XXIII-Apenas com nós (Extra)

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Conheci ela na escola,tínhamos 14 anos,ficamos amigas e eu a considerava uma irmã.

Todo trabalho de escola nós fazíamos juntas,as vezes ela vinha até aqui mais cedo só pra ter um tempo comigo.

Ela desde aquele ano era perfeita e atenciosa comigo,não havia como eu não desenvolver sentimentos a mais por ela.

O que minhas mães sempre diziam era que independente do que eu goste,se aquilo me faz bem e feliz,nada mais vai importar,nem mesmo a religião.

Mas esse era o problema,ela era filha de cristãos rigidos,os pais dela não podiam suspeitar de que eu tinhas duas mães,ou então poderiam proibir da gente se ver.

Então ela me apresentou a eles como amiga,por sorte,eles não se importaram muito comigo e não perguntaram sobre meus pais.

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Nosso primeiro beijo foi no mesmo ano,eu não agientava mais enconder que gostava dela,entâo eu um dia que estavamos lendo algumas revistas,peguei em sua mão e a olhei nos olhos.

Seus olhos castanhos pareciam assustados com a minha atitude,mas eu não havia parado para pensar nisso naquele momento,apenas fechei meus olhoa e lhe beijei.

Ela eatranhou,não sabia se aquilo era mesmo certo,sua cabeça deu um nó e como um choque elétrico ela apenas virou-se de volta para suas revistas,mas ainda conseguia sentir seu corpo tremer e era capaz de que se eu a tocasse novamente poderia tremer junto.

O resto da noite foi vaga,ela não falava muito,apenas o tom de um "tchau,até segunda na escola" foi o bastante para eu entender de que eu tinha feito errado.

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Quando voltamos a escola ela falava comigo como se nada tivesse acontecido,e isso durou até o dia de seu aniversário.

Achei que o fato dela não estar na sala foi por ser um dia de festa,mas não,ela apareceu na escola,só havia chegado atrasada.

Todos estavam lhe desejando feliz aniversário ao final da aula,eu tinha medo de me aproximar e fazer o mesmo,continuando a fingir que nada aconteceu.

"Pode vir aqui?"-Me chamou ao ficarmos sozinhas na sala.

Meu corpo estremeceu mas lhe obedeci e fui até a mesma,ela me olhava confusa,como no dia em que lhe beijei.

"Por favor...me diz que aquilo só foi um inútil beijo"-Pediu e suspirou,e eu simplesmente desabei.

"Não,não foi...eu realmente gosto muito de você"-Falei sem medo e deixei algumas lágrimas escaparem.

"N-não chore,olha você entendeu errado."-Ela enxugou minhas lágrimas."É que...se eu disser a verdade meus pais podem me matar"-Completou.

"Você gosta de mim?"-Sorri e ela concordou.

Apenas chorei sem esforçar-me a segurar e lhe abracei.

"Então por favor,fica comigo"-Pedi e ela suspirou.

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Nós namoravamos escondido agora,a cada dia que lhe encontrava a via ainda amais esgotada.

Ela se esforçava tanto,os machucados só erão provas disso.Seus pais a machucaram fisicamente e verbalmente no dia que conversou com eles,e aos poucos as roupas dela revelava todas as consequências,junto com sua baixa auto-estima.

Ela estava destruída,eu via isso em seus olhos.Então resolvi ajudar.

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"Eles estão na cadeia agora por minha causa?"-Perguntou para mim,com seus olhinhos vermelhos.

"Não,a culpa não é sua.Eles foram presos por te maltratar."-Essa frase era a que eu mais ditava para ela,as vezes de madrugada ela me ligava e eu me sentia na obrigação de recitar.

Mas hoje estamos bem,crescemos e continuamos juntas.Ela se sente segura quando está comigo,e eu me sinto sempre o seu anjo da guarda.

Eu a amo.

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Karlle é o segundo shipp da fic.

Dessa vez eu não volto mais.

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