Cap. 1

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 - BEEEEN PARE AGORA! NÓS VAMOS MORRER - gritei; bem, não íamos morrer de verdade, eu acho

 - pouco me admira a suas palavras, agora a pouco disses que queria viver novas emoções! - ele disse ao meu ouvido enquanto corria de um lado a outro entre os carros na Rua 

 - EXATO! VIVER BEN, EU QUERO VIVER! - minha voz já estava aguda por causa dos gritos 

 - vamos lá Melia, curta o momento - agora ele estava parado, meus braços presos entre as pernas e ele me abraçando por trás

 - vamos morrer juntos querida!

 No mesmo instante senti um carro passar por nós, logo depois um ciclista, e mais carros... 

 - acho que estamos chamando muita atenção Ben, vamos lá, acabe logo com isso - disse baixinho, minha voz já rouca - acho que meu pai não aprovaria isso BENJAMIN - imitei o jeito que meu pai o chamava. 

Ele me ergueu novamente e fomos para a calçada, me colocou no chão e ficamos nos observando, estava cansado pois seu peito descia e subia desordenadamente. Eu o fitei. Ele era claro, tinhas os olhos verdes e os cabelos castanhos, alto não muito magro, usava uma camisa branca com uma jaqueta azul escuro por cima e calças escuras mais curtas que o normal, sapatos brancos e um óculos de sol. Ele era bonito... 

 - mas o que tem de bonito, TEM DE CHATO! - eu disse dando vários tapas em seu peito, ele riu e segurou minhas mãos, enrolou nossos braços e nos conduziu para dentro do pub onde Ana e Conrado estavam 

 - acabaram o show? Deixe-me dizer que vocês chamaram muita atenção - corei ao ouvir as palavras de Conrado 

 -sério? - perguntei sentando ao seu lado 

 - mentira dele querida, as pessoas estão preocupadas demais perdidas na tarde bebendo e se pegando por ai - Ana disse sorrindo 

- falando em se pegar, que tal hoje Melia? - ela continuou 

 - isso... que tal hoje Melia? - Ben repetiu, eu olhei para eles meio que assustada, e depois para Conrado que balançava a cabeça negativamente dando de ombros

 - vamos lá Melia, é super fácil - ela disse num tom insuportável

 - fácil para você que é linda, sexy, divertida, e... 

 - epa! - ela disse me interrompendo - olhe para você querida, és muito mais bonita que eu - ela estava mentindo, era óbvio, eu era sim bonita, mas suas belas e longas pernas, combinadas a lindos e lisos cabelos loiros e olhos azuis, seu tom de pele bronzeado e seu sorriso avassalador não eram justos e comparáveis

 - acho que devemos ir embora, isso sim! - eu disse me levantando

 - wow wow wow! Não antes da nossa música - Conrado falou animado, enquanto começava a tocar uma música qualquer a qual ele inventou que era nossa

 - Conrado, essa música não é nossa, nós quatro nem ouvimos música - eu disse me sentando novamente, me dando por vencida. Nós não íamos embora até que a música acabasse. Todos estavam rindo, continuamos a conversar, depois os meninos foram pagar a conta e eu e Ana conversamos mais um pouco

 - seus pais não ligaram hoje o que você fez? - ela disse rindo

 - nossa Ana! esqueci completamente, desliguei o celular no museu - nós tínhamos ido ao museu e aguardávamos o motorista de Ana vir nos buscar

 - Ei! Melia! - Conrado apareceu e me estendia o celular - sua mãe - ele fez uma careta que foi seguida de um risinho

 - Amelia filha, onde você está? - minha mãe falou, e percebi que estava se controlando

- estamos todos aguardando o senhor James mãe, saímos do museu agora a pouco

 - porque o seu celular está desligado querida? 

- justamente porque estávamos no museu mãe - eu já estava cheia disso, meus pais me tratam que nem uma criança, sempre me controlando, a culpada sou eu, que só percebi isso a pouco tempo 

 - quer que eu mande o Harris lhe buscar? 

- não mãe, obrigada. chego daqui a pouco - e desliguei o celular, fiquei olhando a foto que estava na tela, era o Conrado, ele é irmão da Ana e é muito parecido com ela, por tanto muito bonito também, muito. Percebi que todos se aproximavam e me olhavam sarcásticos

 - Qual é? vamos embora por favor? E não, ela não brigou comigo

 - está falando do quê Melia? - Ben perguntou, todos riram e fomos para fora 

 Estávamos dentro do carro indo deixar Ben em casa, logo depois de deixa-lo era a minha vez

 - pode devolver meu celular por favor? - Conrado sussurrou enquanto estendia a mão que estava apoiada em minha perna, estávamos os três no fundo do carro, Conrado no meio, Ana estava encostada em seu ombro e eu olhava pela janela

 - oh, claro me desculpe - eu disse olhando para ele

 - que é isso Ana? Não estava falando sério, quer dizer, quero meu celular, mas... - ele jogou a cabeça para trás e soltou uma risada gostosa, não aguentei conter e sorri para ele, peguei seu celular e o devolvi

 - aqui. - lhe dei o aparelho

 - vocês podem fazer um pouco de silêncio se não for incômodo

 - você pode esperar até em casa para dormir? - Conrado disse e rimos de novo

 - ei Ana, não vai se despedir? já chegamos - eu disse abrindo a porta do carro 

 - ah vem cá - ela estendeu os braços e eu me inclinei por cima de Conrado para dar-lhe um beijo

 - tchau linda - ela disse

  - tchau linda - Conrado repetiu e eu lhe deu um beijo na testa, sai do carro e segui até a entrada dos fundos, queria entrar pela cozinha para comer alguma besteira...

 - Melia filha! - meu pai ainda estava vestido no seu terno e tinha um copo vazio na mão

  - olá pai! - dei-lhe um beijo e fui em busca de algo para comer, decidir por tomar apenas um copo de suco de morango, enquanto me movimentava pela cozinha meu pai me observava 

 - filha, precisamos conversar - ele disse e eu congelei por um instante

 - sim? pode falar - eu disse me sentando e ele fez o mesmo

 - eu sei que você está passando por um momento difícil e eu queria dizer que estou muito contente em te ver alegre, mas acho que já está na hora de voltar aos estudos... - eu segurei o copo de vidro que parecia querer escapar das minhas mãos, fechei os olhos e abrir novamente, pisquei mais uma vez e de repente tudo ficou escuro...  

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