fazendo isso por opção.
- certo, por opção. Vou tentar ser otimista.
- isso mesmo! Vamos lá procurar ele?
- vamos.
Como previsto, Zayn estava fazendo embaixadinhas com Liam, um amigo dele. Nos encontramos e ficamos sentados no campo, apenas conversando e esperando o tempo passar. Perto do fim da reunião, fomos para frente da sala do diretor. Harry já estava parado lá na frente, mas não trocamos olhares. As mães ainda estavam lá dentro. Mas não por muito tempo.
A porta se abriu com um estrondo, a madrasta de Harry saiu abalada. Logo minha mãe saiu atrás gritando.
- VOCÊ NÃO PASSA DE UMA HOMOFÓBICA RIDÍCULA QUE NÃO DÁ VALOR PRA PRECIOSIDADE QUE É O HARRY!!
- APRENDA A DAR VALOR ÀS PESSOAS ANTES DE ACABAR COM A VIDA DELAS! - Trisha saiu logo atrás
- HARRY É UM GAROTO DE OURO QUE NÃO MERECE A FAMÍLIA HOMOFÓBICA QUE TEM! - Maura apareceu.
- senhoras, se acalmem. Trisha, Maura, Johanna. Vamos cuidar do caso do treinador. Ele já não trabalha mais aqui e segunda feira começaremos com um novo treinador, dessa vez faremos os treinos pagos por mês com um treinador melhor. E Karen (madrasta do Harry), pode ter certeza que eu não vou deixar Harry desistir de um sonho apenas por seus responsáveis serem homofobicos. Vou entrar em contato com a mãe biológica do garoto e vou resolver essa situação. Harry vai ganhar o treino pago pelo colégio como presente, pois como diretor de uma instituição tenho o dever de acreditar em cada aluno e fazê-los nunca desistirem de seus sonhos. E garotos, obrigada por me alertarem sobre o técnico, vocês são incríveis. Espero vê-los no treino na segunda feira. Tenham um bom dia. - o diretor falou e entrou em sua sala fechando a porta.
- Harry vamos. -Karen falou grossa e Harry não se mexeu. Ele estava olhando pra mim, assim como eu olhava para ele pedindo com o olhar para que ele não fosse com a mulher. - AGORA GAROTO!
Harry abaixou o olhar e seguiu Karen. Abracei minha mãe e a agradeci, assim como Maura e Trisha. Depois de nos despedirmos de todos fomos para casa.